Equinocultura: nova gestão da ABCC Campolina quer atrair associados e promover a raça

A partir de 2025, a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCC Campolina) terá uma nova gestão. Quem assumirá a presidência é o criador mineiro e proprietário do Haras Camparal, de Araxá, Marcos Amaral Teixeira. Entre as metas para os três anos de gestão está o fomento à raça em todo o País, com estímulos para atrair criadores para a associação e realização de mais eventos que envolvam a raça campolina.
O presidente eleito e o vice, Aylton Bernardino de Almeida, terão como principal desafio o resgate social dos associados à ABCC Campolina. Hoje, são cadastrados cerca de 1 mil criadores, porém, o número de sócios ativos representa menos da metade, girando em torno de 400.

“Nosso objetivo, a princípio, será o resgate dos associados. A maior parte dos criadores ligados à associação, hoje, está inadimplente. Vamos negociar para que eles retornem à associação. Nosso objetivo com isso é fortalecer a associação e fazê-la voltar a crescer. Queremos encerrar 2025 com os atuais 1 mil associados adimplentes”.
Fomento à raça
Ainda conforme Teixeira, para estimular a retomada dos associados e também atrair outros criadores para se associarem, outra meta da nova gestão é fomentar a raça em todo o País. Para isso, a ideia é ampliar os eventos, com a realização de mais exposições, cavalgadas e provas de marcha – chamadas poeirões.
“Para que o número de associados volte a crescer precisamos dar condições para que os cavalos se mostrem. Então, nosso objetivo é promover as exposições, as cavalgadas, os enduros, provas funcionais e os campeonatos de marcha”, reitera.
Entre os projetos, está a realização da primeira Exposição Nacional de Marcha do Campolina, onde o objetivo é reunir os grandes marchadores de todo o País. O evento ainda está em fase de planejamento, por isso, não foram definidos a data e o local.
Para o próximo ano também está prevista a Exposição Nacional do Cavalo Campolina. O evento, que será de 31 de agosto a 7 de setembro, é o principal da raça e acontece em Belo Horizonte. Outro importante evento esperado para 2025 é a Exposição Brasileira do Campolina, que acontecerá na Bahia.
Quanto ao mercado, o mesmo segue aquecido. Conforme Teixeira, nos últimos anos, os leilões apresentaram altas de preços e liquidez total, mostrando, assim, o bom momento do Campolina.
“O cavalo Campolina é o mais bonito do Brasil. Além disso é o melhor marchador, é super dócil, apropriado para lida na fazenda, provas esportivas e cavalgadas. É o cavalo da família. Por isso, o mercado para a raça segue aquecido e em crescimento”, explica.
A história do Cavalo Campolina
Nascida em Entre Rios de Minas, a raça Campolina é uma das mais tradicionais entre os animais marchadores. O animal é o resultado de vários anos de seleção e cruzamentos de raças de cavalo feitos por Cassiano Campolina, fazendeiro de Entre Rios de Minas.
O criador começou a criação da nova raça de cavalos nos anos 1870. O objetivo era criar cavalos de grande porte, ágeis, resistentes e de beleza inigualável. Para definir o padrão racial e aperfeiçoar a raça conforme suas características oficiais, há 70 anos, foi fundada a ABCC Campolina que atualmente conta com cerca de 1,2 mil associados no País e quase 60 mil animais registrados.
Apesar de amplamente distribuída pelo Brasil, Minas Gerais concentra o maior plantel de cavalos Campolina. Conforme os dados da ABCC Campolina, no Estado estão registrados 28.783 animais da raça, praticamente a metade do plantel nacional.
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