Economia

Tecnologia da Cemig monitora queimadas para evitar falta de energia elétrica

Sistema envia alertas sobre queimadas e reduz o tempo de interrupção ou até mesmo evita desligamentos da energia
Tecnologia da Cemig monitora queimadas para evitar falta de energia elétrica
Queimada próxima à linha de alta tensão em Resplendor | Foto: Divulgação Cemig

Com o objetivo de reduzir o tempo de resposta para ocorrências com queimadas, o setor de Meteorologia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) desenvolveu o sistema Geopat (Sistema de Monitoramento Meteorológico da Alta Tensão), que monitora, via satélite, focos de calor a uma distância de até 1,5 km das linhas de distribuição e de transmissão da companhia.

A função garante o rápido restabelecimento do sistema elétrico e permite reduzir o tempo de interrupção ou até mesmo evitar desligamentos causados por queimadas.

Desde o último dia 12 de setembro até hoje, a Cemig conseguiu preservar 46 estruturas em três ocorrências antecipadas pelo Geopat em Conceição do Mato Dentro, Barão de Cocais e Resplendor.

A solução de monitoramento e alerta de queimadas foi desenvolvida internamente na Cemig e, dessa forma, não houve custos ou investimentos adicionais além dos relacionados ao tempo dedicado pelos profissionais da empresa no desenvolvimento da ferramenta.

A integração entre o setor de Meteorologia da Cemig e os Centros de Operação da Distribuição (COD) e do Sistema (COS) vai além dos alertas relacionados às queimadas. A Cemig possui uma equipe de meteorologistas para monitoramento em tempo real das condições climáticas da sua área de concessão que abrange 774 municípios mineiros.

Segundo o engenheiro do Centro de Operações da Cemig, Felipe Mendonça Ildefonso, somente nesta terça-feira (24) pela manhã foram disparados alertas e enviadas equipes em cinco linhas da Cemig para inspeção. “Os focos de queimadas não ofereciam riscos para as estruturas da empresa nestes últimos alertas”, destaca ele.

“Por meio desse monitoramento, o COD recebe um alerta de queimada próxima às nossas linhas de distribuição e então aciona as equipes em campo para realizarem uma inspeção no local e, caso necessário, realizam o atendimento preventivo, com o objetivo de evitar algum desligamento”, explica.

Ainda de acordo com Ildelfonso, “por se tratar de um sistema contínuo e de desenvolvimento que vai sempre ser aperfeiçoado à medida que houver uma tecnologia nova, uma nova obra, uma estrutura recente, uma nova linha ou que a tecnologia evolua e que tenha mais fontes de dados que a gente possa colocar nesse sistema para auxiliar na tomada de decisão visando sempre minimizar as interrupções”, enumera ele.

Neste ano de maior impacto por causa das queimadas para o setor elétrico da Cemig, o Geopat vem contribuindo para minimizar os prejuízos devido aos focos de incêndio na rede elétrica e está sendo usado para garantir o fornecimento de energia para os mais de 9 milhões de clientes da companhia.

“Toda a sociedade é penalizada com as queimadas. Cidades inteiras podem ter interrupções no serviço, o que pode impactar hospitais, serviços de abastecimento de água, bancos, centros comerciais, indústrias e comércios. Por isso, a Cemig investe para que possa reduzir os impactos desse tipo de ocorrência em sua área de atuação”, destaca o engenheiro.

Queimada próxima à linha de alta tensão em Barão de Cocais. Foto: Divulgação Cemig

Alerta traz agilidade no restabelecimento do serviço à população

No dia 30 de agosto, o Geopat emitiu um alerta para o COD da Cemig sobre duas torres da Linha de Distribuição Alfenas 1 – Areado 2 69kV, no Sul de Minas. Imediatamente, foram acionadas equipes de campo, que chegaram ao local e constataram que uma das torres havia sido danificada por uma queimada, o que prejudicou o fornecimento de energia para mais de 18 mil clientes.

Foram mobilizados recursos emergenciais da Cemig, como geradores móveis, para restabelecer a energia o mais breve possível para os clientes. Dessa forma, as equipes de campo trabalharam ininterruptamente, durante toda a madrugada para realizar a substituição da torre danificada e a recomposição da rede.

“O alerta do Geopat foi muito importante para que a equipe chegasse ao ponto exato da torre danificada, reduzindo o tempo de inspeção na região para a identificação do defeito. Assim, foi possível tomar a decisão de enviar geradores para que a energia da maior parte dos clientes fosse restabelecida rapidamente, enquanto a manutenção da estrutura acontecia”, explica o engenheiro do COD.

Inspeção via satélite da Cemig identifica queimadas

Segundo o meteorologista da Cemig, Arthur Chaves, o sistema de monitoramento recebe informações de uma rede de satélites orbitais, que mapeiam, por meio de sensores térmicos, os focos de calor no território mineiro.

Assim, o setor de Meteorologia da empresa cruza esses dados com as coordenadas georreferenciadas das linhas de distribuição e de transmissão de energia de alta tensão.

“Quando a equipe chega no local indicado pelo satélite e encontra uma queimada em andamento, que causou ou pode causar algum dano às nossas torres de alta tensão, ela informa ao COD para que sejam iniciados os procedimentos para analisar a possibilidade de transferir os clientes conectados àquele sistema para outro circuito. Dessa forma, a Cemig evita a interrupção de energia e as equipes em campo podem realizar a manutenção”, esclarece Chaves.

Com os alertas, o COD da Cemig consegue acompanhar, por meio do sistema de monitoramento climático, a situação das queimadas próximas ao sistema elétrico de alta tensão em tempo real e atuar de forma preventiva.

Utilizado também no sistema de transmissão, o sistema auxilia o COS – Centro de Operação do Sistema na avaliação dos desligamentos das linhas de extra alta tensão, tornando o processo de restabelecimento do fluxo de energia mais seguro e ágil.

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