Acordo de Mariana pode viabilizar alças Sul e Sudoeste do Rodoanel

A concessionária do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte espera que recursos do Acordo de Mariana, assinado na última semana, possam viabilizar a construção das alças Sul e Sudoeste da rodovia, afirma o CEO da Rodoanel BH S/A, Celso Paes.
A primeira fase da rodovia, com as alças Oeste e Norte, tem aproximadamente 70 quilômetros de extensão e passa por oito municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O investimento será de R$ 5 bilhões, sendo R$ 3,072 bilhões do acordo de reparação pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, e R$ 2 bilhões da concessionária.
Já as alças Sul e Sudoeste fazem parte da segunda fase e farão o Rodoanel Metropolitano alcançar, ao todo, 100 km de extensão e 11 cidades da RMBH. Apesar de ter apenas 30 km de extensão, o custo estimado também é de R$ 5 bilhões, devido a 5 km de túneis que encarecem as obras.
Ambas estão previstas como “novos investimentos” no contrato de concessão e, segundo Celso Lopes, dependem do acionamento desse gatilho contratual para a construção. Ele espera que, assim como ocorreu com o acordo de reparação pela tragédia em Brumadinho, o Acordo de Mariana, assinado no dia 25, possa gerar recursos para o governo estadual poder acionar a cláusula.
“Isso faz parte do nosso contrato, é um gatilho importante e é claro que o quanto antes sair, melhor vai ser o benefício para a população de Minas Gerais”, declarou Paes. “Isso impacta em estudos e alteração de cronograma para efeitos da alça Sul e Sudoeste, que é uma antecipação, na nossa previsão, e estamos otimistas sim”, completa.
O CEO da Rodoanel BH agora aguarda que o governo de Minas Gerais possa chamar a concessionária para debater a expansão das obras de infraestrutura. “Agora depende do Estado entrar, sentar e negociar conosco a questão de como vai ser o estudo para esse gatilho”, disse Paes.
O projeto prevê a primeira rodovia classe 0 do Estado, com viadutos e túneis, uma redução estimada entre 30 a 50 minutos no tempo da viagem e diminuição de aproximadamente 5 mil caminhões no fluxo da área urbana da Capital.
Haverá um sistema de cobrança free-flow no pedágio, em que o motorista paga somente pelo trecho que utilizar, por meio de portais instalados ao longo da via, com sensores e câmeras de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR), no lugar de praças de pedágio.
Rodoanel BH beneficiará setor de construção civil da RMBH
Além dos benefícios diretos à população da RMBH, o Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte também beneficiará o setor da construção civil em Minas, aponta o CEO da concessionária da rodovia. Ele explica que o próprio contrato de concessão já prevê a contratação de mão de obra local, que levará em consideração o traçado do Rodoanel.
Todas as partes de suprimentos, materiais, equipamentos e construção terão um olhar atento da concessionária do Rodoanel para empresas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As obras da nova rodovia devem começar em junho de 2025.
No momento, a Rodoanel BH ainda não está com esta demanda, por estar envolvida em outras frentes, nos projetos executivo, de desapropriação e licenciamento ambiental. Mas o CEO da empresa ressalta que esse próximo passo da nova rodovia acontecerá logo em seguida à aprovação dos projetos pelo governo estadual.
“A partir do momento que o projeto executivo for aprovado pelo poder concedente, a gente já tem o traçado definitivo, vamos começar as tratativas de mercado, tanto com as construtoras, quanto na busca de profissionais, na busca de cotação e contratação de fornecimento de materiais”, finaliza Celso Paes.
Ouça a rádio de Minas