Empresas avaliam impactos de geadas em plantações de café e cana

São Paulo – Geadas foram registradas em diversas áreas agrícolas no Brasil durante o fim de semana, incluindo regiões produtoras de café e cana-de-açúcar, com cooperativas e empresas ainda avaliando os eventuais impactos sobre a produção.
Cana, café, trigo e o milho safrinha, plantado tardiamente, são as culturas mais vulneráveis nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, onde as geadas foram relatadas, após o País ter sido atingido pela mais intensa massa polar vista neste ano.
Empresas de açúcar e cooperativas de café enviaram agrônomos a campo para uma melhor avaliação da situação. A produtora de açúcar e etanol São Martinho disse que 12.000 hectares de seus canaviais foram atingidos por geadas. A companhia, no entanto, disse que espera que eventuais perdas na produção sejam pequenas.
Minas Gerais – A cooperativa de café Minasul, no principal Estado produtor, Minas Gerais, afirmou que as geadas atingiram principalmente áreas baixas e montanhas.
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“Ainda estamos avaliando, mas parece claro que haverá algum impacto na produção”, afirmou à Reuters ontem o presidente da Minasul, José Marcos Magalhães.
Uma melhor avaliação sobre os impactos em áreas de café e cana-de-açúcar provavelmente levará alguns dias.
O Brasil está no meio da colheita do café e qualquer impacto seria sentido apenas na safra do ano que vem. Os comerciantes estavam esperando uma safra recorde em 2020, quando o País retorna à bienalidade positiva em seu ciclo de arábica. Mas ainda não está claro se a produção pode superar o recorde de 2018, de quase 62 milhões de sacas de 60 kg.
A Rural Clima, uma empresa de serviços meteorológicos que atende agricultores e cooperativas, disse que as geadas foram mais fortes no Sul, nas áreas de milho e cana do Paraná, mas fazendas em estados como Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais também foram afetadas.
“Para o café, parece que os campos novos sofreram mais, assim como as partes mais altas das árvores adultas”, explicou Ludmila Camparotto, agrometeorologista da Rural Clima.
Ela disse que os produtores de café podem cortar o topo das plantas para eliminar partes queimadas, preservando a parte inferior das árvores na esperança de recuperação para a próxima safra.
“O milho plantado mais tardiamente no Paraná, plantado por volta de março, pode ter problemas”, acrescentou ela, referindo-se aos campos ainda em fase reprodutiva.
Numerosas fotos de plantações atingidas pela geada foram postadas nas redes sociais ontem.
“Mas é preciso ter cuidado com isso; é difícil avaliar se todas essas imagens são recentes e se as geadas foram generalizadas ou apenas localizadas”, afirmou Vanusia Nogueira, chefe da associação brasileira de cafés especiais BSCA. (Reuters)
Exportações de grão sobem 38,1%
São Paulo – Os agricultores brasileiros embarcaram um recorde de 37,12 milhões de sacas de 60 quilos (kg) de café verde no ano-safra de 2018/19, encerrado em junho. O volume representou cerca de 38,1% a mais do que aquele exportado na safra anterior, com a ampla oferta do grão, após a maior produção da história, impulsionando o comércio.
De acordo com relatório divulgado ontem pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as vendas de café verde ao exterior em junho totalizaram 2,58 milhões de sacas, ou 13,6% a mais do que o registrado em igual período do ano passado. (Reuters)
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