Cemig busca investidores para o hidrogênio verde
O hidrogênio verde é visto como uma opção na transição para uma matriz energética mais sustentável. Com a preocupação global em neutralizar as emissões de carbono na atmosfera, inúmeras empresas se posicionam a favor de projetos referentes ao chamado “combustível do futuro”, dentre elas a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
A Cemig está em busca de investidores para o hidrogênio verde no Estado e estuda formas de ingressar nesse mercado junto à Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), subsidiária da estatal mineira. Por meio de sua assessoria, a empresa confirmou a informação ao DIÁRIO DO COMÉRCIO.
“Levando em conta que o hidrogênio produzido a partir da eletricidade é um produto fundamental para o avanço da eletrificação da economia, a Cemig tem interesse em investir no desenvolvimento de projetos de pesquisa e desenvolvimento sobre o tema. Nesse sentido, a Cemig está aberta à discussão com interessados em investir na produção de hidrogênio verde e que necessitem de energia renovável, um dos principais insumos para a sua produção”, afirmou.
De acordo com a companhia, a Gasmig – distribuidora mineira de gás canalizado – “também está avaliando oportunidades para distribuição do hidrogênio verde em sua infraestrutura de gasodutos”.
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O hidrogênio é o elemento químico mais abundante da natureza, entretanto, ele está sempre associado a outros elementos. Por isso, uma das formas de obtê-lo é fazendo a quebra das ligações da água (H2O), por meio da eletrólise. Esse processo, quando feito por meio de fontes renováveis de energia como eólica, solar e biomassa, é o que garante o caráter verde do hidrogênio.
Segundo dados da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena), em 2050, o hidrogênio verde deve ser responsável por 12% da demanda global de energia. Além disso, ele pode ser um importante aliado dos países na busca pela neutralização do carbono.
“O hidrogênio verde é uma alternativa relevante para descarbonização de processos produtivos que ainda necessitam de fontes de calor em seus processos produtivos. Como o hidrogênio verde é produzido prioritariamente de fontes renováveis, a Cemig, que tem sua matriz composta 100% de fontes renováveis, se posiciona como um importante player nesta cadeia de valor, oferecendo energia certificada de fontes renováveis para a produção do hidrogênio”, disse a Cemig.
O “combustível do futuro” também pode beneficiar diversas áreas, como transporte, indústria e agronegócio. Desde agosto de 2021, o “Minas do Hidrogênio” – iniciativa do governo de Minas, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) – visa estimular e estruturar sua produção no Estado.
Durante o lançamento do programa, à época, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, afirmou que “Os investimentos nessa cadeia estratégica vão incrementar a venda de commodities e fomentar a demanda em larga escala da geração de um gás cuja exploração está na vanguarda tecnológica e atende a protocolos ambiental e socialmente sustentáveis”.
DC Responde
O hidrogênio verde, também conhecido como hidrogênio renovável, é aquele produzido por meio da eletrólise da água, a partir de fontes de energia renováveis como solar, eólica e hídrica, de maneira que a eletricidade produzida não tenha emissões associadas à sua produção. Assim, é 100% sustentável, mas também mais caro que o hidrogênio tradicional.
Suas aplicações são diversas, podendo ser utilizado como matéria-prima na produção de fertilizantes e para substituir o carvão mineral que abastece as usinas siderúrgicas, por exemplo. No futuro, ele poderá ser o combustível de caminhões pesados, navios e aviões, além de prover a energia de prédios inteiros, como escolas e hospitais.
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