Consumo de energia cai 4,9% em Minas Gerais

Minas Gerais consumiu menos energia em novembro deste ano em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O recuo foi de 4,9%, mais intenso que o verificado para o País (-1,5%), que totalizou 71.153 megawatt médios (MWm). Essa é a primeira queda brasileira, após 12 meses de altas consecutivas na comparação anual.
O consumo do Estado no mês alcançou pouco mais de 7.619 megawatts médios (MWm) no penúltimo mês de 2024, redução de 393 MWm na comparação com novembro do exercício passado. Em outubro, o resultado mineiro foi de crescimento de 1% no consumo ante igual mês de 2023.
Clima impacta no consumo de energia
A CCEE avalia que o recuo apurado em novembro foi provocado por temperaturas mais amenas ocorridas na maior parte do Brasil, característica que ocasiona um uso menor de eletrodomésticos como ar-condicionado e ventiladores.
Todos os estados, exceto Rio Grande do Sul e Santa Catarina, apresentaram um calor menos intenso em novembro de 2024 frente ao mesmo mês de 2023, quando o fenômeno El Niño trouxe ondas de calor no Sudeste e na região central do País.
Para o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), Diogo Santos, a queda no consumo de energia em novembro pode ser explicada pela mudança climática. “Depois de um período de calor intenso, começou o período das chuvas, o que reduz o uso de alguns equipamentos, como ventilador e ar-condicionado”, diz.
O consultor de mercado de energia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Sérgio Pataca, ressalta que o recuo está mais relacionado ao clima do que às questões econômicas. “Novembro de 2024 foi um pouco mais ameno na comparação com novembro do ano anterior”, observa.
Além de Minas Gerais, o recuo no consumo foi verificado nos estados de Mato Grosso (-14,2%), Espírito Santo (-12,4%), Goiás (-12%) e Rondônia (-10,5%). Na contramão da tendência de baixa, alguns estados apresentaram alta, como o Maranhão, que registrou crescimento de 12%, além do Rio Grande do Sul (8,1%), Santa Catarina (6,4%), Pará (6,2%) e Amazonas (5,4%).
Ramos de atividade
A CCEE acompanha mensalmente o comportamento do consumo de 15 atividades econômicas. Em novembro, entre os setores que apresentaram queda em Minas Gerais na comparação anual está o de telecomunicações (-9,7%), além de serviços (- 6,2%), bebidas (-7,1%), extração de minerais metálicos (-5,2%) e alimentício (-1,5%).
Em termos percentuais, o destaque no crescimento do consumo foi do setor químico, com alta de 17,3%. O ramo de saneamento registrou elevação de 6,5% e o têxtil expansão de 5,9%. A atividade de metalurgia e produtos de metal computou expansão de 4% no consumo de energia no penúltimo mês de 2024.
No País, os setores que tiveram as maiores elevações foram minerais não-metálicos (6,8%), extração de minerais metálicos (6,2%), veículos (5,5%), manufaturados diversos (5,1%) e saneamento (4,7%). Na outra ponta, os setores que apresentaram maior retração foram os de telecomunicações (-5,8%), transporte (-3,7%) e bebidas (-2,7%).
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