Economia

Araxá lidera ranking de exportações de Minas Gerais em 2024

Levantamento da FJP, baseado na Secex-Mdic, aponta que embarques em 2024 cresceram 2,7% frente ao ano anterior; CBMM, com sede na cidade, é lider global em nióbio
Araxá lidera ranking de exportações de Minas Gerais em 2024
Em novembro do ano passado, CBMM inaugurou a maior planta de produção de ânodo de nióbio do mundo em Araxá; companhia ocupa liderança global do mercado de nióbio | Crédito: Marcos Evangelista / Imprensa MG

Localizada no Alto Paranaíba, a cidade de Araxá foi a líder do ranking de exportações de Minas Gerais em 2024, com vendas de US$ 2,3 bilhões, conforme levantamento da Fundação João Pinheiro (FJP), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/Mdic).

Os números do governo federal mostram que os embarques do município cresceram 2,7% em relação a 2023 e foram concentrados em ferro-ligas destinados, sobretudo, à China.

É válido lembrar que a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que ocupa a liderança global do mercado de nióbio, está sediada em Araxá. Na cidade, a empresa tem capacidade de produzir 150 mil toneladas por ano de ferronióbio, a principal liga para a indústria siderúrgica, e exporta aproximadamente 95% da produção.

Mesmo com as respectivas quedas de 6,3% e 6% ante o ano imediatamente anterior, Conceição do Mato Dentro e Nova Lima ficaram na segunda e terceira posições da lista.

O município da região Central do Estado exportou US$ 2,2 bilhões, principalmente para Barein e China. Já o da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) vendeu US$ 2,1 bilhões, predominantemente aos chineses. Em ambos, a atividade mineral é uma das propulsoras da economia, e o minério de ferro foi o principal item da pauta.

Vendas de café elevam embarques de Varginha e Guaxupé

Em quarto lugar no ranking de maiores exportadores ficou Varginha, no Sul de Minas Gerais. Com uma elevação anual de 24,4%, a cidade registrou US$ 2 bilhões de remessas em 2024 lideradas pelo café, sobretudo, para a Alemanha, Estados Unidos e Bélgica.

O prefeito de Varginha, Leonardo Ciacci (PSD), ressalta a importância da cafeicultura na região e diz que o café tem uma grande função social no município, por exemplo, com a geração de emprego e renda. “Vermos que Varginha continua em uma crescente, ampliando as exportações de café, é motivo de muita honra e alegria para nós”, afirma.

Conforme ele, uma das maiores cooperativas de café do Brasil está instalada na cidade, bem como as grandes exportadoras do produto. O líder municipal destaca que Varginha possui uma infraestrutura adequada para a cafeicultura, com porto-seco, Centro de Excelência em Cafeicultura (Senar), Fazenda Experimental de Café e Fundação Procafé.

Outro município do Sul do Estado deu um enorme salto frente a 2023, de 67%, motivado pelos embarques de café, principalmente para os alemães, estadunidenses e belgas. Trata-se de Guaxupé, que somou US$ 1,5 bilhão de vendas e ocupou a sexta colocação.

Entre Varginha e Guaxupé, na quinta posição, ficou São Gonçalo do Rio Abaixo, na região Central, com US$ 1,6 bilhão de exportações. O valor embarcado pela cidade caiu 4,3% no confronto anual. O minério de ferro liderou a pauta, e a China foi o principal destino.

Paracatu se destaca com exportação de ouro

Em sétimo lugar da lista ficou Paracatu, com US$ 1,4 bilhão de exportações no ano passado, aumento de 16,6% em relação a 2023. As vendas do município do Noroeste mineiro foram concentradas em ouro, especialmente para a Suíça e Canadá. Cabe ressaltar que mineradoras como a Kinross e Mineração Morro Agudo mantêm operações na cidade.

“Estamos em um bom momento. Temos que aproveitar para crescer mais e trabalhar para manter a cidade como o destaque que tem potencial de ser”, diz o prefeito de Paracatu, Igor Santos (União Brasil), ressaltando que o município também tem elevado a participação da agroindústria – as remessas de soja, por exemplo, cresceram significativamente.

Betim (US$ 1,3 bilhão, queda anual de 14,1%), localizada na RMBH; Itabirito (US$ 1,3 bilhão, baixa de 5,5%), na região Central; e Itabira (US$ 1,2 bilhão, alta de 11,2%), também na RMBH, completaram o top dez de maiores exportadores de Minas Gerais em 2024.

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