Agronegócio

Vinícola Arpuro inicia atividades no Triângulo Mineiro e planeja ampliação em 2022

Vinícola Arpuro inicia atividades no Triângulo Mineiro e planeja ampliação em 2022

Promover experiências. Esse é conceito que dá vida à Vinícola Arpuro, localizada no município de Uberaba, no Triângulo Mineiro. Com o primeiro plantio realizado na última sexta-feira (24), às margens da BR-050, o projeto da Arpuro conta, ainda, com uma área de degustação de vinhos nacionais no jardim da fazenda, que já está em construção e deve ser inaugurada em dezembro deste ano

Segundo o fundador do empreendimento, Valério Marega Júnior, a ideia de criação da vinícola surgiu em meio à pandemia, quando o empresário do setor financeiro, que reside em São Paulo desde 2005, retornou para Uberaba, cidade natal, para fazer o isolamento junto à família.

A partir da necessidade de se manter conectado, Valério investiu em pontos de internet em toda a propriedade rural do seu pai e, logo depois, iniciou pesquisas sobre o clima da região, amparado, até mesmo, por uma estação meteorológica. “Um belo dia eu assisti a um Globo Rural antigo e estavam falando sobre o plantio de vinhedos no Sul de Minas, na cidade de Caldas. E a reportagem falava que a planta precisa de dias quentes e noites frescas para o desenvolvimento”, lembra Marega Júnior. 

O clima ideal 

As medições meteorológicas mostraram ao empresário a alta amplitude térmica do local, já que no período do dia as temperaturas podem variar entre 40 e 35 graus Celsius e, durante a noite, costumam ficar entre 15 e 12 graus Celsius – mínimas e máximas registradas durante o verão e o inverno, respectivamente. 

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Com os resultados do clima em mãos e a ciência das características arenosas do solo e da altitude do local, registrada em 860 metros, Valério Marega Júnior buscou informações técnicas junto à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) para entender se as condições eram favoráveis ao cultivo, quando foi orientado a realizar consultorias com empresas especializadas. 

Com a avaliação positiva, desde então, o empresário investe no conhecimento e na tecnologia para definir os próximos passos, o que demandou, principalmente, o preparo do solo. “Por termos o microclima bem definido, descobrimos que o sistema de colheita ideal é o de dupla poda, quando a colheita da uva é feita no inverno. Hoje, temos praticamente uma fazenda hightech, com sensor de temperatura, de umidade do solo, de condutividade elétrica. Nós estamos aprendendo um novo negócio, mas queremos fazer da melhor forma possível”, afirma Valério. 

O plantio das videiras e o futuro da Vinícola

O primeiro plantio da Arpuro indica que a família está no caminho correto. Afinal, conforme Valério, a plantação de sexta-feira começou a brotar na terça (28), quatro dias depois do cultivo. Hoje, a plantação ocupa uma área de três hectares da fazenda que é de propriedade da família há 30 anos, sendo o espaço dividido para o cultivo de quatro tipos de uvas: Syrah, Marsanne, Marselan e Sauvignon Blanc

Apesar do tempo que a terra demanda para a produção, Valério já programa a plantação de outros 10 hectares, destinados também às novas castas de uvas, como Viognier, Cabernet Franc e Merlot.

Foco na experiência 

Enquanto a natureza se dedica à produção dos frutos das videiras, a Vinícola Arpuro ganha uma espécie de “bar”, localizado no jardim da fazenda. Esse será o ponto de encontro de visitantes da região e turistas para novas experiências a partir de dezembro de 2021, conforme planejamento do negócio. 

Ainda segundo Valério, a ideia é promover a degustação com vinhos de “futuros concorrentes” nacionais. “A fazenda é um lugar muito bonito. E a gente (a família) decidiu que não quer vender vinhos lá, queremos vender experiências. Queremos que as pessoas abram a porta dos carros e sintam o cheiro das 1.280 roseiras que foram plantadas em volta do vinhedo”, conta Valério — as rosas funcionam como inseticida natural e protegem as videiras de ataques, sendo fundamentais para alertar sobre a invasão de pragas. 

Além de Valério Marega Júnior, estão envolvidos no projeto o patriarca Valério Marega, também responsável pelo nome Arpuro, que remete à qualidade do ar no local, o irmão Paulo Marega, que cuida da área Agrícola, e as irmãs Alessandra Marega (Sommelier) e Cristiane Marega, as quais cuidarão da enogastronomia.

Vale ressaltar que a família está planejando, ainda, a implantação de um instituto destinado à formação de mão de obra qualificada local para atender à demanda da produção. 

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