Previsão é que Minas colha 8% a mais de grãos na temporada

A produção de grãos, em Minas Gerais, segue mantendo a tendência de crescimento na safra 2022/23. De acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a previsão é colher 8% a mais que na safra anterior, alcançando o volume recorde de 18,1 milhões de toneladas.
Conforme o 6º Levantamento da Safra 2022/23 de Grãos, a produção mineira tem como destaque a previsão de colheita da soja, cujo volume pode alcançar 8,32 milhões de toneladas e superar em 9,6% a safra anterior. A produção de milho total – 8,3 milhões de toneladas – tende a crescer 3,5% e chegar a 7,9 milhões de toneladas.
O aumento na safra mineira 2022/23 vem sendo estimulado pela expansão da área plantada, que pode chegar a 4,23 milhões de hectares e ficar 4,1% maior que a registrada anteriormente. A estimativa aponta para um produtividade total de 4,2 toneladas por hectares, aumento de 3,8%.
De acordo com o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Rafael Fogaça, as condições climáticas, em Minas Gerais, se mantiveram favoráveis para a maioria das culturas de primeira safra, mas as chuvas estão impactando a colheita do feijão.
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“Em Minas Gerais, as condições são muito semelhantes à média do Brasil. Tivemos atrasos nas culturas de primeira safra, mas o volume de chuvas foi favorável. Há, agora, uma chuva persistente na colheita da primeira safra e implantação da segunda”.
Com o atraso na semeadura da primeira safra, resultado do atraso das chuvas, Fogaça explica que a colheita da soja segue atrasada, porém, mesmo com as chuvas agora constantes, não foram registrados prejuízos.
“A colheita da soja atrasou, mas ainda não há prejuízos, talvez com grãos mais úmidos, mas não ao ponto de gerar prejuízos para o produtor. Já o feijão, realmente, foi colhido com uma umidade maior e, por isso, teve revisão para baixo na produtividade. Há também uma perda maior na qualidade dos grãos de feijão causando um deságio de preços aos produtores”.
O impacto do atraso tanto da semeadura como na colheita da primeira safra, vai impactar na decisão do produtor em implantar a segunda safra.
“Com o atraso na colheita da soja, a previsão é de redução do plantio do algodão e do milho segunda safra. Boa parte dessa área que seria dedicada aos produtos citados, deve ser semeada com sorgo ou trigo”.

Produtos
Entre os grãos cultivados em Minas Gerais, a soja é o destaque na safra 2022/23. Segundo a Conab, a safra de soja tende a aumentar 9,6%, chegando a um volume de 8,32 milhões de toneladas. A área produtiva de soja é de 2,16 milhões de hectares, expansão de 9,2%. A estimativa inicial é colher 3,84 toneladas de soja por hectare, volume 0,4% maior.
Para a primeira safra de milho, é esperada queda de 7,5% na produção, que pode chegar a 5,09 milhões de toneladas. A queda é resultado da redução de 6,7% na área, 783,3 mil hectares. A produtividade, 6,5 toneladas por hectare, está apenas 0,9% menor do que a registrada na primeira safra de 2021/22. O cereal, nos últimos anos, vem perdendo espaço para a soja.
Para a segunda safra de milho, a previsão inicial é que a produção chegue a 2,8 milhões de toneladas, volume 31,5% maior que na safra anterior. Mesmo com a alta, o incremento é menor que o esperado, já que devido ao atraso da primeira safra, houve perda da janela ideal para o plantio da segunda.
Caso as expectativas das duas safra de milho se concretizem, Minas Gerais vai produzir um total de 7,9 milhões de toneladas do cereal, superando em 3,5% a safra anterior.
Para a produção de feijão primeira safra, a estimativa é colher 221,2 mil toneladas, aumento de 10,2%. A produtividade tende a crescer 13,1% com a colheita de 1,5 toneladas por hectares. A área plantada ficou 2,6% menor, atingindo 146,4 mil hectares. A queda é resultado da concorrência com outras culturas.
Para a segunda safra de feijão, a previsão é de uma queda em torno de 5% e produção de 144,1 mil toneladas. A área se manteve estável, com o uso de 107,5 mil hectares e a produtividade mostra tendência de queda, 4,9%, com rendimento estimado em 1,3 tonelada por hectare.
Para o algodão, a estimativa é de um aumento de 6,9% na produção, chegando a 118,3 mil toneladas. A área de cultivo está estimada em 27,2 mil hectares, espaço menor em 7,6%. A produtividade, 4,35 toneladas por hectare, tende a aumentar 15,5%. A produção de algodão em pluma será de 48,3 mil toneladas, aumento de 9%.
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