Desembolso em crédito rural cresce 20% para Minas

Durante a safra 2022/23, os produtores rurais de Minas Gerais demandaram mais recursos do Plano Agrícola e Pecuário (PAP). Nos 12 meses da safra, encerrada em junho, foram desembolsados em crédito rural R$ 44,45 bilhões para o Estado, uma alta de 20% frente aos R$ 37,09 bilhões registrados no Plano Safra anterior. Com o resultado, Minas Gerais respondeu por 13% dos recursos totais liberados para o País.
No Brasil, de julho de 2022 a junho de 2023, os desembolsos do crédito rural somaram R$ 348,92 bilhões, valor que superou em 11% os R$ 314,87 liberados na safra anterior.
Conforme os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), ao longo da safra 2022/23, foram aprovados 231.837 contratos para acesso aos recursos do crédito rural, uma alta de 4%.
A maior parte dos recursos liberados para o Estado teve como destino a agricultura. Ao todo, foram R$ 30,15 bilhões para aplicação na atividade agrícola, volume que cresceu 20% frente aos R$ 25,04 bilhões liberados na safra 2021/22. Somente para a agricultura, foram 109.804 contratos aprovados, 12% a mais.
Para a pecuária, os desembolsos chegaram a R$ 14,3 bilhões, aumento de 19% na demanda. Ao todo, foram 122.033 contratos liberados, uma queda de 2%.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
A assessora técnica da Seapa, Amanda Bianchi, explica que os preços valorizados das commodities ao longo do ano safra 2022/23 estimularam a demanda de crédito no Estado.
“No ano safra 2022/23, houve aumento na busca pelo crédito frente ao ano safra 2021/22, isso porque os preços da soja e do milho, principalmente, no ano passado, estavam muito bons para o produtor”.
Amanda ressalta que o milho e a soja são os principais grãos produzidos no Estado e a valorização dos preços gera grande impacto na economia mineira, assim como o café, que é o principal produto do agronegócio estadual.
“O cenário favorável fomenta a busca pelo crédito. São recursos importantes que o produtor utiliza para a aquisição de fertilizantes, sementes, demais insumos e também para fazer melhorias diversas e planejar a comercialização”, explicou.
A tendência é que a demanda pelos recursos do novo plano – 2023/24 – continue em alta.
“No Plano 2023/24, o governo federal priorizou a sustentabilidade, garantindo juros menores para o produtor que tem práticas sustentáveis. Minas Gerais tem avançado nisso e, por isso, a tendência é de aumento na demanda, com os produtores buscando mais e aproveitando os juros menores”, explicou.
Linhas de crédito
A maior parte dos recursos desembolsados para o Estado é destinada para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos. Somente para esta linha, a de custeio, foram R$ 26,79 bilhões aprovados, um aumento de 34% se comparado com os R$ 19,97 bilhões registrados na safra anterior. Foram 113.794 contratos aprovados, 15% a mais.
Para o custeio da agricultura, os produtores tomaram R$ 16,43 bilhões em crédito, alta de 37%. A aprovação de contratos cresceu 17% , encerrando o período com 57.960 contratos liberados.
Ao longo de junho, a maior busca de recursos financeiros foi para aplicação na cultura da soja, R$ 384,57 milhões, seguida pelo café, R$ 256,57 milhões, milho, R$ 46,31 milhões, cana-de-açúcar, R$ 25,77 milhões, e alho, R$ 20,54 milhões.
O valor liberado para custear a pecuária cresceu 30% e encerrou os 12 meses da safra em R$ 10,36 bilhões. Ao todo, foram 55.834 operações aprovadas, número 13% superior.
A maior parte do crédito da linha de custeio da pecuária foi para a produção de bovinos, com desembolso de R$ 678,89 milhões. Para suínos foram liberados R$ 35,06 milhões e a avicultura ficou com R$ 13,61 milhões.
Durante o PAP 2023, a linha de investimentos também seguiu com demanda maior, porém, em níveis menores que a de custeio. Os produtores rurais mineiros acessaram R$ 10,11 bilhões em crédito para investir, avanço de 1%, sobre os R$ 10,03 bilhões visto em igual intervalo da safra anterior. Foram aprovados 114.535 contratos, 5% a menos.
A agricultura buscou a maior parte dos recursos de investimentos. Ao todo, foram destinados para o setor R$ 6,86 bilhões em crédito, aumento de 2%. Para investimentos na agricultura, foram aprovados 48.715 contratos, 5% a mais.
Já a pecuária demandou R$ 3,25 bilhões, valor 2% menor. A aprovação de contratos caiu 12% e encerrou os 12 meses da safra com 65.820 unidades liberadas para a pecuária.
Os desembolsos de crédito para a comercialização dos produtos agrícolas e pecuários cresceram 3%, com a destinação de R$ 5,62 bilhões para o Estado. A agricultura demandou R$ 5,37 bilhões, 7% a mais.
Já a liberação dos recursos para a pecuária caíram 441%, encerrando o período em R$ 250 milhões.
Os recursos liberados para a industrialização no Estado somaram R$ 1,93 bilhão, 17% a mais. A demanda da agricultura ficou 14% maior, chegando a R$ 1,49 bilhão. Para a industrialização da pecuária houve um aumento de 27%, encerrando o período com a liberação de R$ 440 milhões em crédito.
Ouça a rádio de Minas