Atrair investimentos é prioridade, diz Lacerda

Ainda com problemas na sua candidatura ao governo de Minas Gerais, o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) rechaçou qualquer possibilidade de não concorrer ao cargo de chefe do Executivo mineiro. O pré-candidato também detalhou que, caso eleito, pautará sua gestão na retomada do desenvolvimento econômico, no ajuste fiscal, na qualidade da gestão e em recuperar o poder de influência política de Minas no cenário nacional.
“Temos problemas na economia, temos um rombo fiscal, uma má qualidade na gestão e um quarto pilar desse desastre é o aprofundamento da perda política de Minas Gerais no Brasil. Uma nova gestão precisa atacar, simultaneamente, a reconstrução desses quatro pilares”, disse Lacerda, ontem, durante palestra no “Conexão Empresarial”, promovido pela VB Comunicação, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Sobre a questão econômica do Estado, Lacerda afirmou que “a situação de Minas é pior que a do Brasil” e que Minas precisa voltar a ser atrativo para investimentos. Segundo ele, de 1995 a 2017, enquanto o Brasil cresceu, em média, 2,6% ao ano, Minas teve uma média de crescimento anual inferior, de 2,1%. De 2011 a 2017, o Brasil cresceu 3,8%, o mundo, 28%, e Minas ficou estagnado, como acrescentou o pré-candidato do PSB ao Palácio da Liberdade.
“Foram 23 anos de perda de espaço na economia brasileira e esse processo foi acompanhado, ou causado, por fatores como a desindustrialização, a “desminerização”, com muitos centros de poder se transferindo para fora do Estado ou empresas sendo vendidas, a reprimarização da economia e uma perda enorme de influência política no Brasil. É uma situação muito grave”, pontuou.
“O Estado não tem estrutura de atendimento e gestão para apoiar os investidores. Temos uma estrutura tributária suicida em termos de expulsar e não atrair investidores, e ainda temos um pantanal burocrático que desanima qualquer investidor a obter um licenciamento. É impossível a economia se desenvolver dessa forma”, argumentou Lacerda, acrescentando que a principal tarefa do novo governo deve ser a de trabalhar para que a economia mineira retome o crescimento.
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Nesse sentido, o ex-prefeito da Capital explicou que pretende dividir o Estado em 30 regiões de planejamento para desenvolver políticas de desenvolvimento econômico adequadas às demandas e vocações de cada uma dessas regiões. “Pensamos em um projeto para o Estado com o eixo principal no desenvolvimento econômico e geração de empregos e renda”, disse.
Ajuste fiscal – Outro problema que deve cair no colo do novo governo é o déficit fiscal do Estado, que, conforme Lacerda, este ano deve bater na casa dos R$ 30 bilhões. “Os números de hoje são assustadores. Em 2017, a receita corrente líquida do Estado foi de R$ 55 bilhões e só a soma da folha dos inativos com a dos ativos chegou a R$ 49 bilhões. Isso não é uma situação fácil porque o lado das aposentadorias tende a crescer e o déficit só nesta área foi de R$ 16 bilhões no ano passado”, revelou.
Lacerda esclareceu que a ideia do seu plano de governo “é trabalhar aumento de receita sem aumento de impostos”, por meio da redução de despesas não essenciais e da geração de receitas com a desmobilização de ativos. “Através da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), por exemplo, o governo deveria se desfazer de participações minoritárias em empreendimentos espalhados pelo País e juntar as estatais sobre a mesma holding. Aí sim, vender participações minoritárias dessa holding para fazer caixa para emergências”, sugeriu.
Lacerda defendeu, ainda, a negociação com o governo federal no apoio ao ajuste fiscal do Estado, pregou a união dos poderes e do empresariado para retomar a influência política de Minas no Brasil e defendeu os prefeitos como um importante agente para o desenvolvimento econômico e a redução do tamanho do Estado.
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