Economia

BH Airport amplia domínio em Minas e aviação regional enfrenta retração em 2025

Com 86,9% do fluxo em Confins, aviação regional encolhe e passa a deter apenas 13% do mercado mineiro neste ano
BH Airport amplia domínio em Minas e aviação regional enfrenta retração em 2025
O BH Airport aumentou a participação no total de passageiros para 86,9% | Foto: Daniel Mansur / BH Airport

A aviação comercial em Minas Gerais encerra 2025 cercada por desafios nos aeroportos regionais, resultando em maior concentração no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport), em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Entre janeiro e novembro, o terminal da Grande BH ampliou a participação no fluxo total de passageiros para 86,9%, enquanto os terminais regionais encolheram 1,52 ponto percentual, passando a responder por pouco mais de 13% do mercado no Estado.

Os dados constam em relatório divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A movimentação ao longo do ano evidencia uma consolidação cada vez mais robusta em Confins, impulsionada pela expansão de voos e conexões, enquanto as operações locais enfrentam gargalos e incertezas quanto às operações.

O principal fator de pressão para os números negativos nos aeroportos regionais de Minas Gerais foi a suspensão de rotas da Voepass, que impactou consideravelmente o Vale do Aço e a Zona da Mata mineira. No Aeroporto Regional da Zona da Mata, em Goianá, houve queda de 31,37% em 2025 no número de passageiros transportados, assim como em Santana do Paraíso (Vale do Aço), que viu o fluxo de passageiros recuar quase 20,94% no acumulado do ano.

Desde março, ambos os aeroportos deixaram de receber voos da Voepass, após suspensão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), devido ao descumprimento de exigências de segurança. A operação da companhia era uma das principais responsáveis pelo transporte de passageiros nos terminais, especialmente com rotas com destino à São Paulo.

Por outro lado, Uberlândia (Triângulo Mineiro) e Montes Claros (Norte de Minas) foram os únicos grandes polos regionais que mantiveram crescimento, de 2,89% e 1,54% respectivamente. Juntas, as cidades movimentaram 1,2 milhão de passageiros entre janeiro e novembro de 2025, reforçando o potencial econômico das regiões, especialmente em setores como agronegócio e serviços.

Aviação regional prepara retomada a partir de 2026

A partir de 2026, a expectativa é que o interior de Minas Gerais retome gradualmente a “era de ouro da aviação regional”, com investimentos federais que chegam a R$ 450 milhões até 2028. Os aportes serão destinados a operações em diferentes cidades, como Varginha (Sul de Minas), Salinas (Norte de Minas), Patos de Minas (Alto Paranaíba), Ponte Nova (Zona da Mata), Pouso Alegre (Sul de Minas), Divinópolis (Centro-Oeste), Governador Valadares (Vale do Rio Doce), Santana do Paraíso (Vale do Aço) e Araxá (Alto Paranaíba).

Os recursos serão alocados em diferentes frentes, que incluem ampliação, modernização e qualificação da infraestrutura para a reforma, além da expansão de terminais. Até 2028, também é esperado que as companhias recebam melhores incentivos para a atuação no Estado, voltados para redução de custos, e, a longo prazo, podem resultar em melhor competitividade de preços nas rotas regionais.

Empresas, como a Latam Airlines, já sinalizaram aquisição de jatos Embraer E195-E2, com potencial de adicionar entre 25 a 30 destinos atendidos pela companhia no País. A ideia é que a partir desses incentivos, destinos mineiros sejam cada vez mais procurados, ampliando a oferta de companhias e reduzindo consequentemente a dependência de determinadas marcas.

Movimentação de passageiros em 2025*

  1. Confins (BH Airport): 11.286.760 (+8,74%)
  2. Uberlândia: 952.012 (+2,89%)
  3. Montes Claros: 323.284 (+1,54%)
  4. Goianá: 122.814 (-31,37%)
  5. Santana do Paraíso: 125.434 (-20,94%)
  6. Uberaba: 72.389 (-17,32%)
  7. Governador Valadares: 79.673 (-0,21%)

(*) janeiro a novembro de 2025. Fonte: Anac

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