Negociações do acordo de Mariana são suspensas por novo impasse com Vale e BHP

Segue o imbróglio para a repactuação do acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região Central do Estado. As negociações, que vinham avançando significativamente nos últimos meses, foram suspensas nesta semana. De acordo com o governo de Minas Gerais, a paralisação das tratativas ocorreu em função das empresas Vale e BHP se recusarem a apresentar uma nova proposta financeira.
Em nota, o Executivo estadual demonstrou indignação com a postura da Samarco, proprietária do empreendimento, e suas acionistas, Vale e BHP. Na última semana, as companhias, segundo o governo, já haviam oferecido valores insuficientes para a devida reparação do Rio Doce. É válido destacar que o processo estava previsto para ser concluído nessa terça-feira (5), conforme o calendário do Tribunal Regional Federal da 6ª região (TRF-6), responsável por conduzir o caso.
“Infelizmente, as companhias não têm se mostrado dispostas a efetivamente reparar uma tragédia que já completou oito anos, tirou a vida de 19 pessoas e deixou profundos danos socioambientais e econômicos para além da região diretamente atingida, impactando o Estado, o Espírito Santo e o País – apenas na calha do rio e região costeira são 2,5 milhões de cidadãos atingidos, em 49 cidades”, disse o Executivo estadual, reiterando seu compromisso por uma solução justa, efetiva e célere para o caso.
No texto, o governo ainda lembra que, apesar da evolução nas discussões técnicas sobre o acordo de Mariana, a reparação só será possível com a adoção de medidas que permitam as melhorias ambientais necessárias, a devida reparação às pessoas e aos municípios atingidos e o fortalecimento de políticas públicas em todo o território. A execução destas ações, conforme o Estado, demanda um aporte de recursos condizente com os impactos causado pelas empresas.
Por nota, a Samarco disse que permanece aberta ao diálogo e segue participando das negociações da repactuação do acordo, conduzidas pelo Tribunal Regional da 6ª Região, a fim de avançar em uma solução definitiva e consensual, baseada em critérios técnicos, ambientais e sociais.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
*Matéria atualizada em 06/12/2023 às 17:20h
Ouça a rádio de Minas