Agronegócio

Vazio sanitário do algodão controla a incidência do bicudo-do-algodoeiro

Em Minas, medida já está valendo; de 20 de setembro a 20 de novembro, fica proibida a manutenção de plantas vivas; nas áreas irrigadas e abaixo de 600 m de altitude, data é de 30 de outubro a 30 de dezembro
Vazio sanitário do algodão controla a incidência do bicudo-do-algodoeiro
Há prazos diferentes para áreas irrigadas e abaixo de 600 m de altitude | Crédito: Reprodução AdobeStock

Após colherem uma safra positiva de algodão, produtores de Minas Gerais se preparam para a próxima temporada. Com o objetivo de controlar a incidência  do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), praga que pode causar prejuízos enormes, foi iniciado, em Minas Gerais, o vazio sanitário do algodão. A medida é considerada essencial para interromper o ciclo de vida do inseto, minimizando, assim, o aparecimento da praga ao longo do período produtivo do algodão. 

Em Minas Gerais, a medida vale para todos os produtores de algodão. De 20 de setembro a 20 de novembro, fica proibida a manutenção de plantas vivas de algodão em todas as regiões produtoras. Nas áreas irrigadas e localizadas abaixo de 600 metros de altitude, a data é diferente. Neste caso, o vazio sanitário acontece de 30 de outubro a 30 de dezembro. A permanência de plantas vivas só é permitida em áreas de pesquisas. 

Conforme o gerente de Defesa Sanitária Vegetal do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Leonardo Henrique Martins do Carmo, o vazio sanitário é muito importante.

“O vazio sanitário do algodão é uma medida de controle do bicudo-do-algodoeiro. O objetivo é reduzir a incidência da praga para a próxima safra. A praga é uma das que mais acometem o algodão, então, sem o controle, o impacto é alto e causa grandes prejuízos na produção”, reforça.

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Ainda segundo Carmo, o lMA atua de forma educativa. Assim, antes mesmo do início do vazio sanitário, o órgão conduz diversas iniciativas para conscientizar e informar os produtores.

Durante vazio sanitário do algodão, IMA realiza fiscalizações

Para garantir o cumprimento do vazio sanitário do algodão, ao longo do período, o IMA realiza diversas fiscalizações nas unidades produtoras. Caso sejam encontradas plantas vivas, o produtor é orientado sobre a importância do vazio e notificado para eliminar as plantas remanescentes. Caso ele não elimine as plantas de algodão, é lavrado um auto de infração e instaurado um processo administrativo. No final do processo, o produtor pode ser condenado a pagar multa.

“Fazemos a fiscalização amostral e por denúncia. Ao deparar com plantas vivas de algodão, o produtor é notificado e tem um prazo para eliminar as plantas. Em Minas Gerais, a adesão é muito boa por parte da cadeia produtiva. O trabalho educativo também ajuda muito. Quando o fiscal do IMA chega na propriedade que tem inconformidade, ele mostra a importância da medida para fortalecer a cadeia e a produção. Então, hoje, quase não temos processos administrativos abertos”. 

A adoção do vazio traz benefícios para os produtores, como, por exemplo, a redução dos custos com produtos para combater a praga. Há ainda, ganhos em qualidade. 

Conforme a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), o bicudo-do-algodoeiro é uma praga que pode provocar quedas significativas na produção, afetando diretamente a economia da cotonicultura. O inseto ataca os botões florais da planta, impedindo a formação das maçãs de algodão e, assim, reduzindo a produção das lavouras.

Portanto, seguir rigorosamente as diretrizes do vazio sanitário é uma ação indispensável para evitar o aumento dessa praga e garantir a sustentabilidade da produção de algodão em Minas Gerais.

A Amipa, junto com o IMA, também orienta os produtores associados e acompanha o cumprimento das normas, assegurando, assim, que o Estado mantenha sua competitividade e qualidade na produção de algodão.

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