Economia

Mídias digitais podem prejudicar negócios das gráficas nestas eleições

Impacto negativo nos negócios da atividade pode chegar a 30% durante o período das eleições municipais neste ano; um dos motivos é a concorrência com as redes sociais
Mídias digitais podem prejudicar negócios das gráficas nestas eleições
Como aumento na demanda é temporário, há empresas que preferem fazer hora extra e trabalhar aos finais de semana do que contratar para o período das eleições | Crédito: Reprodução AdobeStock

As mídias digitais podem ser responsáveis pela redução de 30% na demanda pelos produtos gráficos nas eleições municipais deste ano. A previsão é do presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica, regional Minas Gerais, Vicente Aleixo.

De acordo com ele, que também é presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de Minas Gerais, as eleições deste ano sofrerão os impactos de grupos como os de Whatsapp e das redes sociais. “As pessoas hoje preferem veicular as propagandas pela internet. Estamos até recebendo pedidos de orçamento, mas o forte mesmo é quando são definidos e divulgados os números dos candidatos. Eles produzem panfletos para os eleitores terem ali os números na hora da votação”, observa.

Vicente Aleixo, que é proprietário da Primacor Gráfica e trabalha no mercado há mais de 20 anos, disse acreditar que a demanda reduzirá de 30% a 40% em relação às outras eleições. Entretanto, para o  empresário Paulo Araújo, da BH Gráfica, as mídias digitais não são um problema. Ele alega que no período, o movimento aumenta cerca de 200%. Porém, ele não chega a contratar funcionários. “A gente faz hora extra, trabalha aos finais de semana, mas não chegamos a contratar já que o movimento é temporário”, afirma.

A gerente de marketing e inteligência comercial da Gráfica Tavares, Alice Tavares, acredita num movimento estável no período. “A demanda sempre aumenta nas eleições, este ano mais na segunda quinzena do mês, porém estamos com menos prazo para a entrega final”, diz.

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Quanto à interferência dos canais digitais ela é mais otimista. “Estou vendo que os candidatos não estão deixando de fazer a mídia off-line. Eles estão combinando as duas estratégias (offline e on-line) de forma positiva e complementar. O volume dos pedidos tem reduzido, realmente, e os tipos de produtos nos pedidos estão mais variados como adesivos de carros, bandeiras, botons, mas não têm deixado de serem feitos”, ressalta.

Na Gráfica Silva Lara, o proprietário Geraldo Gilberto de Oliveira acredita que o ser humano gosta de material físico. “A gente ainda faz santinho, panfleto. O eleitor gosta de ter na mão a colinha para levar para votar”, diz. A expectativa dele é  que a demanda aumente em 10%, isso porque as últimas eleições municipais foram durante a pandemia e os candidatos investiram menos.

Regras do TSE possui restrições

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as propagandas nas áreas públicas estão autorizadas após o encerramento do prazo de registro de candidaturas na Justiça Eleitoral, no dia 15 de agosto, conforme o calendário eleitoral das Eleições Municipais 2024.

Logo, a partir do dia 16, candidatas e candidatos já podem usar bandeiras, adesivos e alto-falantes, bem como distribuir santinhos e realizar carreatas e comícios para divulgar seus currículos e suas propostas. Porém, há restrições.

Na campanha eleitoral, são vedadas a confecção, a utilização e a distribuição por comitê, por candidata e por candidato – ou com a sua autorização – de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem aos eleitores.

Na Gráfica Tavares, Alice Tavares alega que os investimentos foram apenas em compra de insumos, mas não em equipamentos. “A gente comprou materiais mais requisitados como adesivos e outros de comunicação visual”, diz. 

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