Piscicultura em Minas Gerais cresce mais que média nacional

Por mais um ano, a piscicultura de Minas Gerais apresentou crescimento robusto e acima da média nacional. Conforme o levantamento da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), em 2023, a produção de peixes de cultivo no Estado chegou a 61,6 mil toneladas, registrando, assim, um incremento de 12,6% frente a 2022. A organização dos produtores e o mercado consumidor forte no Estado favoreceram os resultados.
Conforme os dados da Peixe BR, enquanto a produção de Minas Gerais avançou 12,6%, em nível nacional, a alta na piscicultura foi de 3,1%. Ao todo, o Brasil produziu 887.029 toneladas de peixes de cultivo em 2023.
Com o crescimento de dois dígitos, o maior visto entre os estados produtores, Minas Gerais subiu da 4ª posição para a 3ª entre os maiores produtores do País. A produção de Minas superou a de Rondônia e ficou atrás apenas do Paraná e São Paulo.
Das 61,6 mil toneladas de peixes cultivados em Minas Gerais, a grande maioria é de tilápia, com um volume de 58,2 mil toneladas. Em seguida, vem os peixes nativos, com 2,5 mil toneladas, e por fim, outros, com 900 quilos.
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Dentre os maiores produtores de Minas, estão Morada Nova, seguida de Guapé, Indianópolis, Ipiaçu e Alfenas.
De acordo com o presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, o crescimento da produção mineira acima da média nacional é resultado tanto do forte consumo de peixes no Estado como da organização dos produtores.
“Um dos principais pontos positivos de Minas Gerais chama-se mercado consumidor. Minas é um dos melhores mercados consumidores para o filé de tilápia. Minas não tem mar, mas tem gente que come peixe. Então, a demanda que outros estados estavam atendendo passou a ser atendida pela produção local”.
Piscicultura de Morada Nova de Minas se destaca com união de produtores
Ainda segundo Medeiros, o destaque na produção no Estado é a cidade de Morada Nova de Minas, que tem 8.500 habitantes e cerca de oito frigoríficos. Segundo ele, a união do setor e a busca constante de soluções para os gargalos enfrentados são diferenciais.
“Morada Nova de Minas, sozinha, produz mais de 50% da produção de peixe de cultivo do Estado. O que nós observamos de diferencial lá foi uma ação empreendedora local, onde se tem, hoje, aproximadamente sete ou oito frigoríficos. Por uma característica do mineiro de resolver os problemas, eles resolveram a questão mais difícil, que era a comercialização”.
Medeiros destaca ainda que a piscicultura em Morada Nova enfrenta desafios, mas que a ação empreendedora local, feita no início por pequenos produtores – que hoje são grandes -, tem resolvido gargalos que ainda persistem.
“O desafio maior para crescer, que eles estão vencendo. É exatamente a questão de regularização da cessão de águas da União. Eles incomodaram tanto o governo anterior quanto o atual em busca de solução para essa regularização”.
Conforme Medeiros, a piscicultura tem se desenvolvido na região de forma expressiva também pelo acesso ao crédito. “A cereja do bolo em Morada Nova é que existe uma cooperativa de crédito na cidade, que financia 100% dos produtores. Minas Gerais captou no sistema financeiro, no ano passado, R$ 81 milhões para custeio da piscicultura e, essa agência, sozinha, captou mais de R$ 78 milhões. Por isso, que o maior exemplo de desenvolvimento do setor chama recursos de funcionamento para custeio. Sem estes recursos de custeio, a gente não teria o resultado de Minas”.
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