PIB do Agro em MG atinge maior valor em 10 anos

23 de abril de 2021 às 0h27

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Volume de café produzido em Minas contribuiu para bom desempenho | Crédito: Amanda Perobelli/Reuters

O Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio de Minas Gerais atingiu R$ 150,8 bilhões em 2020, valor 30,44% superior ante os R$ 115,6 bilhões registrados em 2019. A demanda global maior, aliada aos preços valorizados, à desvalorização do real frente ao dólar e a uma produção maior justificam o crescimento expressivo. 

Com o resultado, o PIB do agronegócio de Minas Gerais alcançou o maior valor nos últimos 10 anos e respondeu por 22,6% do PIB estadual, ante 18% em 2019. O resultado foi divulgado ontem pela Fundação João Pinheiro (FJP).

De acordo com o coordenador do núcleo de contas regionais da FJP, Raimundo de Sousa Leal Filho, os resultados do PIB do agronegócio mineiro foram muito expressivos.

“No ano passado, o PIB do agronegócio representou 22,6% do total das riquezas produzidas no Estado. É um salto bastante expressivo, especialmente em comparação com o resultado de 2019, quando a participação no PIB de Minas ficou em 18%”, disse.

Ainda segundo Leal Filho, as principais explicações para a alta expressiva estão relacionadas ao fato de 2020 ter sido um ano de produtividade alta no café, que é um produto importante para o Estado.

Além disso, a partir do segundo trimestre, a economia da China e de parte do leste asiático começaram a apresentar um controle bastante avançado da pandemia, e a recuperação econômica aconteceu relativamente cedo nestes países.

“A retomada aconteceu de forma que a demanda global pelos produtos do setor primário evoluiu de maneira positiva a partir do segundo trimestre e se mantendo, principalmente, no segundo semestre”, explicou.

Outro ponto positivo foi a evolução dos preços das commodities no mundo. “As principais commodities tiveram evoluções muito favoráveis, por serem avaliadas em moeda estrangeira. Além disso, o ano passado foi o  período em que a moeda brasileira depreciou em relação ao dólar e às demais moedas estrangeiras. Então, o faturamento local da produção do agronegócio teve um desempenho espetacular em termos de evolução de preços. A produção também respondeu aos estímulos e foi ampliada no Estado”, disse Leal Filho. 

Conforme os resultados da FJP, houve uma evolução do PIB de R$ 115,6 bilhões, em 2019, para R$ 150,8 bilhões em 2020. Do acréscimo nominal de R$ 35,2 bilhões ao PIB do agronegócio mineiro em 2020, R$ 18,4 bilhões foram adicionados ao Valor Adicionado Bruto (VAB) a preços básicos do setor primário (atividades núcleo da própria agropecuária e produção florestal) – que passou de R$ 28,9 bilhões em 2019 para R$ 47,3 bilhões em 2020.  Com o resultado, o setor primário aumentou a participação de 25% do PIB do agronegócio mineiro em 2019 para 31,4% em 2020. 

Os demais R$ 16,8 bilhões foram adicionados às indústrias e aos serviços conectados ao agronegócio, que passaram de R$ 86,7 bilhões em 2019 para R$ 103,4 bilhões em 2020.

Destaques

Em 2020, além da produção maior, os preços elevados de importantes culturas contribuíram para o resultado positivo do PIB do agronegócio de Minas Gerais.

Levando em conta a produção, a alta de 38,3% no volume produzido de café arábica, em Minas Gerais, teve impacto expressivo para o crescimento do setor primário em 2020. O preço do grão subiu 27,7%.

A soja teve acréscimo de 19,2% na quantidade colhida e preços alavancados em 50,9%. A cana-de-açúcar teve ganhos de 7,4% na produção e os valores 7,2% maiores. Já o milho apresentou expansão de volume de 2,5% e a cotação valorizou 48,8%. A produção de feijão cresceu 3,3%, enquanto os preços subiram 22,5%.

Já na pecuária, foram vistos aumentos de 4,6% no abate de frangos e de 4,8% em suínos, com os preços valorizando 8,4% e 32,7%, respectivamente. Por outro lado, a bovinocultura de corte apresentou queda de 5,7% no abate e preços 38,7% maiores.

A bovinocultura leiteira apresentou evolução favorável e a quantidade de leite adquirido aumentou 3,6% em 2020 comparativamente a 2019. O preço valorizou 23,3%. 

“Os números do agronegócio de Minas Gerais mostram a grandeza do setor. Em 2020, aumentamos a produção e os preços valorizaram, gerando uma combinação ideal. O setor, além de garantir a segurança alimentar interna, também foi capaz de atender à demanda mundial”, explicou o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez.

Para 2021, Albanez acredita em novos resultados positivos. “Estamos com uma produção de grãos excelente, com recordes na produção de soja e milho. O setor de cana-de-açúcar também está indo bem. Os preços das principais commodities seguem valorizados, o que pode contribuir para mais um resultado positivo do PIB. No café, é esperada produção menor, mas os preços estão bons”, avaliou.

Mesmo com a expectativa positiva, existe preocupação em relação ao setor de proteína animal. Os custos elevados, principalmente devido aos preços da soja e do milho, podem interferir nos resultados da produção.

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