Economia

Bares e restaurantes enfrentam dificuldades financeiras no Estado

Bares e restaurantes enfrentam dificuldades financeiras no Estado
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

Com permissão para funcionar presencialmente desde meados do mês passado, bares e restaurantes da capital mineira ainda lidam com algumas restrições e não atingem faturamento satisfatório e suficiente para honrar todos os compromissos financeiros. No âmbito estadual, a situação não é diferente e 57% das empresas mineiras de alimentação fora do lar operaram no prejuízo em junho e 26% ainda tiveram problemas para pagar salários em julho.

Foi o que revelou a última pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), realizada com 288 empresários do setor em Minas Gerais. Ainda que o índice tenha melhorado em relação ao último levantamento, feito em maio, no qual foi constatado 58% de inadimplência, o número recente continua preocupante, já que mais de um quarto das empresas não consegue cumprir os compromissos com os funcionários.

Outro dado que chama atenção é o alto número de empresários que continuam com demais pagamentos em atraso, além dos salários. O atual levantamento aponta que 68% dos donos de bares e restaurantes de Minas Gerais não estão conseguindo pagar os credores. As principais pendências são com impostos (40%), água, luz e gás (30%), aluguel (29%), FGTS (26%) e fornecedores de insumos (25%).

Já quanto ao índice de 57% das empresas operarem no prejuízo, o presidente da regional Minas Gerais, Matheus Daniel, destacou que é menor do que o registrado em abril (83%), indicando recuperação do setor. “Esses números mostram que a flexibilização funciona e melhora para todo mundo. Mas ainda houve algum impacto do fechamento, pois perdemos dez dias do mês anterior e abrimos apenas a partir do dia 12”, pontuou.

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De toda maneira, o dirigente ressaltou a importância da continuidade no avanço da flexibilização, uma vez que, conforme ele, ainda existem alguns pontos que podem ser ajustados, que poderão beneficiar o funcionamento dos estabelecimentos sem prejudicar o controle da pandemia na cidade.

Pleiteamos o funcionamento sem restrição de horários, bem como a ampliação do número de ocupantes por mesa e o distanciamento que deve haver entre as pessoas. Acreditamos que o distanciamento entre as mesas já seja suficiente. E o horário de funcionamento pode ser maior, desde que sigamos adotando as mesmas medidas e protocolos”, argumentou.

Flexibilização

Na última semana, chegou-se a ventilar a extensão de uma hora no horário de funcionamento de bares e restaurantes de Belo Horizonte. Após reunião com o prefeito, Alexandre Kalil (PSD), o presidente do Sindicato dos Bares, Restaurantes e Similares do Estado de Minas Gerais (Sindibares), Paulo César Pedrosa, informou que o Executivo Municipal publicaria nos próximos dias, decreto ampliando em uma hora o funcionamento dos estabelecimentos – o que ainda não ocorreu.

De toda maneira, Matheus Daniel ressaltou que são boas as perspectivas do setor daqui para frente, inclusive, com previsão de contratação. Segundo a pesquisa da Abrasel, 26% dos empresários pretendem contratar nos próximos três meses, enquanto 61% querem manter o quadro e 12% pensam em demitir.

“A pandemia nos ensinou a trabalhar com menos mão de obra. Ainda assim, a retomada vem acontecendo e temos vagas para gerar. No entanto, ainda esbarramos na falta de transporte público noturno. Falta integração entre o transporte da Capital e o da região metropolitana, o que onera e dificulta as contratações”, reclamou.

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