Arrecadação em Minas Gerais ultrapassa R$ 70 bi em impostos

A arrecadação de Minas Gerais superou mais de R$ 70 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais em menos de 100 dias. É o que mostra o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A ferramenta mede em tempo real os valores pagos pelos contribuintes aos governos, contabilizando impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e correção monetária.
Até sexta-feira (5), eram mais de R$ 74 bilhões arrecadados no Estado em 95 dias no ano. No período analisado, o valor foi o terceiro maior entre todas as unidades federativas e representou 7,05% do total recolhido nacionalmente (R$ 1 trilhão). À frente ficaram: São Paulo, com R$ 357 bilhões (37,39%), e Rio de Janeiro, com R$ 136 bilhões (13,78%).
A marca mineira de R$ 70 bilhões foi alcançada no primeiro dia deste mês, na última segunda-feira (1º). São 19 dias de antecedência em comparação a 2023. No exercício passado, havia sido recolhido R$ 58 bilhões até nesta mesma data. Ou seja, de um ano para o outro, o recebimento estadual de impostos aumentou 20,8%.
Se a arrecadação de Minas Gerais atingiu essa evolução, no Brasil ocorreu o praticamente o mesmo movimento: com 21 dias de antecedência em relação ao último ano, a arrecadação atingiu R$ 1 trilhão. O registro de sexta-feira (5) representou uma alta anual de 21,7%. Nesta data, em 2023, o recolhimento de tributos no País era de R$ 821 bilhões.
O economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, um resultado expressivo alcançado com tantos dias de diferença em relação ao ano anterior, deve-se pela alta da inflação e ao crescimento econômico acima do esperado.
A alta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos como gasolina, diesel e gás ocorrida em dez estados também contribuiu, bem como arrecadações atípicas da Receita Federal. “É esperado um menor crescimento da arrecadação, se não houver mais aumentos nas alíquotas de impostos, devido à expectativa de menor inflação e de desaceleração da atividade econômica”, comenta Gamboa.
Arrecadação recorde com carga elevada
A carga tributária brasileira é considerava excessiva pelo setor produtivo. O equivalente a cerca de 33% e 34% do Produto Interno Bruto (PIB), uma das mais elevadas do mundo. A reforma tributária foi aprovada com a intenção de simplificar tributos, mas empresários do mercado e estudiosos da academia alertam para o risco de o alto número de exceções distorcerem o projeto e, ao fim das contas, aumentar o peso do sistema tributário.
A tendência de crescimento no recolhimento de impostos deve continuar nos próximos meses. O economista da ACSP explica que como a ferramenta calcula a arrecadação, que em dezembro atingiu a marca inédita de R$ 3 trilhões. “O impostômetro faz uma estimativa, pega os dados de arrecadação de igual período do ano anterior e atualiza, com índice de crescimento médio de cada tributo dos três anos imediatamente anteriores”, explica Gamboa. “As projeções de arrecadação futura são também feitas com base no crescimento médio dos tributos nos três anos imediatamente anteriores, com ajuste de acordo com o efeito calendário, com essas sazonalidades”, completa.
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