Agronegócio

China habilita sete plantas para exportação de soro fetal bovino

China, principal parceiro comercial de MG, habilitou recentemente 7 frigoríficos no País; produto tem alto valor agregado
China habilita sete plantas para exportação de soro fetal bovino
Habilitação de unidades para exportarem soro fetal foi a segunda grande habilitação anunciada pela China em menos de um mês | Crédito: DIÁRIO DO COMÉRCIO / ARQUIVO / Alisson J Silva

A China, principal parceiro comercial de Minas Gerais, habilitou sete frigoríficos brasileiros a exportarem soro fetal bovino. Dentre os estabelecimentos, um é de Minas Gerais – Biomin Biotecnologia Ltda, empresa localizada em Divinópolis, na região Centro-Oeste do Estado. Os demais frigoríficos estão em Goiás – onde foram habilitadas três empresas -; em São Paulo, dois frigoríficos, e um no Mato Grosso do Sul. Em março, o país asiático já havia habilitado 38 plantas para exportação de carnes, sendo uma em Minas Gerais. Foi um número recorde de habilitações.

Conforme os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o soro fetal bovino é um produto que tem alto valor agregado e tecnológico. O produto é um componente fundamental para o cultivo de células em laboratório, contribuindo para avanços na pesquisa biomédica e na produção de vacinas e medicamentos.

O analista de Assistência Técnica e Gerencial do Sistema Faemg Senar, Giovanne Oliveira, explica que novas habilitações são importantes para o desenvolvimento da produção pecuária no Estado. 

“As habilitações das recentes plantas para exportação de produtos pecuários podem estimular ainda mais o desenvolvimento da pecuária mineira, agregando, assim, valor aos produtos e subprodutos da cadeia. Essa conquista demonstra a qualidade técnica e sanitária das empresas ao atender pré-requisitos internacionais de qualidade. Atualmente, é possível aproveitar quase 100% no abate de bovino em indústrias frigoríficas. Habilitações de plantas para exportação são sempre positivas quando se agrega valor ao produto primário”, explicou.

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Habilitação da China evidencia a inovação da produção 

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, ressaltou, no Instagram, a importância da habilitação chinesa para que os frigoríficos do País exportem soro fetal bovino. Segundo ele, o insumo é utilizado em processos de tecnologia avançada relacionados à produção de vacinas, medicamentos e tratamentos de doenças do rebanho. Além disso, tem alto valor agregado, mostrando o relevante papel do Brasil também na biotecnologia e inovação. 

“Agora, as sete plantas brasileiras poderão processar este produto de altíssimo valor agregado e vender para o país asiático. Este é mais um voto de confiança que nosso maior parceiro comercial deposita na agropecuária brasileira. Isso demonstra que o agro brasileiro, além de colocar comida no prato das famílias em 180 países do mundo, fornece insumos para o desenvolvimento de imunizantes, medicamentos e pesquisas em biotecnologia. A vocação do agro brasileiro também é ciência, biotecnologia, inovação, saúde e sanidade. É o Brasil na vanguarda do mundo”, disse Fávaro.

Em nota, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa, ressaltou que a habilitação das unidades para a exportação de soro fetal bovino para a China mostra o avanço nas relações comerciais do Brasil com o país asiático. Em março, a China também habilitou 38 plantas frigoríficas para exportação de carnes. 

“Essas novas habilitações são frutos do bom relacionamento com a República Popular da China desde o início desta gestão. Estamos testemunhando um grande avanço nas relações comerciais, com a autorização de uma ampla gama de estabelecimentos para exportar carne bovina e seus subprodutos para aquele país. Isso é motivo de grande entusiasmo para todos nós”, disse Perosa.

Habilitações para exportação de proteínas

Conforme o Mapa, a habilitação das unidades para a exportação de soro fetal bovino foi a segunda grande habilitação anunciada pelo país em menos de um mês. No início de março, a Administração Geral de Aduanas da China (GACC) enviou comunicado ao Mapa concedendo 38 habilitações a plantas frigoríficas do País.

Ao todo, foram oito abatedouros de frango, 24 abatedouros de bovinos e um estabelecimento bovino de termoprocessamento. Pela primeira vez, também foram habilitados cinco entrepostos, dos quais um é de bovino, três de frango e um de suíno.

Entre as plantas habilitadas, uma é a Minerva S.A, que está localizada em Janaúba, no Norte de Minas, na categoria bovina. Naquela data, o ministro Carlos Fávaro também ressaltou a importância da parceria entre os países.

“Esse é um momento importante para os dois lados. A China vai receber carnes de qualidade com preços competitivos, garantindo, assim, produtos a sua população, e ao Brasil a certeza de geração de emprego, oportunidade e crescimento da economia brasileira. É um dia histórico na relação comercial Brasil-China, um dia histórico para nossa agropecuária”, disse.

SITE BIOMIN
Unidade de biotecnologia mineira está instalada em Divinópolis, no Centro-Oeste do Estado | Crédito: Reprodução / Site Biomin

Segundo os dados do Mapa, a China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango. Sendo assim, o maior parceiro comercial para proteína animal. Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carnes do Brasil, ultrapassando, portanto, mais de US$ 8,2 bilhões.  

– Estabelecimentos habilitados a exportarem soro fetal bovino para China

Minas Gerais

Biomin Biotecnologia Ltda 

Goiás

River City Biotecnologia Ltda

Sorobras Biotecnologia Ltda

Soroquality Biotecnologia

São Paulo

Bio Nutrientes do Brasil Ltda

Cripiom Biotecnologia Ltda

Mato Grosso do Sul

JBS/SA

Fonte: Mapa

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