Região de Ouro Preto quer transformar a jabuticaba em um vetor de desenvolvimento

A produção de jabuticaba na região de Ouro Preto faz parte da tradição, da cultura e da economia da região. Produzida nos quintais das propriedades, a fruta, além do consumo para mesa, é base para diversos produtos como as geleias, licores, vinhos, doces e outras receitas. Diante da importância e do potencial de desenvolvimento, a região tem se organizado para formar um Arranjo Produtivo Local (APL) e buscar a Identificação Geográfica da produção, na modalidade Denominação de Origem.
De acordo com o diretor de APL e cooperativismo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Fernando Abreu, várias entidades da região e do Estado estão participando e/ou apoiando o projeto. Chamado “Jabuticaba Ouro Preto – A Pérola Negra para o Desenvolvimento Produtivo e Econômico Local”, o projeto tem o objetivo de transformar a região em um APL.
Para ter um APL reconhecido é preciso que a região tenha um setor econômico com grau de cooperação entre os agentes interno e externo e lideranças. Além disso, com o reconhecimento, existem muitas vantagens que são importantes para o desenvolvimento do setor.
“As vantagens são muitas, entre elas, o aproveitamento das políticas públicas e de entidades para desenvolver de maneira unida o setor, gerando além da união, a representatividade diante ao poder público, diante do mercado e de entidades representativas. Além disso, com o APL, as compras e as ações mercadológicas passam a ser em conjunto, sendo mais vantajosas para todos os envolvidos”.
Para a região de Ouro Preto ser reconhecida como um APL, vai ser feito um amplo levantamento que vai detalhar a produção da jabuticaba. Assim, será levantado o volume de produção e número de pessoas que trabalham na atividade.
Haverá ainda ações de capacitação para a formação de lideranças e dos grupos, criação e estruturação de um espaço cooperativo para produtores possam fazer laboratório dos produtos, uma cozinha para a jabuticaba.
“Depois de todo este trabalho, será possível buscar o reconhecimento do APL junto ao governo de Minas Gerais. Caso seja reconhecido, haverá o planejamento do desenvolvimento e crescimento do APL, participação em programas de exportação e outras políticas de Estado. Todos os APL também contam com o apoio de entidades privadas, como a Fiemg, Faemg, Ocemg e Federaminas, Fecomércio, Fapemig, Sebrae, entre outras”.
Além do reconhecimento como APL, a região também busca a Identificação Geográfica da produção, na modalidade Denominação de Origem.
“São dois projetos caminhando juntos. A jabuticaba na região faz parte da história. As iniciativas vão valorizar muito a região, que é muito rica em tudo, em turismo de história, ecoturismo, na gastronomia. Ter a Jabuticaba como vetor, vai gerar roteiros diferentes, passeios que vão aliar gastronomia, turismo, pesquisa. São várias opções que vão gerar empregos e um desenvolvimento muito grande. O vetor jabuticaba é uma joia da região”.
A expectativa é que o levantamento fique pronto no primeiro semestre de 2025, assim, a região poderá ingressar com o pedido de reconhecimento junto ao governo de Minas Gerais. Entre as cidades envolvidas estão Ouro Preto, Cachoeira do Campo, Glaura, São Bartolomeu, entre outras.
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