Safra 2023/24 de grãos em Minas Gerais ficará 10,2% menor

Minas Gerais vai produzir, na safra 2023/24 de grãos, 16,8 milhões de toneladas. Assim, é esperada queda de 10,2% frente à safra passada, que foi recorde. Conforme os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a queda está atrelada a fatores climáticos, como chuvas irregulares e as altas temperaturas. Os principais grãos cultivados no Estado, soja e milho, terão queda de 6,7% e 19,8%, respectivamente.
A área destinada à safra de grãos 2023/24, em Minas Gerais, ficou estável em 4,33 milhões de hectares. Já a produtividade, 3,8 toneladas por hectare, retraiu 10,1% no período, resultado de um clima mais adverso.
Para a soja, grão mais produzido no Estado, a estimativa aponta para uma colheita de 7,79 milhões de toneladas, representando, portanto, uma retração de 6,7%. A queda é resultado da menor produtividade, que apresenta diminuição de 10% e rendimento médio de 3,46 toneladas por hectares. O clima foi o fator que impactou. Quanto à área plantada, a mesma ficou 3,7% maior, somando, então, 2,25 milhões de hectares.

De acordo com o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Silvio Porto, a colheita da soja caminha para o encerramento. “A colheita da soja está bem avançada e bem semelhante ao ano passado, apesar do plantio ter atrasado em função das questões climáticas”.
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Clima impacta e safra de milho em Minas Gerais cai 19,8%
Para o milho, a safra total 2023/24, será de 6,36 milhões de toneladas. Desta forma, haverá queda de 19,8%. A menor produção se deve tanto à redução da área cultivada como da produtividade.
Conforme os dados da Conab, na safra 2023/24 de milho, houve redução de 11,9% na área plantada em Minas Gerais, somando, então, 1,13 milhão de hectares. Com as condições climáticas desfavoráveis, a produtividade ficará 9% menor. O rendimento média estimado é de 5,6 toneladas por hectare.
A maior queda na produção de milho ocorreu na primeira safra. Ao todo, Minas Gerais colheu 3,8 milhões de toneladas na temporada, uma retração de 26,2%. A área, 672,3 mil hectares, e a produtividade, 5,6 toneladas por hectare, caíram 14% e 14,2%, respectivamente.
Na segunda safra, a colheita do milho foi estimada em 2,5 milhões de toneladas, representando, assim, uma queda de 8,1%. Neste período, a área de cultivo foi reduzida em 8,6%, chegando a 463 mil hectares. Já para a produtividade, 5,5 toneladas por hectare, é esperado avanço de 0,5% sobre igual período da safra passada.
Conforme a Conab, o plantio do milho segunda safra em Minas Gerais foi finalizado no início de abril, portanto, muito além da janela ideal de cultivo. As chuvas acima da média nas principais regiões produtoras foram as grandes responsáveis por dilatar as operações de semeadura. De toda maneira, as lavouras semeadas na janela ideal apresentam elevado potencial produtivo, o que mantém a média estadual estável, até o momento.
Demais grãos
Devido aos fatores climáticos, o plantio do sorgo, cultura mais resistente à seca e que substituiu o milho em parte da alimentação dos rebanhos, cresceu. A previsão da Conab aponta para um volume 10,4% maior na safra 2023/24, alcançado, então, 1,3 milhão de toneladas. A área cresceu 11,3%, chegando a 375,7 mil hectares.
Na safra de grãos 2023/24, a produção de feijão, em Minas Gerais, ficará maior. A estimativa da Conab aponta para um volume total 2,3% superior, chegando, assim, a 565,9 mil toneladas.

Para a primeira safra do grão a produção será de 206 mil toneladas, retração de 6,4%. A produtividade tende a cair 3% com a colheita de 1,45 tonelada por hectare. A área plantada ficou 3,5% menor, atingindo 141,6 mil hectares. A concorrência com outras culturas justifica o menor volume.
Na segunda safra do grão, o volume total de feijão, em Minas Gerais, será de 180 mil toneladas, 3,9% a mais. Já para a terceira, a expansão esperada é maior, de 12,7%, gerando assim, uma colheita de 179,6 toneladas de feijão.
Para o algodão, a estimativa é de um aumento de 16% na produção total, chegando a 144,5 mil toneladas. Conforme a Conab, a área de cultivo está estimada em 32,1 mil hectares, o que gerou uma alta de 24,4%. A produtividade, 4,5 toneladas por hectare, tende a cair 6,8%. A produção de pluma será de 59,9 mil toneladas, aumento de 15,9%.
Perdas na produção nacional serão maiores por catástrofe no Rio Grande do Sul
No Brasil, conforme a Conab, a produção nesta temporada está estimada em 295,44 milhões de toneladas de grãos, queda de 7,6%. No entanto, as fortes chuvas registradas no Rio Grande do Sul trarão impactos negativos para o resultado final do atual ciclo.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou que as perdas ainda estão em fase de levantamento, mas que políticas públicas estão sendo adotadas para garantir a oferta regular de alguns produtos, como o arroz, cuja maior produção vem do Rio Grande do Sul.
“Não é possível ainda ter precisão nas perdas para o setor no Rio Grande do Sul. Mas, por precaução, o governo federal, através de uma medida provisória, definiu a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz. É importante deixar claro que estamos tomando cuidados para proteger a produção nacional. Não queremos e não vamos trazer produtos de fora que competem com os nossos aqui”, explicou.
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