Coronavírus

MG poderá produzir respiradores

MG poderá produzir respiradores
Romeu Zema conheceu o projeto para a fabricação de respiradores em Minas Gerais para o tratamento do coronavírus | Crédito: Gil Leonardi

O governador Romeu Zema visitou ontem, em Belo Horizonte, a empresa de soluções tecnológicas Tacom. Zema conheceu o projeto social “Inspirar”, que tem objetivo de fabricar respiradores para o tratamento do Covid-19.

Atualmente, o equipamento passa por um refinamento do software e por simulações para, posteriormente, ser homologado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser produzido em escala.

O diretor de Marketing e Mercado da Tacom, Marco Antônio Tonussi, explicou que o desenvolvimento do ventilador contou com mão de obra multidisciplinar: médicos intensivistas, engenheiros, programadores e desenvolvedores. “Recebemos o corpo clínico de um hospital de Belo Horizonte que afirmou que o equipamento é de fácil manuseio e de classe mundial”, disse.

De acordo com o governador Romeu Zema, em um momento em que há uma demanda em todo o mundo pelo equipamento, Minas Gerais pode sair na frente mais uma vez. “É muito bom saber que Minas tem condições de produzir com um custo que representa uma fração do respirador importado. Tive a oportunidade de conhecer como o ventilador funciona, justamente diante de um cenário em que todos os estados demandarão uma grande quantidade do produto”, ressaltou.

Barreira – A viabilidade da fabricação esbarra no processo de homologação e regulação pela Anvisa, processo que pode levar de seis meses a 12 meses. Para tentar destravar o imbróglio, a Tacom conta com o apoio jurídico e técnico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

O presidente da entidade, Flávio Roscoe, explicou que cerca de 10 projetos chegaram à Fiemg e a iniciativa da Tacom era a mais viável. “Foi justamente em função disso que nos envolvemos no projeto. Além do apoio de ordens técnicas, estamos integrando outras empresas para fazerem parte do programa”, disse.

Para o governador, essa barreira do prazo par a homologação e regulação pode se tornar uma grande preocupação. “O tempo de autorização da Anvisa pode inviabilizar o projeto. Se formos esperar até 12 meses corre-se o risco da pandemia ter passado e deixado marcas na nossa sociedade”, comentou. (Da Redação)

País adquire mais 4,3 mil equipamentos

O Ministério da Saúde assinou mais um contrato para aquisição de ventiladores mecânicos produzidos no Brasil. A empresa Intermed Equipamento Médico Hospitalar vai fornecer 4,3 mil aparelhos, essenciais nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) que têm pacientes infectados com o novo coronavírus.

A informação foi divulgada pelo então secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, durante entrevista coletiva.

O secretário lembra que os equipamentos são essenciais desde o início da emergência em saúde pública pela pandemia do coronavírus. E destaca que o mercado nacional tem se esforçado no momento em que as importações estão complicadas.

“Um item importante são os respiradores. Hoje, o Ministério da Saúde assinou contrato para aquisição de mais 4,5 mil respiradores com a Intermed. É o segundo contrato que o Ministério assina com a produção nacional, totalizando 11 mil ventiladores adquiridos para o enfrentamento da Covid-19”.

O primeiro contrato de aquisição com a empresa brasileira foi assinado na última semana, com a MagnaMed, que se comprometeu a entregar 6,5 mil ventiladores mecânicos para Unidades de Terapia Intensiva de hospitais em todo o País.

No final de semana, o governo do Brasil distribuiu outros 60 respiradores para três capitais que estavam precisando ampliar, com urgência, o número de leitos de UTI para atender doentes com Covid-19. Foram distribuídos 30 respiradores para Fortaleza, 20 para Manaus e 10 para Macapá. Esses equipamentos fazem parte dos pedidos administrativos às empresas exportadoras.

Gabbardo destacou que o Ministério vem adotando ações necessárias para atender à emergência no País, como a instalação de novos leitos e o aparelhamento necessário.

“Nós temos, hoje, 55 mil leitos de Unidade de Tratamento Intensivo e estamos ampliando esse quantitativo. Estamos ampliando com mais, pelo menos, 15 mil respiradores, o que significa um terço de acréscimo de novos equipamentos. Temos ainda a possibilidade de fazer importações adicionais. Vamos tentar importar em torno de 10 mil a 15 mil respiradores. Se for possível, vamos acrescentar em torno de 30 mil respiradores, 30 mil leitos de UTI à capacidade existente hoje.”

O Brasil possui atualmente 65.411 respiradores pulmonares, dos quais 46.663 estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a necessidade, estão sendo disponibilizados em todos os estados mais leitos com todo o aparelhamento necessário, como respiradores. (Agência do Rádio)

Ação do Senai já recuperou e entregou 100 aparelhos

O então secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, elogiou a iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para reparo de respiradores hospitalares, equipamentos utilizados para tratar pacientes com sintomas graves de Covid-19.

A Iniciativa + Manutenção de Respiradores, encabeçada pelo Senai, conta com uma rede voluntária formada pela instituição e por empresas multinacionais.

“599 ventiladores já haviam sido encaminhados para conserto. Desses, 90 estão em calibração e 100 respiradores já foram reparados e devolvidos para hospitais. Então, 100 desses [aparelhos] foram consertados e já podem entrar em funcionamento”, ressaltou Gabbardo.

A corrida por esses equipamentos no mercado mundial tem aumentado preços e aberto concorrência entre países como Estados Unidos e Reino Unido, que passam pelo pico da Covid-19 desde o início do mês. No Brasil, a estimativa é que 3,6 mil respiradores estejam fora de operação no Brasil, seja porque foram descartados ou têm necessidade de manutenção.

Para cada ventilador recuperado, 10 pessoas podem ser atendidas, segundo dados da LifesHub Analytics e da Associação Catarinense de Medicina (ACM).

A ação nacional, que é gratuita e se estende a 19 estados, conta com o apoio de montadoras e indústrias do aço e de mineração, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) da Universidade de São Paulo (USP), do Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin).

Atualmente, 35 pontos estão aptos para recolher e restaurar os equipamentos – em 20 unidades do Senai e em 15 unidades de empresas parceiras. Em estados onde não há pontos de manutenção, o Ministério da Defesa tem apoiado a ação e realizado o transporte dos ventiladores mecânicos.

O diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, reforça que o setor industrial não tem medido esforços para reduzir os efeitos da crise e garante que as empresas parceiras foram preparadas pela instituição para fazer a manutenção correta dos equipamentos.

“Essa rede está capacitada para, muito rapidamente, colocar em prontidão – ou seja, em pleno funcionamento – esses 3,6 mil aparelhos. Acreditamos que esse número pode chegar a cinco mil ventiladores e respiradores”, projeta Lucchesi.

Além de liderar a recuperação de respiradores fora de operação no País, o Senai também lançou o edital de inovação para a indústria, que investirá em projetos destinados a prevenir, diagnosticar e tratar o Covid-19 e que sejam de aplicação imediata. Isso inclui, por exemplo, a aquisição e a produção de materiais essenciais para o enfrentamento da crise, como álcool em gel e máscaras.

“A nossa atuação será no suprimento de problemas, como os testes rápidos para a detecção da doença. No isolamento, ter uma gama ampla desses testes vai ser de grande importância, bem como a fabricação de ventiladores (respiradores). Estamos focando em ações que vão ao encontro das necessidades da sociedade, do país e da indústria brasileira”, aponta Rafael Lucchesi, que reforça a importância de “salvar vidas”.

O investimento disponível para empresas e startups chega a R$ 30 milhões, se somadas as duas chamadas da licitação, e cada projeto poderá captar até R$ 2 milhões. Para participar do edital de inovação, as proposições podem ser realizadas por meio do WhatsApp, no número (61) 9-9628-7337 ou pelo e-mail [email protected].

Essas e outras ações do Senais fazem parte da campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”, que também conta com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Social da Indústria (Sesi), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das Indústrias dos 26 estados e do DF. (Agência do Rádio)

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