Agronegócio

Por Amazônia, marcas suspendem compra de couro do País

Por Amazônia, marcas suspendem compra de couro do País
Crédito: Ueslei Marcelino / Reuters

São Paulo – A gestora da Kipling, Timberland, Vans e outras quinze marcas confirmou, em nota enviada à Folha de S.Paulo, que suspenderá o uso do couro brasileiro até que haja uma segurança em relação à origem dos produtos.

“A VF Corporation e suas marcas decidiram não seguir abastecendo diretamente com couro e curtume do Brasil para nossos negócios internacionais até que haja a segurança que os materiais usados em nossos produtos não contribuam para o dano ambiental no país”.

Na mensagem, a empresa também defendeu que seus negócios “visam a empoderar movimentos de estilo de vida ativo e sustentável”.

“Desde 2017, nós aprimoramos nosso abastecimento global de couro através de estudos para garantir que os fornecedores de couro estejam de acordo com nossos requisitos de abastecimento responsável”.

Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto disse que não irá comentar. O ministério do Meio Ambiente não respondeu até o fechamento do texto.

No grupo de marcas de grife da VF Corporation que suspenderam as compras de couro brasileiro estão Timberland, Dickies, Kipling,Vans, Kodiak,Terra, Walls, Workrite, Eagle Creek, Eastpack, JanSport, The North Face, Napapijri, Bulwark, Altra, Icebreaker, Smartwoll e Horace Small.

A decisão do grupo foi repassada ao governo na terça-feira (27) pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Em carta enviada ao Ministério do Meio Ambiente, o presidente da entidade, José Fernando Bello, alertou o governo para os efeitos negativos das queimadas para as exportações do setor.

“Recentemente, recebemos com muita preocupação o comunicado de suspensão de novas de compras de couros a partir do Brasil de alguns dos principais importadores mundiais. Este cancelamento foi justificado em função de notícias relacionando queimadas na região amazônica ao agronegócio do País”, disse o presidente do CICB no documento.

Entenda – À reportagem, Bello disse, na quarta-feira, que as marcas não tinham feito o cancelamento das remessas já acertadas, mas haviam solicitado aos curtumes uma garantia de rastreabilidade, e novos pedidos não devem ocorrer até que os esclarecimentos sejam prestados.

“Claro que enquanto isso não estiver esclarecido, eles não vão colocar novos pedidos”, afirmou.

Na tarde de quarta, o presidente Jair Bolsonaro publicou em sua rede social que as exportações de couro para abastecer as 18 empresas seguiam normais e que o CICB teria negado a suspensão, posição que não foi confirmada pela entidade.

Em nova conversa com a reportagem, o presidente do CICB reafirmou sua posição.

“Não estou voltando atrás – até o pessoal escreveu dessa maneira, e eu fiquei chateado”, afirmou Bello. (Folhapress)

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