ArcelorMittal fará investimento de R$ 4,3 bi em Minas até 2024

12 de novembro de 2021 às 0h30

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O avanço no mercado siderúrgico levou a ArcelorMittal a desengavetar o projeto de aumento na produção | Crédito: Edson Reis

A ArcelorMittal vai investir R$ 4,3 bilhões em Minas Gerais até 2024. Destinados à Usina de Monlevade, na cidade de João Monlevade (região Central), e à Mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu (RMBH), os aportes permitirão que a companhia amplie a capacidade de produção de aços longos e minério de ferro no Estado. A aposta no contínuo crescimento na demanda de aço no País nos próximos anos motivou o desengavetamento de um projeto de expansão lançado em 2008.

“Trata-se do maior investimento único anunciado pela siderúrgica no Brasil e mostra o quanto o grupo confia nas operações locais e no mercado interno. Planejamos a duplicação da Usina de Monlevade há alguns anos, mas houve uma crise muito forte que não nos permitiu avançar. Agora o projeto vai sair do papel, porque 2021 tem sido um ano excepcional e atípico, em que o consumo aparente de aço deve crescer 24%”, anunciou o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula, em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO. Já a partir de 2022, a expectativa é de uma elevação média de 5% a cada ano.

O executivo, que acumula ainda os cargos de CEO da ArcelorMittal Aços Longos LATAM e Mineração Brasil, ressaltou que a Usina de Monlevade praticamente dobrará a capacidade produtiva, passando de 1,2 milhão de toneladas/ano de aço bruto para 2,2 milhões de toneladas/ano em 2024. Para isso, o projeto contempla também investimentos para ampliação da produção da Mina do Andrade, fornecedora de minério de ferro para a planta, que vai mais que dobrar a produção, passando de 1,5 milhão de toneladas/ano para 3,5 milhões de toneladas/ano de minério de ferro.

Já a Mina de Serra Azul terá sua produção praticamente triplicada, saindo do atual 1,6 milhão de toneladas/ano para 4,5 milhões de toneladas/ano do insumo siderúrgico.

“O cronograma prevê o início das obras no começo do ano que vem, com términos, no caso de Serra Azul, em dois anos, e de Monlevade, em dois anos e meio. Nesses períodos, a criação de empregos temporários pelas construtoras e empresas terceirizadas contratadas pode chegar a 8 mil trabalhadores”, destacou.

Os projetos estabelecem também a abertura de novos empregos permanentes. Quando as plantas estiverem operando a plena capacidade, em 2024, serão 1.350 novos postos de trabalho.

Para De Paula, investimentos demonstram confiança nas operações locais | Crédito: Leo Drumond / NITRO

ArcelorMittal João Monlevade

A Usina de Monlevade é a única fabricante brasileira de aço utilizado para a produção de cordoalhas aplicadas na fabricação de pneus (steelcord). Além disso, produz aços longos com características especiais para fabricação de autopeças como barras para amortecedores, molas helicoidais, fixadores, lã de aço, cabos e soldas. Com a entrada em operação de toda a linha, a usina será uma das maiores do País em aços longos.

A partir dos investimentos, serão implantados mais uma sinterização, um novo alto-forno e será feita a duplicação da aciaria. Haverá também ampliação dos sistemas logísticos de recepção de matérias-primas e expedição. Essa nova fase de produção alimentará o trem de laminação de fio máquina (TL3), que começará a operar em janeiro de 2022. Trata-se, portanto, de uma nova linha de produção de aço completa e integrada. Além disso, a Mina do Andrade, fornecedora de minério de ferro para a planta, mais que dobrará a produção.

“Para o projeto de Monlevade serão destinados R$ 2,5 bilhões. Esses recursos serão, basicamente, aportados na montagem e adequações tecnológicas e eletrônicas do maquinário já adquirido no passado. Como o projeto é antigo, US$ 1 bilhão já havia sido gasto em equipamentos para a duplicação da planta. Agora, 95% deles estão sendo utilizados, pois foram mantidos com a devida manutenção nos últimos anos”, revelou o executivo.

Sobre o destino da produção, De Paula contou que será tanto para o mercado interno quanto para o externo. “Monlevade tem minério de ferro a preço de custo e produz aço de altíssima qualidade para a indústria. Trata-se de uma planta muito competitiva e rentável, assim, 75% ficará no mercado interno e 25% será exportado”, disse.

Serra Azul

Já em Serra Azul será construída uma nova planta de produção de pellet feed (fino de minério de alto teor) que, além de aumentar a capacidade de produção, estenderá a vida útil da mina em 33 anos, até 2056. A atual planta de beneficiamento do minério foi planejada para processar somente o chamado itabirito friável, que é um minério mais fácil de ser britado, moído e concentrado. Esse minério se esgotará em 2023, quando será feita a transição da planta atual para a nova.

A unidade de produção de pellet feed será capaz de beneficiar o chamado itabirito compacto, que é mais resistente, apresenta menor teor de ferro e exige técnicas especiais de beneficiamento e concentração. O produto final será um minério de ferro classificado como pellet feed, produto nobre, com alto teor de ferro.

“Será uma planta completamente nova sob investimentos de R$ 1,8 bilhão para produzir 4,5 milhões de material de alta qualidade que será 100% exportado para a ArcelorMittal México. Do que é produzido hoje lá, apenas 20% vai para exportação”, explicou.

100 anos de ArcelorMittal

Vale dizer que o anúncio dos investimentos ocorre às vésperas do aniversário de 100 anos do segmento de aços longos da ArcelorMittal no Brasil. O negócio teve sua história iniciada em dezembro de 1921, na Usina de Sabará, a primeira usina integrada da América do Sul e pioneira na fabricação de laminados com aço 100% brasileiro.

“Temos uma trajetória no País marcada por pioneirismo e inovação. Neste ano do centenário, o segmento de longos criou a Diretoria de Estratégia, ESG e Transformação do Negócio, chamada de Diretoria do Futuro, com o intuito de direcionar a empresa para os próximos cem anos de atuação, conectada com os principais desafios da sociedade. Com os pés no chão e olhos no futuro, continuaremos fortalecendo a nossa presença no País e liderando as transformações na indústria e na sociedade visando a um mundo melhor”, finalizou De Paula.

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