Mundial do Queijo Brasil 2024 vai premiar os melhores queijos do País

Um dos maiores eventos de queijo do País, o Mundial do Queijo do Brasil 2024 vai reunir os melhores queijos nacionais e internacionais entre os dias 11 (quinta-feira) a 14 de abril (domingo), na cidade de São Paulo. Minas Gerais será destaque no evento, de 1.496 produtos nacionais inscritos, 556 são do Estado. Além de premiar os melhores queijos, o Mundial é de extrema relevância para o desenvolvimento da cadeia queijeira do País.
De acordo com uma das organizadoras do Concurso de Queijos e Produtos Lácteos no 3° Mundial do Queijo do Brasil, Heloisa Collins, o evento nacional foi baseado em um dos mais renomados eventos do mundo, o Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, que acontece em Tours, na França.
Conforme ela, além de premiar os melhores produtos, o Mundial também é espaço de aprendizado, o que é fundamental para o avanço da cadeira do queijo.
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“O mundial é extremamente importante para a produção nacional de queijos. Ele ajuda a desenvolver toda a cadeia queijeira. É um evento amplo, que reúne os personagens de todas as etapas da cadeia produtiva. Temos os produtores, que são o principal participante, pesquisador, lojista e queijeiros. Então, é um evento para fortalecer a cadeia. Por isso é muito importante”.
Produtores de queijos cada vez mais capacitados
Ainda segundo Heloisa Collins, a participação no Mundial é crescente e que os queijos de Minas sempre estão presentes. Além dos queijos nacionais, a edição deste ano terá exemplares da França, México, Suíça, Itália, Argélia, entre outros.
“Os produtores de queijos de Minas Gerais participam ativamente do Mundial. O Estado lidera as inscrições com o cadastro de 556 produtos, seguido por São Paulo, com 303, e Paraná, com 170. A cada edição, o número de inscritos aumenta, não só porque aumenta o ânimo e a vontade de concorrer, mas também pelo número maior de produtores preparados para concorrer. Isso é muito importante porque incentiva o produtor a se qualificar, a melhorar o queijos, a legalizar a produção. Para participar do Mundial é necessário ter, pelo menos, um selo de inspeção”.
Novidades
Uma das novidades da edição, conforme explica a coordenadora, é a premiação de outros produtos além do queijo. Durante o evento, serão eleitos o melhor Fondue do Brasil, os melhores produtos lácteos, o melhor queijista e o melhor queijeiro.
Há grande variedade entre as categorias. Além dos produtos fabricados com o clássico leite de vaca, também concorrem os produtos de leite de cabra, de ovelha, de búfala e também da categoria especial de leite misturado.
“Os que gostam de produzir misturando leite, o que é muito comum na Europa, aqui também podem concorrer. São cerca de 30 categorias em que os queijos podem se encaixar e uma, tipo guarda-chuva, que abriga os não previstos. Então tem variedade incrível”.

As expectativas em relação ao Mundial são positivas, principalmente, por ele reconhecer os melhores queijos e, assim, contribuir para o desenvolvimento e reconhecimento dos produtores.
“Estamos bastante otimistas com a edição. Os concursos são muito importantes para os participantes. Quem ganha é muito reconhecido no mercado, o produtor de queijo, por exemplo, já experimenta o efeito praticamente de imediato”.
Programa Via Láctea discute produção
Durante o Mundial do Queijo do Brasil 2024, também há espaço para o compartilhamento de estudos, pesquisas e realização de palestras e mesas-redondas, o que é considerado essencial para a evolução da produção. Conforme Heloísa, o Programa Via Láctea contará com conferências técnicas para profissionais.
Em 2022, o programa reuniu 33 conferências e contou com rodada de negócios. Agora, em 2024, o projeto acontecerá nos dias 12 e 13 de abril, em três salas para 50 pessoas. Uma das conferências já confirmadas no programa será ministrada por Múcio Furtado, PhD em queijos, e terá como tema a “Revisão Geral dos Defeitos dos Queijos”.
O evento contará também com Vitor Gomide, eleito Melhor Queijeiro do Brasil na edição de 2022 do Mundial do Queijo. Gomide ministrará a palestra “A experiência de comercializar queijo em feira livre”.
A programação do projeto Via Láctea também conta com participantes que trazem a experiência internacional da produção de queijo, como na palestra “Uma Viagem Queijeira ao Canadá”, ministrada por Christoph Preusser.
Premiados no Mundial do Queijo Brasil ganham mercado
A produtora de Coronel Xavier Chaves, na região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais, Mariana Bonanza, conquistou duas medalhas na edição 2022 do Mundial, primeiro concurso de queijos em que ela participou. Os queijos do Laticínio Bonanza, que foi construído durante a pandemia de Covid-19, ganharam a Medalha de Ouro Minas Frescal e a Medalha de Bronze Meia Cura.

Para a edição atual, Mariana, que conduz a produção junto com os pais, inscreveu cinco produtos: o queijos Minas Frescal, o queijo Minas Padrão, o meia cura com 21 dias maturação, o meia cura com 365 dias maturação e a coalhada integral.
“Nosso laticínio é novo, construímos durante a pandemia. Meu pai é responsável pela fazenda e pela captação do leite. Eu e minha mãe desenvolvemos as receitas e somos responsáveis pelo laticínio. Nossa ideia foi criar um queijo frescal diferenciado, artesanal, suave, com pouco soro e visualmente muito bonito. Começamos a produção com 5 litros ao dia, hoje, estamos com 600 litros ao dia”.
As expectativas em relação ao Mundial 2024 são positivas. “Ter ganhado em 2022, primeira vez que participei de concursos, mudou o cenário. Não era a gente falando da qualidade e sim um reconhecimento em um concurso importante. Temos muito orgulho em colocar as medalhas nos rótulos, importante e consagra nosso trabalho. Temos como meta a qualidade, produtos diferenciados e completamente artesanais”, explicou.
Sonho
Mariana explica que a abertura do laticínio era um sonho. Com carreira consolidada em uma grande empresa de laticínios em outro estado, ela também pode voltar para casa e trabalhar em família. A conquista dos prêmios foi fundamental para o sucesso do laticínio.
“Troquei uma carreira muito sólida por algo que era um sonho. Sempre confiei, então, eu precisava produzir coisas diferenciadas para me manter no mercado. Meu objetivo é fazer os produtos com o leite da fazenda do meu pai. Para isso, eu precisava agregar, tornar os meus queijos diferentes no mercado. No dia do concurso eu fiquei sabendo que estava grávida. A gente conseguiu essas medalhas na gravidez e foi muito legal porque a gente se manteve. Hoje, meu filho, que tem 11 meses, fica junto comigo na produção, fazendo parte de toda essa história. Então, são três gerações, meus pais, eu e meu filho”.
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