Agronegócio

Centro de Referência em Cachaça de Florestal vai estimular produção

Análises de qualidade da bebida estão previstas para começar no próximo dia 22; espaço foi inaugurado em março e pretende fomentar boas práticas, saneando gargalos da cadeia produtiva
Centro de Referência em Cachaça de Florestal vai estimular produção
No Centro, em Florestal, foram investidos cerca de R$ 3,5 milhões | Crédito: Diego Vargas / SEAPA

A produção de cachaça de alambique em Minas Gerais ainda enfrenta diversos desafios, mas iniciativas estão contribuindo para solucionar parte dos problemas e estimular a regularização e o ganho de qualidade. No próximo dia 22 de abril, está previsto o início das análises de qualidade no Centro de Referência da Cachaça de Florestal. A unidade, que fica em Florestal, na região Central, foi inaugurada em março e recebeu cerca de R$ 3,5 milhões em investimentos.

Conforme o gerente de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Lucas Silva Ferreira Guimarães, o Centro de Referência da Cachaça de Florestal resultou de um esforço conjunto de várias entidades. O objetivo é solucionar gargalos, incentivar e apoiar os empreendedores para que regularizem as atividades e evoluam na qualidade.

O espaço faz parte do projeto “Centro de Referência em Cachaça do Estado de Minas Gerais – Transferência de Tecnologia aos Produtores”. A construção da unidade foi viabilizada pelo governo de Minas com investimento de mais de R$ 3,5 milhões. O recurso veio por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedese), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e capitaneado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

“O Centro de Cachaça de Florestal será uma referência em análises de monitoramento da qualidade da cachaça, no fomento às boas práticas de produção, saneando os gargalos através das análises. Além disso, será referência no desenvolvimento de tecnologias e conhecimento para o setor produtivo. Algo que o setor da cachaça de alambique e Minas Gerais carecem que se desenvolva”, confirma o representante do IMA.

Barril de cachaça
No espaço, será possível realizar monitoramento dos 14 parâmetros exigidos em normativo do Mapa | Crédito: Alexandre Tavares / Adobe Stock

Ainda conforme Guimarães, a previsão é que, a partir de 22 de abril, o Centro inicie as análises de qualidade. No espaço, será possível realizar o monitoramento dos 14 parâmetros exigidos em normativo próprio da cachaça elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Conforme a Seapa, através do Centro, haverá transferência de tecnologia, por meio de capacitações para os produtores formais e informais da cachaça. Eles poderão participar de cursos, como o de correção do solo, de cultivo de cana-de-açúcar e de boas práticas de fabricação. Haverá ainda o aprimoramento de tecnologias de produção, análise sensorial e produção de blends, além da efetiva criação do laboratório de análise de cachaça.

A partir dos trabalhos desenvolvidos junto aos produtores e dos resultados físico-químicos (parâmetros estabelecidos pela legislação), haverá a elaboração de um plano de ação com o agricultor. Essa assistência técnica será feita com base em análises laboratoriais, com o corpo técnico da Universidade Federal de Viçosa (UFV – Campus Florestal), em parceria com a Emater- MG, IMA, Epamig e a Prefeitura Municipal de Florestal.

Conforme Guimarães, em relação aos custos das análises, a expectativa é que os valores sejam mais competitivos. Isso devido ao Centro não buscar ganhos financeiros e, sim, ser um laboratório para atender aos empreendedores de cachaça da melhor forma. Dessa forma, é mais um estímulo para que os produtores da bebida participem e invistam na regularização e também na melhoria das bebidas.

“Ações deste tipo fazem com que os empreendedores se motivem e busquem produzir de forma regular. Assim, eles obtêm melhores produtos, melhores performances de produção e passam a acessar todos os mercados, não só em Minas Gerais como também no exterior”, finaliza Guimarães.

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