Coronavírus

Santander vê primeiros sinais da crise

Santander vê primeiros sinais da crise
Crédito:Sergio Moraes/Reuters

São Paulo – O presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, disse nessa terça-feira (28) que o banco vem implementando medidas para ajudar no enfrentamento da crise do coronavírus, como a redução do risco a cartão de crédito e o corte de gastos com tecnologia.

Rial disse que ainda não pode prever o impacto da pandemia no resultado do banco, embora a inadimplência e as perdas com empréstimos provavelmente subam após um primeiro trimestre cujo lucro acima das previsões fez as ações dispararem.

Ainda assim, ele não vê a taxa de inadimplência de 90 dias para bancos no Brasil subir acima do recorde anterior de cerca de 5%. Atualmente, 3% dos empréstimos em aberto do Santander estão vencidos há mais de 90 dias.

A unidade no país do espanhol Santander planeja manter o crescimento dos custos operacionais abaixo da inflação em 2020. Rial disse que o banco congelou contratações e cortou os investimentos em tecnologia em cerca de 30% este ano.

Ele ponderou que algumas medidas já tinham sido adotadas antes da pandemia. “Embora ninguém pudesse prever uma pandemia, estávamos prevendo um ano mais desafiador, então o banco tomou muitas medidas no final de 2019 que ajudarão agora”, disse ele.

O Santander Brasil também está recuando nas linhas de rotativo de cartão de crédito, vistas como mais arriscadas porque não têm garantias. A carteira de empréstimos com cartão de crédito do banco encolheu quase 9% no primeiro trimestre.

Embora tenha apresentado lucro líquido acima do esperado no período, o Santander Brasil disse que já sentiu os efeitos do coronavírus. O lucro foi de R$ 3,853 bilhões, 9,2% superior ao previsto pelos analistas da Refinitiv.

A crise gerada pela epidemia atingiu a receita de tarifas com serviços, que caiu 6,7% contra o trimestre anterior, a R$ 4,48 bilhões, especialmente em cartões, devido a mudanças nos hábitos de consumo com medidas de isolamento social.

A carteira de empréstimos do banco fechou março em R$ 378,5 bilhões, 7,5% superior a dezembro, impulsionada por empréstimos corporativos, à medida que as empresas buscaram mais crédito em meio à crise.

As provisões para perdas com empréstimos aumentaram 19,2% ano a ano, para R$ 3,424 bilhões, e Rial disse que o banco pode fazer mais provisões, dependendo de como a crise evoluir.

O retorno sobre patrimônio atingiu 22,3% no trimestre, alta de um 1 percentual na base sequencial e recorde para o banco.

Às 13h30 de ontem, a unit do Santander Brasil exibia valorização de 10,6%, enquanto o Ibovespa subia 3,5%.

Financiamento ao consumo – Rial, também presidente do Santander na América do Sul, disse que o banco mantém os planos de ampliar o financiamento ao consumo na região, embora possa desacelerar a implementação devido aos efeitos do coronavírus.

O banco espanhol registrou queda de 82% no lucro líquido do primeiro trimestre, ao reservar 1,6 bilhão de euros para cobrir as perdas esperadas pela pandemia do Covid-19. (Reuters)

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