Agronegócio

Dubai é novo mercado da castanha de baru do Cerrado Mineiro

Cooperativa com sede em Arinos, no Noroeste do Estado, embarcou duas toneladas do produto para o país dos Emirados Árabes Unidos; castanha tem importante papel bioeconômico em Minas
Dubai é novo mercado da castanha de baru do Cerrado Mineiro
Castanha de baru processada pela Copabase já era exportada para os EUA e abastece mercado interno | Crédito: Divulgação Copabase

A castanha de baru produzida no Cerrado de Minas Gerais chegou a Dubai. O primeiro embarque destinou ao país dos Emirados Árabes Unidos duas toneladas do produto. Conforme a Cooperativa Regional de Base na Agricultura Familiar e Extrativismo (Copabase), com sede em Arinos, no Noroeste do Estado, a negociação é importante pela oportunidade de abertura de novos mercados e também pela geração de renda.

A gerente executiva da Copabase, Dionete Figueiredo, explica que o embarque é importante pela oportunidade de diversificar o mercado atendido. A Copabase já exporta a castanha de baru para os Estados Unidos e comercializa no mercado interno. Entre os parceiros, está o Carrefour.

“Este foi o nosso primeiro embarque para Dubai. É uma negociação muito importante, uma vez que o mercado é um grande consumidor de castanhas. Exportar para mercados bem estruturados, como é o de Dubai, traz bastante expectativa para que a gente possa ampliar as possibilidades de vendas da nossa castanha”.

A abertura de novos mercados para o baru também é relevante devido ao papel social e bioeconômico da produção. Isso porque a coletada da castanha – através do extrativismo – é realizada por comunidades tradicionais, gerando, assim, renda e contribuindo para a manutenção e preservação do bioma Cerrado.

Castanha de baru
Produto é importante fonte de nutrientes e benefícios não são tão divulgados | Crédito: Divulgação Copabase

Para a analista do Sebrae Minas, Daniele Moreira, a exportação para Dubai reforça o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Sebrae na região. “A partir de consultorias especializadas, conseguimos reposicionar comercialmente a cooperativa e todos seus produtos no mercado, de maneira competitiva e estratégica. Isso possibilitou mais uma grande remessa de baru para o exterior”,disse.

Potencial para castanha de baru é grande, mas depende da expansão do mercado

Hoje, a Copabase conta com 90 famílias associadas, mas, na região de atuação, a cadeia é muito maior. A entidade já chegou a receber castanha de mais de 300 famílias. O que mostra um potencial de crescimento interessante, caso haja expansão do mercado comprador e consumidor. Em 2023, a Copabase recebeu em torno de 16 toneladas da castanha.

“A Copabase trabalha há mais de 10 anos com a cadeia do baru. É uma cadeia importante que tem o manejo sustentável, que preserva o bioma do Cerrado. Além disso, é fonte de renda para as famílias. Então, ao conquistarmos novos mercados estruturados vamos conseguir coletar e processar um maior volume, incluindo também mais famílias”, ressalta a gerente executiva da Copabase

A rentabilidade da castanha de baru é boa. O valor do quilo da castanha inteira pago às famílias vai de R$ 28 a R$ 30. “Na agricultura, é um produto bem valorizado, sem falar que é extrativista e não demanda investimentos por parte das famílias”, explica Dionete.

Entre os desafios enfrentados está a conquista e consolidação de novos mercados, o que ampliará a capacidade da Copabase em comprar as castanhas de mais famílias. Mesmo sendo fonte de nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo, o consumo da castanha de baru ainda é pequeno. Assim, outro desafio é ampliar a divulgação dos benefícios para a saúde e também da importância social e ambiental da produção, o que poderia atrair novos consumidores.

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