Economia

Em Minas Gerais, 32% dos bares e restaurantes tiveram prejuízo em fevereiro

Este é o número mais alto de estabelecimentos em prejuízo, segundo entidade, mas Dia das Mães ainda é esperança de reverter o quadro
Em Minas Gerais, 32% dos bares e restaurantes tiveram prejuízo em fevereiro
37% dos estabelecimentos em funcionamento, sobrevivem com dívidas em atraso | Crédito: Adobe Stock

Apesar do bom momento vivido por bares e restaurantes em boa parte de Minas Gerais durante o Carnaval, as contas continuam sem fechar. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), é alto o número de empresas do setor operando em prejuízo no Estado. Isso porque quase um terço dos estabelecimentos registraram prejuízo em fevereiro.

O levantamento mostra que 32% dos bares e restaurantes mineiros consultados enfrentam um momento conturbado nas finanças, enquanto 35% conseguem manter as contas estáveis. Já para 33% dos bares e restaurantes, o caixa do segundo mês do ano foi encerrado com lucro.

Em relação aos proprietários que estão registrando prejuízo em suas operações, a entidade considera o dado de 32% em prejuízo o índice mais alto registrado desde março de 2023.

Desse percentual, 77% teve como consequência as vendas em baixa, 56% notaram uma redução considerável no número de clientes e 43% sentem que os custos de alimentos e bebidas têm pesado no bolso.

Endividamento dos bares e restaurantes

Ainda que para cerca de dois terços dos estabelecimentos o caixa esteja estável em estabilidade ou até fechado fevereiro em lucro, quando o assunto é o endividamento, o índice aponta que 37% das empresas estão com dívidas pendentes, sendo que:

  • dentre estes, 72% devem impostos federais;
  • 49% devem impostos estaduais;
  • 37% têm empréstimos bancários em atrasos.
  • Já para 27%, as dívidas estão relacionadas às taxas municipais como é o caso do IPTU;
  • 25% devem encargos trabalhistas/previdenciários;
  • 24% devem fornecedores de insumos;
  • 22% devem serviços públicos (água, luz, gás, telefone);
  • 11% devem aluguel;
  • 7% devem fornecedores de equipamentos e serviços;
  • 5% devem os empregados.

A presidente da Abrasel em Minas Gerais, Karla Rocha, avalia que o momento é adverso, mas espera que este cenário de prejuízos elevados seja driblado pelos comerciantes.

“A situação das empresas de alimentação fora do lar permanece desafiadora e continuamos contando com o apoio do governo. Nossa expectativa é que essa condição apresente melhorias no próximo mês, com a chegada do Dia das Mães“, pontua.

Ela afirma que a data, geralmente, representa um aumento significativo no movimento dos estabelecimentos gastronômicos. “É uma oportunidade importante para a recuperação econômica do setor. Estamos otimistas em relação às perspectivas para os próximos meses e continuaremos trabalhando incansavelmente para apoiar e fortalecer as empresas de alimentação fora do lar em Minas Gerais”, considera Karla.

Com relação à inflação ainda preocupante para o setor, a entidade informou que os estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços dos serviços e produtos nos últimos 12 meses ao consumidor. Praticamente 57% dos bares e restaurantes realizaram reajustes conforme ou abaixo da inflação e apenas 9% reajustaram acima da inflação, conforme mostrou o levantamento.

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