Alto Jequitinhonha tem potencial para produção de própolis verde

A região do Alto Jequitinhonha de Minas Gerais apresenta grande potencial para a produção de própolis verde, produto de valor agregado elevado e que pode contribuir para o desenvolvimento social e econômico na região. O potencial foi identificado através de estudos técnicos e observações que constataram a presença do Alecrim do Campo na região. De acordo com a 1ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), para estimular a produção, serão investidos R$ 240 mil ao longo de dois anos, com foco na capacitação de aproximadamente 200 produtores.

Os estudos técnicos e as observações em campo constataram o alto potencial da região para a produção de própolis verde devido à presença natural do Alecrim do Campo, planta nativa que confere características únicas ao produto. Na região, os municípios de Couto de Magalhães de Minas, Senador Modestino Gonçalves, Felício dos Santos, Serro, Presidente Kubitscheck, Datas, Gouveia, Diamantina e São Gonçalo do Rio Preto foram os que apresentaram maior potencial para a produção comercial. 

Conforme o chefe da unidade de Desenvolvimento Territorial da Codevasf, em Minas Gerais, localizada em Montes Claros, Alex Demier, a possibilidade de produzir a própolis verde despertou a atenção dos apicultores, que têm buscado capacitação. 

“A produção da própolis verde na região é uma novidade muito interessante. Até o momento, não tínhamos identificado o potencial a nível comercial. Diante da oportunidade, começamos a fazer a capacitação com foco nos 10 municípios onde tem a presença do Alecrim do Campo”.

O projeto tem o objetivo de atender 200 apicultores e é realizado em parceria com  a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). Os apicultores recebem um consultoria técnica voltado para a produção e beneficiamento da própolis verde. Na primeira etapa, foram beneficiados 22 produtores com a entrega de 110 colmeias completas, 110 quilos de cera alveolada e 10 fumigadores, promovendo a estruturação inicial das atividades

As expectativas em relação ao projeto são positivas, uma vez que o mercado é considerado promissor e já há demanda pela própolis verde do Alto Jequitinhonha de Minas Gerais. 

“Já temos produtores comercializando a própolis verde. O produto é muito exportado para a Ásia e tem um valor alto de venda, com o quilo bruto negociado em torno de R$ 450. É um produto que vai ampliar a renda dos apicultores da região. Com a mesma colmeia que os apicultores produzem o mel é possível produzir a própolis e dobrar a renda. O pessoal está bastante empolgado justamente devido à renda, à facilidade de comercialização e o alto valor agregado”, revela.

O retorno financeiro é realmente atrativo. Conforme Demier, uma colmeia é capaz de produzir cerca de um quilo de própolis verde ao ano, volume que é negociado em torno de R$ 450. Em média, cada apicultor tem de 30 a 50 colmeias. “Com a própolis verde, é possível gerar uma renda considerável, que se soma à produção da cera e do mel. No caso do mel, o quilo é negociado próximo a R$ 15 o quilo”. 

Há ainda incentivo para a produção de mel. A Codevasf investiu cerca de R$ 400 mil na estruturação da produção na região, onde foram disponibilizados materiais para produção e instaladas unidades de extração nos municípios de Senador Modestino Gonçalves e Gouveia. A previsão é instalar mais duas unidades, sendo uma em Diamantina e  outra em Felício dos Santos.