Pitaya é introduzida na merenda escolar em São Sebastião do Oeste

A produção de pitaya vem ganhando espaço em Minas Gerais e pode crescer ainda mais com incentivos. Um deles é a introdução da fruta considerada exótica na merenda escolar. A iniciativa foi adotada em São Sebastião do Oeste, no Centro-Oeste de Minas Gerais. A ação pode estimular o ingresso de novos produtores no cultivo, uma vez que um dos maiores desafios da atividade é ter um mercado certo para escoar a produção.
De acordo com a técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Nádia Machado Rodrigues, a produção de pitaya é crescente e com a iniciativa da prefeitura de São Sebastião do Oeste pode estimular ainda mais a atividade.
“Acredito que, a partir do momento que houver compra para merenda escolar, mais produtores rurais vão querer investir no plantio da fruta. A Emater- MG atua junto aos produtores orientando desde o plantio – com a análise de solo e adubação – até a condução da lavoura, explicando sobre poda e aplicação de defensivos alternativos, sem agrotóxicos”.
A pitaya é uma alternativa interessante para que produtores diversifiquem a produção. “Cultivar a pitaya é uma forma de diversificar a produção e a renda. Agora na região, com a certeza de como escoar a safra, é melhor ainda. Vender a produção é um dos desafios”.
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Conforme os dados da Emater-MG, a prefeitura de São Sebastião do Oeste, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), vai adquirir até 600 quilos anuais de pitaya in natura e 800 quilos da fruta congelada.
“A produção de pitaya gera bom retorno financeiro. A implantação é cara, porque ela necessita de sustentação. Mas tem um bom valor. O quilo da pitaya para a merenda escolar está cotado a R$ 29,50, o que gera um retorno bom”, acrescenta a técnica.
Fornecer pitaya para merenda escolar é importante para produtores
A produtora Nedina Rodrigues Teixeira, que conduz a produção de pitaya juntamente com o marido Eliezer Oliveira Teixeira, está otimista em fornecer a fruta para a merenda escolar em São Sebastião do Oeste.
Segundo ela, entre os desafios enfrentados na produção estão a falta de um mercado certo para negociar a produção – o que será resolvido com a iniciativa da prefeitura em introduzir a fruta na merenda escolar -, e as intempéries climáticas.
Conforme Nedina, os investimentos na produção da fruta começaram há cerca de quatro anos.
“Começamos com poucas mudas, depois fomos ampliando e, hoje, são quase 5 mil mudas. Agora que começou a produzir. É uma cultura desafiadora porque enfrentamos as intempéries. Já tivemos geadas logo no início da nossa produção e, nesta safra, tivemos temperaturas muito altas, que prejudicaram as frutas. Tem muitas pragas que perturbam demais. Mas nos dedicamos muito e temos um controle eficiente. Na nossa produção, não usamos agrotóxico, usamos somente produtos naturais”.
Para a produtora, a introdução da pitaya na merenda escolar será importante para todos os envolvidos. “É muito importante porque teremos um lugar certo para comercializar, o que é muito bom. Além disso, é muito bom para os alunos, que terão um alimento saudável, rico em vitaminas e fibras. Muitas crianças não têm acesso a essa fruta, que é diferente. A prefeitura se preocupou com isso tudo”.
Produção de pitaya é crescente em Minas Gerais
Conforme os dados da Emater, a área plantada em Minas Gerais está em expansão e a maior parte das lavouras é conduzida pela agricultura familiar. Segundo a empresa pública, 137 produtores investiam na pitaya em 2022. As lavouras cultivadas com a fruta no Estado ocupavam 116 hectares, com uma produção de 682 toneladas. Deste total, 51,1% eram provenientes da agricultura familiar.
Já no ano passado, foram identificados 318 produtores de pitaya, com uma área de 158 hectares no Estado. A produção foi de 1.558 toneladas. A participação da agricultura familiar também cresceu e passou para 68,2%.
O coordenador estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, explica que as pitayas são frutos produzidos pela família das cactáceas. A fruta pode ser consumida em forma de sorvete, in natura, suco, vinho, saladas e até farinha de pitaya.
“A pitaya tem um preço atrativo. A fruta é vantajosa para a agricultura familiar e pode ser cultivada em pequenas áreas. Nós temos áreas, hoje, que vão de 0,1 hectare até mais de 1 hectare plantado com pitayas. Os maiores produtores aqui em Minas Gerais são Uberaba e Moema”.
Apesar de um custo alto de implantação devido à necessidade de sustentação, a planta se desenvolve bem no Estado, com poucas pragas e praticamente não tem doença.
“Um problema que era a polinização cruzada e, às vezes, acontecia à noite. Mas esse problema já está sendo resolvido com variedades que se auto polinizam. É uma atividade atrativa para o agricultor familiar, com certeza”, disse Sanábio.
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