Decisão Contabilidade completa 50 anos e aposta na contabilidade de ‘grife’

Há 50 anos quando a Decisão Contabilidade iniciou seus trabalhos, o ambiente corporativo era diferente dos tempos atuais. O trabalho era predominantemente manual e a área era vista pelos empresários como despesa. Hoje, em tempos em que a informação e a gestão precisam ser estratégicas, a contabilidade virou a forte escudeira dos empresários, tomou posição relevante na ‘inteligência’ das empresas e deverá ser protagonista na reforma tributária.

Além de superar a falta de credibilidade dos gestores, o fundador e presidente da empresa, José Xavier, conta que galgou mudanças econômicas, de legislação, inovações tecnológicas e resistiu em quase cinco vezes a média de idade empresarial do Brasil, que em 2021 era de 11,4 anos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na visão dele, a área de contabilidade no Brasil sempre foi uma área bastante demandada de forma mais detalhada em função das alterações constantes de moeda e dos grandes problemas econômicos brasileiros. Porém, foi por muito tempo uma área mal compreendida e vista como despesa pelo empresário.

“O que conseguimos fazer de diferente para que durássemos essas cinco décadas é que fizemos um trabalho de gestão das empresas. Fizemos com que os empresários usassem as informações contábeis de forma correta e entendessem que estas informações eram úteis para as tomadas de decisões”, explica Xavier.

A visão estratégica tirou a contabilidade da visão de “emissora de boletos e guias” para geradora de informações. “A partir do momento que entregávamos balancetes atualizados, mostrávamos para o cliente a empresa dele de uma forma geral: o quanto ele gerava de lucro, o tanto que ele gastava, o tanto que faturava. Assim, eles começaram a ter mais interesse”, ressalta.

Entre os desafios mencionados, a tecnologia foi outro que Xavier diz ter superado com sucesso. “Tivemos condição de usar a tecnologia como a maior aliada da contabilidade. Se num primeiro momento pensou-se que ela substituiria o contador, hoje é o contrário, ela virou uma ferramenta muito útil para nós”, afirma o gestor da Decisão Contabilidade.

Ele avalia que, assim como a evolução de cada década, a inteligência artificial agora só facilitou o trabalho do profissional da contabilidade. “A geração de relatórios, os gráficos, os balancetes, a entrega de guias, a organização dos vencimentos, de datas, fazemos tudo de forma digital e com o uso das novas tecnologias”, relata.

Para Xavier – que fundou a empresa em 1974, antes mesmo da existência do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) – a contabilidade é uma ciência social, que controla a economia nacional, já que registra de forma científica a vida econômica das pessoas, das empresas e do País como um todo.

E vai além: “Se as empresas gastam mais do que ganham, elas vão quebrar. E, infelizmente, muitos empresários fecham os olhos para isso”. Este ponto foi a grande oportunidade percebida pela Decisão para que a empresa seguisse o caminho sólido e longevo de meio século.

“Cerca de 90% dos clientes que recebemos são de empresas com problemas no balancete, dívidas e demonstrações contábeis que não refletem a realidade por falta de análise. Na Decisão, não só organizamos a vida financeira da empresa, mas trazemos o empresário para o processo, com didática, para fazê-lo entender os números de seu negócio”, afirma Xavier.

Contabilidade será a grande protagonista da reforma tributária

Prestes a encarar a reforma tributária, Xavier que hoje trabalha com cerca de 500 clientes em todo o Brasil e 90 colaboradores diretos e indiretos, afirma que vê a reforma como grande oportunidade para a área. “Ela demandará e muito do nosso trabalho”.

Ele acredita que a reforma dará uma importância maior do que a contabilidade já conquistou. “Os contadores já estão fazendo curso, se desenvolvendo. O empresário que estiver amparado com profissionais adequados, terá maior facilidade de se adequar às mudanças que serão bastante. Todas as guias serão diferentes, os impostos serão diferentes, os cálculos serão diferentes. Vai mudar bastante a filosofia de planejamento tributário”, comenta.

Sucessão e clientes

Após meio século de jornada, José Xavier já prepara a sucessão da empresa. A filha dele, seguindo uma tendência de mercado, está sendo preparada para assumir o controle. “Antes era uma profissão masculina, hoje, mais de 70% dos empregados são mulheres, inclusive minha filha que já está sendo preparada para a sucessão”, conta.

Outra mudança estratégica é a clientela. Apesar de atender empresas de todos os portes, a Decisão está partindo para uma contabilidade de “grife”, conforme define Xavier. Ou seja, clientes refinados que demandam por um serviço diferenciado e pagam por este serviço. “Nosso objetivo não é ter volume, mas atender a um cliente mais refinado e que demanda atendimento diferenciado”, pontua.