Agronegócio

Oferta de alimentos na Ceasa recua 5,4%

Clima adverso no começo do ano prejudicou a produção agrícola e contribuiu para queda no fornecimento no ano até julho
Oferta de alimentos na Ceasa recua 5,4%
A movimentação financeira na Ceasa Minas, em Contagem, registrou aumento de 23,5% | Crédito: Eugenio Savio

A oferta de alimentos na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), unidade Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ficou 5,4% menor e somou 1,43 milhão de toneladas ao longo dos primeiros sete meses de 2022. A queda é resultado do clima adverso no começo do ano, que impactou de forma negativa a produção agrícola e transporte dos itens. Entre os grupos afetados está o de hortigranjeiros, que teve a oferta reduzida em 4% e preços elevados em 38,7%.

Entre janeiro e julho, a movimentação financeira gerada com a comercialização dos alimentos totalizou R$ 4,158 bilhões, representando alta de 23,5% no valor.

De acordo com o chefe da seção de Informações de Mercado, Ricardo Fernandes Martins, as fortes chuvas registradas nos primeiros meses do ano prejudicaram tanto a produção de alimentos como o escoamento no Estado.

Com o menor volume de produtos mineiros chegando à unidade, foi necessário manter o abastecimento com carregamentos vindos de outros estados, elevando os preços de forma significativa.

No setor de hortigranjeiros, o mais importante da unidade, com a queda de 4% na oferta, que ficou em 812,1 mil toneladas, houve um incremento de 38,7% no preço médio, com o quilo chegando a R$ 3,51. O resultado foi uma movimentação financeira de R$ 2,849 bilhões no setor, alta de 33,3% em relação aos primeiros sete meses do ano passado. Entre os alimentos que ficaram mais caros estão a batata, cebola, banana, maçã, melancia e mamão.

“A redução da oferta foi influenciada pelas condições climáticas, o excesso de chuvas que também comprometeu o transporte. Um exemplo é a abóbora japonesa. Cerca de 85% da oferta era fornecida por municípios mineiros, mas, no início do ano, só 59% vinha de Minas, o restante de Santa Catarina e Paraná. Isso fez com que os preços aumentassem. Além do custo de produção mais caro, o transporte ficou bem mais alto que no ano passado. Foram vários os produtos nesta situação, como a batata, tomate, cebola, entre outros”, explicou.

Ainda segundo Martins, os preços médios praticados na unidade ainda estão mais altos que no ano passado, já que é necessário um tempo maior para a recuperação das produções e, consequentemente, da oferta.

“A notícia boa é que, desde maio, os preços vêm cedendo, apesar de ainda maiores do que ano passado, mas está reduzindo a diferença. A expectativa é que, se mantida as condições climáticas mais favoráveis, a tendência é de mais queda nos preços. O período atual é mais fácil de produzir, de colher e de transportar. Mantida as condições, provavelmente novas reduções irão ocorrer, favorecendo o consumidor. Enquanto isso, ele precisa administrar com pesquisas de preços e priorizando os produtos de época”.

Julho

Em julho, foram ofertadas 150,015 mil toneladas na Ceasa Minas de Contagem, variação positiva de 1,2% frente a junho. No período, o preço médio do quilo ficou em R$ 3,90, queda de 1,3% na comparação com o mês imediatamente anterior. A movimentação financeira total chegou a R$ 585,6 milhões, ante R$ 584,9 milhões, alta de apenas 0,11%.

Entre os setores, o de hortigranjeiros teve uma oferta de 116,083 mil toneladas, o que representou uma alta de 1,1%. O preço médio do conjunto foi de R$ 3,28 o quilo, demonstrando uma redução de 3,2% no valor frente a junho. Vale lembrar que, quando comparado com julho do ano passado, o preço médio dos hortigranjeiros continua maior (35,5%).

As hortaliças apresentaram uma oferta de 65 mil toneladas, ficando 0,8% maior em relação a junho. O preço médio foi de R$ 2,73, redução expressiva de 12,8%.

“As hortaliças já vêm sofrendo uma melhoria de preços desde maio, foi um segmento que atravessou um momento difícil no início do ano pelo excesso de chuvas. Agora a gente precisa que as frutas também apresentem preços um pouco mais baixos para a situação normalizar”.

Entre as hortaliças, os produtos que mais influenciaram a redução mensal do preço médio no setor foram quiabo, com redução de 41,9%, seguido pelo tomate (-39%), couve-flor (-24,3%), abóbora-moranga (-23,3%) e batata (-22,4%). Por outro lado, os destaques das altas foram inhame (8,9%), beterraba (3,2%) e pepino (0,3%).

Frutas

No que se refere às frutas, a oferta, em julho, foi de 45,66 mil toneladas, representando uma alta de 0,7%. O preço, R$ 3,77 por quilo, apresentou variação positiva de 9,6%. Entre os fatores que impulsionaram o valor está o aumento da procura de compradores de estados cujas regiões produtoras foram afetadas por problemas climáticos, como São Paulo e Santa Catarina.

Os produtos que puxaram a alta do setor foram melancia (55,3%), o mamão-formosa (44,4%), banana-nanica (35,5%), banana-prata (16,7%) e maçã nacional (15,4%). Quedas de preços foram verificadas no coco verde (-10,3%), mamão havaí (-4,1%) e manga (-1,1%).

A oferta de ovos somou 5,42 mil toneladas, alta de 7,4% frente a junho. O preço do quilo ficou em R$ 5,82, redução de 6,1%.

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