Economia

ArcelorMittal Brasil registra queda de 33,4% no lucro líquido

Resultado do grupo no ano passado representa uma queda de 33,4% na comparação com o exercício anterior
ArcelorMittal Brasil registra queda de 33,4% no lucro líquido
Crédito: Divulgação ArcelorMittal

A ArcelorMittal Brasil encerrou 2022 com lucro líquido de R$ 9,1 bilhões, valor 33,4% menor que o apurado no ano anterior, quando o resultado da companhia chegou a R$ 12,8 bilhões. A empresa já esperava o recuo e atribuiu a queda à elevada base de comparação, já que em 2021 obteve números recordes em função da forte demanda por aço no País e no exterior naquele exercício. Para 2023, a expectativa é de estabilidade.

No ano passado, a produção da ArcelorMittal Brasil totalizou 12,7 milhões de toneladas de aço e 3,3 milhões de toneladas de minério, queda de 5,3% e 1,4% respectivamente em relação a 2021. As vendas de aço totalizaram 12,4 milhões de toneladas (-0,9%). Desse montante, 7,4 milhões de toneladas (60%) foram destinadas ao mercado interno e 5 milhões (40%) ao mercado externo.

Com isso, a empresa alcançou receita líquida de R$ 71,6 bilhões. Já o Ebitda (lucro sem descontar impostos, juros e amortizações) somou R$ 14,9 bilhões, indicando baixa de 26% sobre 2021, mas ainda suficiente para o alcance de uma margem Ebitda de 21%. Os resultados incluem as operações brasileiras de aço e mineração e as operações das empresas controladas da Acindar, na Argentina, da Unicon, na Venezuela, e ArcelorMittal Costa Rica.

“Os resultados foram possíveis por nossa resposta rápida e assertiva para períodos de oscilações, ajustando a produção com agilidade às demandas dos mercados nacional e internacional e implementando medidas para a preservação do caixa, redução de custos, otimização de processos e aumento da produtividade”, comentou o presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração Latam, Jefferson De Paula.

Em relação aos investimentos, a empresa manteve seu programa de expansão, o maior em andamento atualmente no setor siderúrgico brasileiro, de R$ 7,7 bilhões. Deste total, R$ 4,5 bilhões serão aportados em Minas Gerais entre 2022 e 2025. O objetivo é o aumentar a capacidade instalada, modernizar a base industrial e capacitar as unidades para fabricação de aços tecnológicos e exclusivos, além de ampliar a produção de minério de ferro.

A empresa está investindo R$ 2,5 bilhões na unidade Monlevade, na cidade de João Monlevade, na região Central, para quase duplicar a capacidade de produção, de 1,2 milhão para 2,2 milhões de toneladas/ano de aço bruto. Na Mina do Andrade, fornecedora de minério de ferro para a planta, a produção passará de 1,5 milhão para 3,5 milhões de toneladas/ano.

Já na Mina Serra Azul, em Itatiaiuçu (RMBH), o aporte é da ordem de R$ 1,8 bilhão para elevar a produção de 1,6 milhão para 4,5 milhões de toneladas/ano de minério de ferro.

“Trata-se do maior investimento único anunciado pela siderúrgica no Brasil e mostra o quanto o grupo confia nas operações locais e no mercado interno. Planejamos a duplicação da Usina de Monlevade há alguns anos, mas houve uma crise muito forte que não nos permitiu avançar. Agora o projeto vai sair do papel, porque 2021 tem sido um ano excepcional e atípico, em que o consumo aparente de aço deve crescer 24%”, comentou Jefferson De Paula, em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, quando do anúncio dos investimentos.

O cronograma previa o início das obras no começo deste ano, com algumas conclusões, no caso de Serra Azul, em dois anos, e de Monlevade, em dois anos e meio. Nesses períodos, a criação de empregos temporários pelas construtoras e empresas terceirizadas contratadas pode chegar a 8 mil trabalhadores.

ESG na ArcelorMittal Brasil

Vale dizer que a ArcelorMittal está comprometida com a descarbonização na indústria do aço. É a pioneira em estabelecer o compromisso mundial de ser carbono neutro até 2050 e empenhada em liderar o processo de transição para uma economia de baixo carbono.

Em relação aos produtos e soluções sustentáveis, a produtora de aço lançou o XCarb, que reúne todas as iniciativas e produtos de aço fabricados com baixa emissão de gás carbônico, bem como iniciativas mais abrangentes e projetos de inovação verde, em um único esforço para alavancar a economia de baixo carbono.

A empresa também foi a primeira do País a conquistar a certificação ResponsibleSteel, um padrão internacional de excelência, que atesta o respeito às comunidades locais, aos recursos naturais, às relações trabalhistas e aos direitos humanos em toda a cadeia produtiva. 

Em 2022, foram certificadas as unidades ArcelorMittal Tubarão (ES) e a ArcelorMittal Monlevade. No mês passado, foi a vez da unidade de Vega, em Santa Catarina. Até o final de 2024, a empresa espera ter todas as suas unidades certificadas.

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