Exportações de carne bovina caem em junho ao menor nível em 15 anos
São Paulo – Os protestos de caminhoneiros em maio, que obstruíram o tráfego nas principais rodovias do Brasil, e as proibições comerciais sobre a carne bovina do País levaram as exportações brasileiras da proteína a cair em junho ao menor nível para o mês em 15 anos, informou ontem a INTL FCStone, citando dados do governo. As exportações brasileiras de carne bovina totalizaram 54.390 toneladas no mês passado, 45,4% menos na comparação anual. A greve de 11 dias dos caminhoneiros e incertezas em relação aos preços de fretes depois das paralisações contribuíram para a queda, destacou a INTL FCStone. “A contração observada nas exportações decorre principalmente das dificuldades de recomposição da produção enfrentadas pelo setor desde a greve dos caminhoneiros entre o final de maio e início do último mês”, disse a INTL FCStone. A greve dos caminhoneiros teve impacto nos embarques de carnes congeladas nos portos e interrompeu a entrega de animais para abate, disse a consultoria. Isso levou o setor “a um período de estagnação da produção, diminuindo a oferta no mercado interno”, acrescentou. Os custos de frete doméstico subiram após a imposição de preços mínimos pelo governo como uma das medidas para acabar com os protestos. Dúvidas relacionadas aos preços de frete reduziram o fornecimento de ração, que já tinha sido abalado por uma alta de 20,5% no preço do milho depois que uma seca prejudicou a safra em importantes estados produtores, disse a consultoria. “O setor exportador brasileiro ainda aguarda uma retomada das compras de carne bovina in natura por parte da Rússia, que já foi a principal importadora da produção nacional”, disse a INTL FCStone. As exportações de carne bovina brasileiras para a Rússia foram proibidas no fim do ano passado.
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