Aeroporto Carlos Prates deve ter novo prazo de liberação

As empresas instaladas no Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, devem ganhar um tempo a mais para retirar as aeronaves do local. O anúncio foi feito pelo prefeito da capital mineira, Fuad Noman (PSD), que afirma ter conversado com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na tentativa de prorrogar o prazo limite para retirada total dos equipamentos, determinado para o próximo dia 31.
Conforme o chefe do Executivo municipal, o órgão disse que é possível prolongar o período para decolagens das aeronaves que estão em manutenção no espaço, porém os pousos permanecem suspensos a partir do dia 1º de abril. Segundo ele, a Anac está avaliando a medida e a duração da prorrogação, que também será analisada junto às empresas.
“Temos que entender um pouquinho mais e ver o que eles (empresas) precisam, porque o avião está lá desmontado. Se gastar um mês para montar, será um mês. Se gastar dois meses terá que ser dois meses. Temos que deixar o avião sair de lá. Não dá para colocar em cima de um caminhão e levar”, ressalta.
Reunião com os envolvidos
Nesta terça-feira (21), o prefeito se reuniu com representantes do Aeroporto Carlos Prates, da Associação dos Concessionários, Usuários e Amantes do Aeroporto Carlos Prates (Voa Prates) e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O objetivo foi dialogar com os envolvidos sobre a transição das atividades do aeródromo.
Também participaram do encontro o deputado estadual Alencar da Silveira (PDT) e o prefeito de Pará de Minas, Elias Diniz (PSD). Este último, visando debater sobre uma possível mudança das operações para o aeroporto do município, na região Central do Estado. Ele foi convidado para sinalizar se existe a possibilidade da transferência ser feita para o local.
Segundo Diniz, o aeroporto de Pará de Minas está pronto para receber as demandas desde que sejam respeitados todos os procedimentos das aeronaves e os protocolos de comunicação e segurança. Ele também afirma que a transferência estimada para o prazo de 10 dias é insuficiente para qualquer tipo de mudança e que deve ser planejado quais são as empresas e o que elas precisam. Ainda diz ser contra o fechamento do Aeroporto Carlos Prates.
“Pará de Minas estará pronta para receber desde que sejam empresas que estejam ali prontas para somar no desenvolvimento e no potencial da nossa cidade. E, claro, nós não queremos que seja fechado o Carlos Prates. Tem que ser analisar tudo aquilo que envolva segurança. Infelizmente houve esse último acidente, mas se for analisar em termos de aviação de treinamento, nunca ocorreu um acidente por parte deles, nunca houve um óbito sequer. Então tudo isso tem que ser mensurado”, ressalta.
E complementa: “O município, dentro de um contexto logístico, está pronto para trabalhar, mas tem que ser analisado um novo processo de comunicação, balizamento voltado para a pista, cone de segurança, interligação da pista de taxiways, considerando a cabeceira de uma extremidade a outra, e a possibilidade dos hangares. A construção desses hangares, especificamente, você não faz de um dia para o outro. Tem que ser trabalhado em no mínimo de três a quatro meses”.
Já o presidente da associação Voa Prates, Estevan Velásquez, afirma que a reunião foi de diálogo, porém deixou clara a inviabilidade de fechar totalmente o aeroporto em pouco menos de duas semanas e transferir as operações para outro aeródromo.
“Ficou muito claro tanto pelo posicionamento do prefeito Elias, de Pará de Minas, quanto de todos os outros interlocutores que estavam presentes, como que é inviável o que está sendo proposto, ou seja, a questão do fechamento do aeroporto em 10 dias. Não se constrói uma casa em 10 dias, quem dirá mover 22 hangares, 15 empresas e mais de 120 aeronaves para qualquer outro lugar que hoje não tem nenhum tipo de infraestrutura”, salienta.
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