Agronegócio

Produção de azeites em Minas Gerais avança com trabalhos da Epamig

Empresa pública é principal aliada de olivicultores do Estado
Produção de azeites em Minas Gerais avança com trabalhos da Epamig
Agroindústria da Epamig, em Maria da Fé, também auxilia produtores na extração de azeites | Crédito: Divulgação/Epamig

A produção de azeite, em Minas Gerais, vem avançando na produção e na qualidade. Os resultados positivos se devem, principalmente, às pesquisas e ao trabalho desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Além de ajudar os produtores na seleção das melhores variedades de oliveira, a empresa também apoia na condução dos olivais e na extração do azeite.

Por ser uma cultura nova no Estado, o suporte para a produção de azeite extravirgem de qualidade segue avançando com pesquisas e modernização dos equipamentos. Além disso, a Epamig passará a analisar agora a qualidade dos azeites. 

A avaliação da qualidade será possível porque a empresa recebeu um equipamento que vai fazer a análise da quantidade de gordura e ácidos graxos. Entre as análises está a avaliação de ácidos polifenólicos, que dão qualidade ao azeite.

Os equipamentos fazem parte do projeto de modernização da agroindústria da Epamig, em Maria da Fé, que recebeu cerca de R$ 2 milhões em investimentos. Houve a compra de uma máquina extratora mais moderna, lavadores de garrafa, rotuladores, tanques e mesas de inox, além de equipamentos de laboratório.

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Primeiro azeite biodinâmico do Brasil é produzido em Minas Gerais

Os trabalhos prestados pela empresa de pesquisa têm mudado a vida dos produtores de azeite de Minas Gerais e gerando negócios. Exemplo disso é o Azeite Zet, da Olivais de Quelemém.

Desde o início do negócio até chegar à produção do premiado Azeite Zet, o olivicultor Samir Rahme, contou com o apoio das pesquisas e da experiência da Epamig. Rahme produziu o primeiro azeite biodinâmico do Brasil.

Samir Rahme | Crédito: Fernanda Fabrino/Epamig

De acordo com a Epamig, o biodinamismo se caracteriza por uma produção que respeita os ritmos da natureza e utiliza práticas da agricultura orgânica, sem o uso de agrotóxicos, por exemplo.

“A árvore é tratada de maneira a oferecer o que tem de melhor. Assim, seguimos e respeitamos o ritmo da natureza, não forçamos nada e não damos nada a mais do que a planta necessita. As aplicações são próprias da biodinâmica e a nutrição básica é pela compostagem, a partir de esterco de vaca”, disse Rahme.

Na unidade produtiva de Rahme, a Epamig auxiliou com indicações para a escolha das variedades mais apropriadas para a região e na condução dos olivais. As primeiras extrações do azeite ocorreram na estrutura e nos equipamentos do Campo Experimental, em Maria da Fé.

Qualidade

O Azeite Zet é produzido a partir de azeitonas orgânicas, certificadas pelo Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD), maior certificadora de orgânicos da América Latina. A qualidade dos azeites da marca é reconhecida em premiações internacionais, como o Olio Nuovo Days Competition, em Paris, na França.

O próximo passo é atestar características dos azeites da marca em análises laboratoriais na própria Epamig. “A empresa recebeu um equipamento que vai fazer a análise da quantidade de gordura e ácidos graxos, principalmente, de ácidos polifenólicos, que dão qualidade ao azeite. Estou muito curioso para fazer não só a análise química e física, mas essa análise mais detalhada do nosso azeite”, explicou Samir.

Pesquisas

Conforme a Epamig, as pesquisas para o desenvolvimento e a adaptação da cultura de oliveiras em Minas começaram na década de 1970. A empresa pública também foi a instituição responsável pela primeira extração de azeite extravirgem no Brasil, realizada em fevereiro de 2008. Desde 2019, o governo de Minas já investiu R$ 2,3 milhões em pesquisas nesta cadeia produtiva.

“Alcançamos importantes avanços em termos de tecnologia em todas as etapas da cadeia produtiva, da produção de mudas à análise da azeitona e do azeite. “Ainda há muito a se evoluir, seja no estudo do comportamento das plantas, seja no conhecimento do potencial produtivo da oliveira ou em ações para amenizar os impactos das condições climáticas”, explicou o engenheiro agrônomo Luiz Fernando de Oliveira, coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig. (Com informações da Epamig)

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