Agronegócio

Safra de grãos em Minas Gerais chegará a 16,7 milhões de toneladas

Após volume recorde no ciclo anterior, safra 2023/24 - que já caminha para o fim - vai encolher; produção mineira será 10,5% menor, totalizando 16,7 milhões de toneladas
Safra de grãos em Minas Gerais chegará a 16,7 milhões de toneladas
Foto: Divulgação Camila Domingues

A safra de grãos 2023/24 em Minas Gerais vai ficar menor, após o Estado colher um volume recorde no ano passado. Na atual temporada, que já caminha para o fim, a produção de grãos ficará 10,5% inferior, totalizando, assim, 16,7 milhões de toneladas. Entre os fatores que provocaram a queda, estão os efeitos negativos do El Niño nas produtividades e questões mercadológicas. A soja, que é o grão mais cultivado no Estado, terá uma redução de 6,7% no volume, estimado em 7,7 milhões de toneladas.

Conforme a 10ª estimativa da safra de grãos 2023/2024, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Minas Gerais, houve uma redução de 0,5% na área plantada, que somou 4,34 milhões de hectares. A produtividade média estimada para a safra, 3,8 mil toneladas por hectare, também caiu, 10%.

A tendência de queda também é vista em nível nacional. O volume da produção brasileira de grãos deverá atingir 299,27 milhões de toneladas na safra 2023/2024. O montante representa um decréscimo de 6,4% ou 20,54 milhões de toneladas a menos em relação ao ciclo anterior.

Conforme a Conab, a quebra de safra em relação ao ciclo passado se deve à intensidade do fenômeno El Niño. “A safra 2023/24 vai chegando ao final, com o início da colheita das lavouras de terceira safra. As dificuldades enfrentadas tiveram influência, principalmente, dos problemas climáticos”, explicou o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos.

Principais grãos cultivados em Minas Gerais

Dentre os grãos, a soja é o mais produzido no Estado. A estimativa aponta para uma colheita de 7,79 milhões de toneladas, representando, portanto, uma retração de 6,7%. A queda é resultado da menor produtividade, que apresenta diminuição de 10% e produtividade média de 3,46 toneladas por hectares. A retração se deve ao clima que impactou de forma negativa a produtividade. Quanto à área plantada, a mesma ficou 3,7% maior, somando, então, 2,25 milhões de hectares.

Queda também na produção total de milho. A safra total 2023/24 será de 6,4 milhões de toneladas. Dessa forma, haverá queda de 18,9%. A menor produção se deve tanto à redução da área cultivada como da produtividade.

Conforme os dados da Conab, na safra 2023/24 de milho houve redução de 11,3% na área plantada no Estado, somando, então, 1,14 milhão de hectares. Com as condições climáticas desfavoráveis, a produtividade está 8,6% menor. O rendimento médio estimado é de 5,6 toneladas por hectare.

A maior queda na produção de milho ocorreu na primeira safra. Ao todo, Minas colheu 3,9 milhões de toneladas na temporada, retração de 24,3%. Na segunda safra, a colheita do milho chegou a 2,5 milhões de toneladas, representando, assim, uma queda de 9,1%.

Safra de feijão também fica menor

Assim como na soja e no milho, a produção de feijão também caiu em Minas. Os dados apontam para uma redução de 3,8% na safra total, com a colheita de 532,1 mil toneladas. Tanto na primeira como na segunda safra houve queda no volume. A primeira safra rendeu 206 mil toneladas, representando, assim, um volume 6,4% menor.Na segunda safra de feijão, a queda foi de 10,2%, com a colheita de 155,6 mil toneladas.

Somente a terceira safra do feijão tende a crescer. A previsão é colher 170 mil toneladas, alta de 6,6%. “As primeiras estimativas para a temporada são de condições climáticas favoráveis até o momento. O manejo irrigado proporciona excelentes produtividades”.

Algodão

Para o algodão em pluma, a estimativa também é positiva. A previsão é de um aumento de 27,9% na produção total, chegando a 66,1 mil toneladas. Conforme a Conab, a área de cultivo está estimada em 32,1 mil hectares, o que gerou uma alta de 24,4%. A produtividade, 2,06 toneladas por hectare, tende a subir 2,8%.

“A cultura do algodão está com boa produtividade e aumento considerável da área. Com isso, a produção de pluma cresceu. O clima foi favorável e as lavouras estão em fase de colheita”, explicou Vasconcellos.

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