Agronegócio

Consumo de café deve crescer 1% em 2023 e chegar a 21,5 milhões de sacas

Abic projeta encerrar 2023 com 21,5 milhões sacas/60 kg consumidas; crescimento é considerado significativo
Consumo de café deve crescer 1% em 2023 e chegar a 21,5 milhões de sacas
Pesquisa encomendada pela Abic aponta que bebida tem relação afetiva com consumidores Crédito: Adobe Stock

O consumo de café no Brasil deve encerrar 2023 em alta. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a expectativa é ampliar em 1% o consumo, atingindo, assim, 21,5 milhões de sacas de 60 quilos. A estabilização dos preços do café, a melhoria na qualidade e a diversificação nas formas de consumo são fatores que ajudam a impulsionar a demanda. 

De acordo com o diretor-executivo da Abic, Celírio Inácio da Silva, o avanço do consumo de café no País vem acontecendo já há alguns anos. Somente em 2022, o volume demandado ficou estável, resultado de uma menor oferta e preços mais elevados. 

“Nossa projeção é encerrar o ano com o consumo de café no País 1% maior, somando 21,5 milhões de sacas de 60 quilos. Isso significa quase 30% da produção de café do Brasil. No nosso último levantamento, o consumo per capita de café torrado está em 4,84 quilos por habitante ao ano”.

Presente em 97% dos lares brasileiros, o café é a segunda bebida mais consumida no mundo, perdendo apenas para a água. Por ter uma presença forte nos lares, o crescimento de 1% é significativo. 

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“A gente ainda não fechou o ano e o último trimestre pode surpreender, o resultado depende muito das temperaturas e também dos preços, que vêm apresentando algumas volatilidades. A previsão de alta de 1% no consumo do Brasil pode parecer pouca, mas o café já é uma bebida que está presente em 97% a 98% dos lares. Então, já tem um consumo bem estabelecido e, mesmo assim, cresce”, explicou. 

Qualidade e preços são importantes para o aumento do consumo de café

Os esforços da cadeia do café são muitos para estimular o consumo. Nos últimos anos, houve grande avanço na qualidade dos produtos e também nas formas de consumir o café. Além disso, em 2023, houve uma maior estabilização dos preços, após um 2022 onde a cotação subiu cerca de 30%. 

“Vários aspectos têm sido importantes para o aumento do consumo. O primeiro é o preço estabilizado, isso é importante para o consumidor. Além disso, as indústrias investiram nas variações de embalagens, de tipos de café e também nas formas de preparo. Outro ponto importante é a qualidade, que é essencial para que as pessoas consumam mais café”.

Para o próximo ano, as expectativas também são positivas. Apesar dos cafezais estarem enfrentando variações climáticas, como redução das chuvas e altas temperaturas, a tendência ainda é de uma boa safra em 2024, tanto em volume quanto em qualidade do café

Hábitos e preferências dos consumidores do café 

Com o objetivo de conhecer o perfil do consumidor de café, o Instituto Agronômico (IAC), em parceria com o Instituto Axxus e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), fez a pesquisa “Evolução dos Hábitos e Preferências dos Consumidores de Café no Brasil, entre 2019 e 2023”. O levantamento é considerado importante para que a cadeia conheça mais os consumidores. 

Dentre os resultados, a pesquisa apontou que 97% dos entrevistados bebem café ao acordar e para 61% a bebida colabora para a melhora do humor e da disposição. Foram entrevistadas 4.200 pessoas, sendo 1.890 homens e 2.310 mulheres. 

O diretor-executivo da Abic, Celírio Inácio, explica que as pesquisas são importantes para o País e a realizada pelo IAC vem ratificar pontos interessantes, como o hábito da maioria, 97%, de continuar tomando o café ao acordar e que a bebida provoca a melhora do humor. 

“As pesquisas estão sempre presentes na cadeia do café, até pelo histórico, somos o segundo consumidor e os primeiros produtores e exportadores do mundo. O café é muito relevante na sociedade, muitos municípios do Brasil vivem do café. A bebida tem uma relação afetiva e pesquisa vem ratificar isso. Alguns pontos são muito relevantes, como 97% dos entrevistados que continuam bebendo café ao acordar. Para 61% o café melhora o humor e a disposição, é muito interessante pois ratifica o que, cientificamente, a gente sabe”.

Inácio destaca ainda a queda do percentual de pessoas que não bebiam café. Em 2019, o índice era de 8%, caiu para 3% em 2022 e se manteve em 3% em 2023. “Isso é fantástico. A queda no número de pessoas que não consumiam o café vem devido à uma bebida mais qualificada. As pessoas estão mais abertas a novas experiências, a conhecer novas formas de consumir o café”.

Preferência

Outro ponto destacado é a forma com que o consumidor escolhe o café. De acordo com a pesquisa, este ano, 16% afirmaram comprar o café mais barato, em 2021, o índice era de 21%. No grupo que afirmou comprar dentre as marcas de preferência aquelas de menor preço, o índice passou de 39%, em 2021, para 43%, em 2023.

“O índice de consumidores que selecionavam o café somente pelos preços mais baratos caiu de 21% para 16%. O consumidor está fazendo seleção dos café, escolhendo as marcas de preferência, e, dentre, elas selecionando as de melhor preço. Isso é interessante porque existe relação entre preço e qualidade. Mostra que estamos no caminho certo”. 

Café nos lares brasileiros

  • 97% bebem café ao acordar
  • 61% há melhora do humor e da disposição
  • 3% não bebem
  • 16% compram o café mais barato

Fonte: Pesquisa “Evolução dos Hábitos e Preferências dos Consumidores de Café no Brasil”

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