Aeroporto Carlos Prates pode virar área industrial e habitacional
O Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, poderá se transformar em um espaço produtivo e habitacional. A parte próxima ao Anel Rodoviário seria o destino de indústrias não poluentes e de logística. A outra receberia um parque com grande área verde e 2 mil casas populares, com equipamentos básicos como escola municipal, postos de saúde, creches e centro comercial. O terreno tem 547 mil metros quadrados (m²).
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), expôs a ideia ao ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, durante reunião em Brasília, na semana passada. No último dia 24 de janeiro, ele também apresentou a proposta ao ministro Alexandre Padilha (PT).
“Eu fui falar com o pessoal que se eles forem fechar o aeroporto dia 31 de março como foi falado, eles têm que providenciar a segurança do local e a saída do pessoal. A minha preocupação é que eles deem uma utilização para o aeroporto. Se eles não quiserem dar uma utilização, que passem para a Prefeitura, pois vamos estudar um projeto para lá”, diz Fuad.
Conforme o prefeito, o projeto apresentado se trata de mais uma possibilidade de destinação para a área. Ele afirma que ainda não tem resposta de qual será o destino e que o governo federal está estudando junto às secretarias responsáveis o que será feito com o local. Ainda de acordo com Fuad, caso o terreno fique vazio, haverá problema de segurança, o que também deverá ser avaliado.
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“É uma terceira opção. Se for, farei uma área de logística e indústria, com um jardim no meio, e 2 mil casas populares no canto. Mas é uma proposta ainda e uma terceira alternativa, porque depende do que o governo federal quer fazer com aquela área. Se não for fazer nada e for ficar abandonado eu quero”, ressalta.
Procurado pela reportagem para saber quais os planos para o terreno, o governo federal não respondeu a solicitação.
Fim das operações
Marcada inicialmente para 2021, a desativação das atividades do Aeroporto Carlos Prates, inaugurado na década de 1940, sofreu vários adiamentos. O último foi no fim de 2022. Na época, uma portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) estendeu a exploração aeroportuária do local pela Infraero – atual administradora – até 31 de março. O adiamento desagradou moradores que defendem o fim das operações.
Em dezembro, uma carta assinada por dezenas de instituições e pessoas físicas foi enviada ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) – na época, coordenador do Gabinete da Transição. Os signatários solicitavam que a desativação ocorresse no dia primeiro de janeiro de 2023, o que, de fato, não ocorreu.
Entre os motivos listados, estavam a convivência diária com barulhos de voos, que impactam a vida de moradores e de usuários dos equipamentos de uso coletivo do entorno. Como o aeroporto se localiza em uma área de grande adensamento populacional, eles ainda se mostraram preocupados com a ameaça de risco, devido a possíveis novos acidentes aéreos.
“Entre 2004 e 2020 foram realizadas 47 ocorrências envolvendo o aeroporto: 7 acidentes (5 mortos e 6 feridos, vários deles gravemente); 39 incidentes (13 incidentes graves); e 2 danos patrimoniais (aviões caíram sobre as casas). Dentre dez acidentes com aeronaves ocorridos em Belo Horizonte desde 2008, nove foram no Aeroporto Carlos Prates e cercanias”, dizia um trecho.
Além de cessar esses problemas, o interesse da maioria dos habitantes, segundo pesquisa popular realizada em 2021 e citada na nota, é que após o término das atividades, seja implantado um parque ecológico no terreno, com espaço para atividades culturais, esportivas e um museu da aviação. De acordo com a Infraero, atualmente funcionam no local escolas de aviação, empresas de manutenção de aeronaves e posto de abastecimento de aeronaves.
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