Economia

Anglo American revisará ativos após baixas contábeis e queda nos lucros

O lucro de 2023 atribuível aos acionistas da mineradora caiu para US$ 283 milhões
Anglo American revisará ativos após baixas contábeis e queda nos lucros
Crédito: REUTERS/ Siphiwe Sibeko

Londres (UK) – A Anglo American revisará seus ativos após uma queda de 94% no lucro anual e baixas contábeis em suas operações de diamantes e níquel, informou a empresa nesta quinta-feira.

A mineradora anunciou impairment de US$ 1,6 bilhão em seu negócio de diamantes De Beers, devido à queda na demanda, e outro de US$ 500 milhões em sua mina de níquel de Barro Alto, à medida que os preços foram atingidos pela desaceleração da demanda do setor de veículos elétricos.

“Estamos agora em um processo de análise sistemática de todos os nossos ativos para avaliar seu papel no portfólio, seu sucesso no portfólio, e absolutamente nada está fora de cogitação”, disse o CEO Duncan Wanblad a repórteres.

A revisão deverá levar cerca de um ano, disse ele.

O lucro de 2023 atribuível aos acionistas da mineradora caiu para US$ 283 milhões, de US$ 4,5 bilhões no ano anterior. A empresa declarou um dividendo para o ano inteiro de 0,96 dólar por ação.

A dívida líquida aumentou de US$ 6,9 bilhões para US$ 10,6 bilhões, um pouco abaixo dos US$ 10,93 bilhões esperados pelos analistas.

Não é a primeira vez que a Anglo, que também produz cobre, metais do grupo da platina (PGMs), minério de ferro e carvão siderúrgico, faz uma revisão de seus ativos quando os mercados de commodities chegam ao fundo do poço.

Há uma década, quando suas ações despencaram 75% devido às preocupações dos investidores com a escalada da dívida, a mineradora se preparou para vender ativos e cortar empregos, mas os planos foram abandonados graças à recuperação dos preços dos metais.

Tanto sua unidade sul-africana Kumba Iron Ore quanto a Anglo American Platinum anunciaram esta semana planos para cortar mais de 4.000 empregos e rever acordos com 780 empreiteiros.

A Anglo já havia anunciado cortes de gastos de US$ 1,8 bilhão até 2026, depois de registrar uma baixa contábil de US$ 1,7 bilhão em seu projeto de produção de nutrientes para fertilizantes na Grã-Bretanha. A empresa está em negociações com parceiros em potencial sobre opções que incluem a venda de uma participação no projeto.

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