Aeroportos regionais de Minas devem receber R$ 450 milhões em investimentos nos próximos três anos

Com a expectativa de retomar a “era de ouro da aviação”, aeroportos regionais em Minas Gerais devem receber R$ 450 milhões em investimentos federais nos próximos três anos. Os recursos serão alocados em diferentes frentes, que incluem ampliação, modernização e qualificação da infraestrutura para a reforma e ampliação de terminais prioritários no Estado e no País.

Aeroportos das cidades de Varginha, Salinas, Patos de Minas, Araxá, Ponte Nova, Pouso Alegre, Divinópolis, Governador Valadares e Santana do Paraíso estão entre os contemplados. Os aportes fazem parte de uma nova carteira de investimentos públicos em aeroportos regionais, com aportes estimados de R$ 1,8 bilhão, além de recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil, alimentado pelo pagamento das concessionárias.

De acordo com a diretora do Departamento de Investimentos da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), Luiza Deusdara, a iniciativa acompanha o bom desempenho apresentado pelo setor, que deve fechar o ano com 130 milhões passageiros. “Estamos conseguindo retomar os níveis pré-pandemia. A aviação regional voltou a crescer e entendemos que a expansão da aviação civil passa, necessariamente pelo fortalecimento das rotas regionais, o que exige investimentos em infraestrutura”, avalia.

O aeroporto de Varginha, no Sul de Minas Gerais, deve ser um dos primeiros contemplados, com projetos avançados na frente de execução de equipamentos e obras. O investimento a ser aplicado em 2026 será destinado à implantação do Papi: um instrumento de segurança operacional que auxilia pilotos na aproximação e no pouso das aeronaves, ampliando a confiabilidade das operações e a regularidade dos voos.

Além da modernização tecnológica, a cidade mineira receberá investimentos robustos, estimados em R$ 50 milhões, para a reforma e ampliação do terminal de passageiros, melhoria que também contemplará os municípios de Salinas (Norte de Minas) e Patos de Minas (Alto Paranaíba). Como as intervenções dependem de licenciamentos e obras de infraestrutura complexas, a diretora explica que o cronograma prevê um período de um ano e meio para o desenvolvimento dos projetos, com a expectativa de que os recursos cheguem à execução final até 2027.

Em municípios como Araxá (Alto Paranaíba), Ponte Nova (Zona da Mata) e Pouso Alegre (Sul de Minas), a previsão inicial é de R$ 13,4 milhões em aportes para o desenvolvimento de projetos e estudos de viabilidade técnica e ambiental. Em unidades estratégicas, o plano prevê ainda a implementação de estações meteorológicas com dados em tempo real, reduzindo drasticamente as incertezas climáticas e o cancelamento de voos.

Já no que tange aos aeroportos operados pela Infraero, são estimados R$ 210 milhões em recursos até 2027. Cidades como Divinópolis (Centro-Oeste), Governador Valadares (Rio Doce) e Santana do Paraíso (Ipatinga) estão entre as beneficiadas e devem receber recursos para ampliação ou modernização das infraestruturas aeroportuárias.

Com “pacotes de incentivos”, aviação regional projeta futuro otimista

Para Luiza Deusdara, os novos investimentos em infraestrutura serão capazes de reduzir custos para companhias aéreas, e, a longo prazo, podem refletir em uma melhor competitividade de preços nas rotas regionais. “Temos visto os aeroportos como grandes motores de desenvolvimento regional. Quando o município conta com infraestrutura aeroportuária adequada, é possível transformar a realidade local e atrair novos investimentos”, afirma.

Nos próximos anos, a expectativa do setor também se concentra na regulamentação da reforma tributária para aviação regional, atualmente em discussão no Congresso Nacional. A ideia é viabilizar um pacote de incentivos para aviação brasileira, além de auxílio para companhias com caixa subsidiado para compra de aeronave, sempre com contrapartidas.

Com novos incentivos e reforço na infraestrutura, a tendência é de franco desenvolvimento na aviação regional, ampliando a conectividade entre os municípios e criando incentivos para que novas rotas e novos entrantes passem a existir. “Esse planejamento já está em curso. O futuro da aviação passa pela malha regional, e esperamos uma nova era de crescimento para o setor”, conclui Luiza Deusdara.