Frio em setembro eleva preços de alimentos na Ceasa

As temperaturas mais baixas registradas no início de setembro aliadas ao período de entressafra de alguns produtos agrícolas fizeram com que os preços dos hortifrutigranjeiros, na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), unidade Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ficassem mais altos.
Conforme o levantamento da unidade, entre 1º e 23 de setembro, foi verificada alta de 6,4% no preço médio do quilo frente a igual período de agosto. Entre os produtos que apresentaram aumento estão importantes itens da cesta, como o tomate, com elevação de 16,6%, batata, 19,8%, e cebola, 14,9%.
A estimativa é que os preços possam ficar mais acessíveis a partir de outubro, uma vez que o período chuvoso, caso não seja excessivo, favorece a maior produção de alimentos e a oferta na Ceasa Minas.
De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da Ceasa Minas, Ricardo Fernandes Martins, na unidade de Contagem foi verificado aumento dos preços dos hortigranjeiros nos primeiros 23 dias deste mês, com o valor médio saindo de R$ 3,30 o quilo em agosto para atuais R$ 3,51. No período, a estimativa é que a oferta de alimentos tenha retraído cerca de 8%.
Na Ceasa Minas, o grupo de hortaliças foi o que mais contribuiu para a evolução dos preços. Foi verificado aumento de 13%, com valor médio por quilo subindo de R$ 2,61 para R$ 2,95.
Já as frutas apresentaram pequena redução nos preços, de 0,8%. O quilo foi negociado em média a R$ 3,92, ante os R$ 3,95 vistos de 1º a 23 de agosto.
“Alguns problemas, como as temperaturas mais baixas registradas no início de setembro, redução da área plantada em algumas culturas e a passagem por período de entressafra de determinados produtos, provocaram queda na oferta. Além disso, também registramos demanda maior vinda de outros estados. Tudo isso fez com que os preços ficassem mais caros”, explicou.
Ainda segundo Martins, normalmente, setembro já é marcado por uma melhor oferta de produtos na Ceasa Minas, o que não aconteceu este ano.
Situação ainda é favorável
Mesmo diante do aumento dos preços, no nono mês do ano, a situação ainda é melhor que a registrada no início de 2022, quando as fortes chuvas que atingiram o Estado prejudicaram tanto a oferta como a logística de distribuição dos itens alimentícios.
“Na Ceasa Minas, os hortigranjeiros vinham apresentando reduções de preços desde março. Foram cinco meses de queda consecutivos. Mesmo com o aumento em setembro, a média de preço do quilo dos hortigranjeiros está 9,1% menor que em março, quando o volume estava cotado a R$ 3,86”.
As maiores altas nos preços foram verificadas nas hortaliças. O tomate teve valorização de 16,6%, com o preço do quilo subindo de R$ 1,69 para R$ 1,97. Alta também no quilo da batata, de 19,8%, com o valor saindo de R$ 2,02 para R$ 2,42. No caso da cebola, a alta de 14,9% fez com que o quilo fosse negociado a R$ 3,85. A abóbora japonesa apresentou variação de 14,8%, com o quilo vendido, em média, a R$ 1,55.
“São produtos importantes, que podem impactar na inflação, mas temos algumas situações em que, apesar da alta, o preço ainda está em nível baixo. Exemplo disso é o tomate – com alta de 16,6% e o quilo a R$ 1,97 -, valor que não traz rentabilidade para o produtor e está muito abaixo dos R$ 5,12 por quilo registrados na média de abril”, exemplificou.
O segmento também registrou algumas quedas. O pepino apresentou redução de 24%, com o valor por quilo saindo de R$ 2,92 para R$ 2,22. A alface ficou 23,4% mais barata, com o quilo vendido a R$ 4,42. A queda no preço do milho verde foi de 6,5%, com o valor saindo de R$ 2,17 para R$ 2,03. A mandioquinha encerrou o intervalo com pequena redução de 0,8%, sendo negociada a R$ 7,65 o quilo.
Frutas em baixa
No grupo das frutas, as principais altas foram no limão taiti, 40,3%, banana-nanica, 25,3%, banana-prata, 21,9%, e mamão formosa, com elevação de 2,9%. Entre as que tiveram queda nos preços estão a melancia, com redução de 13,6% e o quilo saindo de R$ 2,14 para R$ 1,85, manga, com baixa de 6,8%, pêssego, de 13,1%, e mamão havaí, de 0,5%.
“A tendência é que, nos últimos três meses do ano, a situação seja mais favorável na Ceasa Minas. A retomada das chuvas, principalmente se as mesmas vierem de forma mais tranquila, ajuda a ampliar a oferta e a qualidade dos alimentos de forma geral”, explicou Martins.
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