Minas Gerais tem potencial para atrair investimentos da indústria florestal

A indústria florestal de Minas Gerais caminha para um novo momento de expansão e atração de investimentos. Através de um trabalho conjunto entre a Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif) e o governo de Minas Gerais, várias iniciativas estão em curso para potencializar o setor, entre elas, medidas que visam desburocratizar processos e criar um ambiente mais favorável para os negócios. Além disso, através da Invest, Minas foi elaborado um estudo que mostra todo o potencial que o Estado tem para ser a nova fronteira da silvicultura.
O assunto foi discutido durante a 2ª edição do Florestas Uai, encontro da indústria florestal de Minas Gerais, que acontece nesta quinta-feira (10) e sexta (11), em Belo Horizonte. Realizado pela Amif e pela Malinovski, o evento tem apoio institucional do Diário do Comércio.
De acordo com o gerente de Agronegócio da Invest Minas, Lucas Ferreira, diante da demanda do setor e também como política de governo – que visa atrair investimentos para Minas Gerais – a Invest Minas encomendou o estudo “Estudo Potencialidades na Cadeia Produtiva da Silvicultura em Minas Gerais”. O objetivo é levantar e mapear as oportunidades do Estado no setor de base florestal e, consequentemente, na silvicultura.
“O setor de silvicultura está crescendo muito. Fomos consultados por algumas empresas sobre o potencial do Estado, mas não tínhamos isso detalhado. Sabemos que o Estado tem a maior floresta plantada do Brasil e de todo o seu potencial, mas o dado apurado mesmo, que vai definir o negócio, a gente não tinha em mãos. Então, encomendamos um estudo sobre as potencialidades de Minas Gerais na silvicultura. Agora, o governo começa a traçar ações para atrair empresas”.
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Inédito
A presidente da Amif, Adriana Maugeri, ressalta que o estudo de potencialidade para desenvolvimento da cadeia florestal é inédito. Ele vem no momento de retomada e de desenvolvimento do setor florestal.
“O setor florestal ficou aquém de todo o seu potencial nos últimos anos. Perdendo grandes oportunidades de investimentos nessa cadeia produtiva tão rica, que é a da madeira de Minas Gerais. O estudo, que é imparcial, apresenta as características que fazem de Minas Gerais um Estado promissor para atrair novos investimentos. Além disso, é importante para a expansão daqueles que já acreditam e estão no Estado”.
Estudo mostra os potenciais para atrair investimentos
O estudo tem o intuito de mostrar, realmente, os diferenciais do Estado para atração de investimentos de indústrias de base florestal. Para isso, foram avaliados inúmeros critérios, desde precipitação, relevo, altimetria, declividade e a questão da produtividade desses maciços florestais.
Conforme o gerente de Agronegócio da Invest Minas, Lucas Ferreira, o estudo está em fase final de conclusão, o que deve acontecer nos próximos dias. Através dos dados preliminares, já é possível identificar Minas Gerais como um grande player no Brasil para atração de indústrias de base florestal.
“Notadamente, através desse estudo, a gente conseguiu identificar áreas tanto de maciços florestais para instalação de indústrias brownfields como também para indústrias greenfields. Então, Minas Gerais, com a entrega desse estudo, se tornará uma nova fronteira da silvicultura. Acredito que vamos mudar o patamar desse setor no Estado”.
Regiões mais promissoras
O estudo avaliou o potencial em todo o Estado. Entre as regiões, as mais promissoras são a Central e o Noroeste de Minas Gerais. Isso devido às características como o valor da terra nua, proximidade de recursos hídricos, a questão logística, a ligação com ferrovias, clima e níveis de precipitação.
“Outras vantagens das duas regiões são o próprio perfil das propriedades, que são de grande porte, então, facilita a formação de maciços e também a presença de maciços florestais já formados nas regiões”.
Neste foco, conforme Ferreira, houve a identificação de 7 milhões de hectare para a indústria brownfield e outros 15 milhões de hectares para uma indústria greenfield. “Acreditamos muito, que, nos próximos anos, a gente consiga atrair uma grande indústria de celulose”.
Estudo de potencialidade integra projeto Minas Investe+ Florestas
A presidente da Amif, Adriana Maugeri, está otimista em relação ao potencial que Minas Gerais tem para atrair novas indústrias e também estimular aportes das que aqui já produzem. Isso porque além do estudo de potencialidades, que é essencial para balizar as empresas que pretendem investir no Estado, houve uma maior aproximação do setor florestal com o governo de Minas Gerais. Esse trabalho conjunto, em busca do desenvolvimento, tem solucionado gargalos que travam o setor.
“O estudo de potencialidade integra o pacote de medidas do governo voltado para o setor e que tem avançando, que é o Projeto Minas Investe + Florestas. Assim, com o programa, o governo fez diversos avanços, como por exemplo, a simplificação do licenciamento ambiental para a floresta – saindo de anos de licenciamento para meses ou até dias – e também a revisão da taxa de florestas. São divisores de águas muito importantes para o setor, eram gargalos que impediam o desenvolvimento e a expansão”, explicou Adriana.
A secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa, destacou que a pasta, junto com a AMIF e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semad), tem trabalhado para desburocratizar e simplificar o processo de licenciamento ambiental e em outras frentes que impulsionem o setor.
“Tivemos avanços na desburocratização do processo de licenciamento, teremos outras ações em relação à taxa florestal e vamos avançar também nas áreas devolutas do Estado no Norte de Minas, onde há uma ação importante em relação à regularização e titulação destas áreas. O setor é muito relevante para a economia de Minas, sendo o Estado um destino importante para receber investimentos. Além disso, é fundamental em relação à descarbonização da economia de Minas Gerais e pela capilaridade, já que está presente em 811 municípios, dos 853. Isso demonstra a vocação de Minas”, disse Mila.
Reposicionamento da comunicação do setor florestal
Diante do potencial de crescimento e de desenvolvimento do setor florestal em Minas Gerais, a Amif lançou a campanha “Florestas Pensadas de Minas Gerais”. O objetivo é reposicionar a imagem e melhorar a reputação da agroindústria florestal mineira. Conforme a presidente da Amif, Adriana Maugeri, o setor florestal é a maior cultura agrícola do Estado e a que mais preserva. A produção conta com 2,3 milhões de hectares plantados e 1,3 milhão de hectares preservados.
Apesar disso, segundo Adriana, o mineiro não percebe e não consegue admirar essa vocação natural. “Nós estamos em 811 dos 853 municípios mineiros. Então, para a gente, é um orgulho ser apaixonado por árvores como o mineiro e queremos transmitir essa mensagem. Nosso objetivo é que o mineiro reflita sobre como é esse capital ecológico, ambiental e social tão importante do Estado para muito além do café, do queijo, da cachaça, que são mundialmente conhecidos”.
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