Associação acusa governo de omissão
A Abraceel, associação que representa as comercializadoras, tentou uma liminar em nome de todos agentes da categoria, que foi negada, mas o presidente da entidade, Reginaldo Medeiros, disse que considera injusto criticar a busca de algumas comercializadoras por soluções individuais na Justiça.
“Alguém não pagou uma conta, foi para a Justiça para não pagar e a conta sobrou para quem era credor. É uma situação de absoluta injustiça, o credor leva um calote e ainda é visto como criminoso”, afirmou.
Ele adicionou que o risco hidrológico “não é um problema dos comercializadores” e acusou o governo de ser “absolutamente omisso” na busca de uma solução para o problema no mercado.
O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, rebateu a fala de Medeiros e disse à Reuters que “o governo não está omisso” na discussão do risco hidrológico. Segundo ele, o tema é prioritário e a pasta tem trabalhado junto a senadores para a aprovação de um projeto de lei que viabilizaria um acordo para encerrar a briga.
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A proposta que consta do projeto oferece uma compensação parcial para as perdas dos geradores hídricos pelos custos com o risco hidrológico, desde que eles, em troca, retirem as liminares que travam o mercado. O acerto seria viabilizado com a extensão de contratos de concessão das hidrelétricas envolvidas no embate, o que exige alteração legal.
Projeto emperrado – O problema é que o projeto sobre o assunto trata também da privatização de distribuidoras de energia da Eletrobras, um tema polêmico e que tem atrasado a deliberação da matéria em ano eleitoral. “Estamos voltados para isso, tomando a iniciativa que o momento que vivemos nos oferece, que é o projeto de lei. Perseverança não nos falta”, adicionou Moreira.
Ele afirmou ainda que o acordo resolve os débitos do passado, mas que o governo avalia que é preciso rever o marco regulatório do setor elétrico para evitar uma nova discussão como essa no futuro. “Temos que rediscutir esse modelo, ele não está dando conta das nossas necessidades”, afirmou.
A CCEE já disse que o rombo no mercado pode ultrapassar R$ 13 bilhões até o final do ano se não houver um acerto com os geradores. (Reuters)
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