Regionalização dos aplicativos de transporte é tendência para o futuro da mobilidade; entenda
O mercado de aplicativos de transporte e mobilidade no Brasil é marcado pela presença de algumas poucas empresas que dominam o setor. No entanto, o segmento também oferece oportunidades para quem pretende empreender, principalmente, em nível regional, concentrando as operações em algumas cidades ou estados do País.
Dentre as ações que essas empresas têm adotado para competir com as grandes marcas está a aposta nas pequenas cidades do interior e em uma melhor relação com os motoristas parceiros.
Para o fundador e diretor-geral da Vale Driver, sediada em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, Edson Gonçalves Rodrigues, as cidades menores tendem a oferecer um ambiente melhor para as plataformas de pequeno porte.
Ele menciona o baixo custo, a possibilidade de proporcionar melhores serviços e a baixa concorrência, se comparado com as grandes metrópoles, como alguns dos fatores que fazem com que esses municípios sejam mais adequados para as pequenas empresas que atuam nesse segmento.
“A cidade pequena é melhor, porque é possível conhecer os motoristas e treinar essas pessoas que, muitas vezes, estão chegando de outra plataforma, cheios de costumes e calejados de tantas cobranças e altas taxas. Eu não sei se teria coragem de entrar em uma cidade grande, acho que não tenho interesse”, diz.
O Data Gaudium aponta que a receita anual dos aplicativos regionais de mobilidade foi de R$ 2 bilhões em 2024. O estudo leva em consideração as plataformas que utilizam o software da Machine, serviço da startup Gaudium, apontado como um dos principais do mercado nacional.
Edson Rodrigues ressalta que ingressar nesse mercado de aplicativos de transporte, com a presença de marcas consolidadas, é algo difícil, mas não impossível. Para ele, além de realizar um bom trabalho, é preciso investir em bonificações para conquistar a confiança dos motoristas.
“Qualquer plataforma que faça um bom trabalho visando o condutor, que é a principal peça de qualquer plataforma, e tenha o cuidado de zelar pelo cliente e também pela empresa tende a crescer”, afirma.
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Para o empresário, o mercado de aplicativos locais de transporte ainda é muito recente, com grande espaço para crescimento futuro. Ele aponta que Minas Gerais, por exemplo, ainda possui algumas cidades que não contam com serviços de aplicativos de transporte.
“Esse mercado é muito bom e com muito trabalho pela frente. Eu creio que o futuro são as plataformas nacionais, não apenas as regionais”, declara.
O fundador da Vale Driver ressalta a necessidade de valorizar plataformas brasileiras, independentemente da marca. “Valorize as plataformas nacionais, porque nós somos daqui, somos brasileiros. Não vale a pena ficar pagando 40% para uma plataforma de fora”, completa.
Minas Gerais é destaque no setor de tecnologia
Vasconcellos avalia que Minas deverá se manter entre os líderes desse segmento nos próximos anos, mas ressalta que é difícil superar mercados como o de São Paulo. Ele lembra que, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o Estado concentra 9,3% das startups do País, ficando atrás apenas de São Paulo e praticamente empatado com Santa Catarina.
O empresário também destaca que Minas Gerais é o segundo estado com o maior número de startups de mobilidade – aquelas que se definem como autotechs ou logtechs – no ranking da plataforma 100 Open Startups, com 130 empresas deste tipo.
Além disso, Belo Horizonte aparece como a segunda cidade com o maior número mobitechs no Brasil, com 83 empresas.
“Para assegurar essa relevância no futuro, é fundamental que haja continuidade nos investimentos em educação, pesquisa e tecnologia, além de iniciativas públicas que atraiam investidores nacionais e internacionais”, pontua.
Segundo ele, o poder público precisa continuar mostrando apoio, por meio da contribuição para uma maior segurança jurídica dos negócios.
“Minas Gerais já mostrou sua capacidade de entregar soluções de impacto, como demonstra o sucesso da Buser no Estado, e, com o apoio certo, pode consolidar ainda mais sua posição como referência em inovação e mobilidade urbana no Brasil e no mundo”, conclui.
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