Cemig prevê investir R$ 105 milhões em eficiência energética em 2024

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) prevê investir R$ 105 milhões em ações voltadas para o uso consciente da energia elétrica em 2024, por meio do Programa de Eficiência Energética (PEE). A meta da estatal é destinar cerca de R$ 500 milhões até 2027.
As informações são do engenheiro de eficiência energética da Cemig, Matheus Herzog. Segundo ele, o valor está acima do histórico praticado pela companhia. “Isso varia de ano para ano. A cada exercício temos uma meta, mas nosso planejamento prevê R$ 500 milhões até 2027”, afirma.
O valor para os próximos anos representa um acréscimo de 54% em relação ao último ciclo tarifário (2018 a 2022), quando foram investidos aproximadamente R$ 325 milhões.
Apenas em 2023, a Cemig investiu R$ 141 milhões em ações do programa. Conforme o balanço da empresa, o montante do ano passado foi o maior investimento da história do projeto de conscientização da população, criado há 25 anos. Portanto, o investimento previsto para o ciclo tarifário que compreende o período entre 2023 a 2027 é de aproximadamente R$ 641 milhões.
Os recursos também foram utilizados na substituição de equipamentos ineficientes por outros mais modernos e na atuação da companhia junto a entidades filantrópicas, escolas, comunidades de baixa renda e instalações do poder público.
Dessa forma, o programa da Cemig atingiu a marca de R$ 1 bilhão em investimentos em Minas Gerais desde 1998, ano de sua criação. Além disso, ele também alcançou toda a área de concessão da distribuidora, que abrange 774 municípios mineiros, beneficiando cerca de 900 mil famílias em todo o Estado.
Herzog explica que a ideia é contribuir para que Minas Gerais se torne uma referência para o restante do Brasil quanto à eficiência energética. “Que a própria eficiência energética seja vista como algo viável, uma ideia que traga benefício para as entidades e empresas, não só para o meio ambiente”, completa.
Ele afirma que o programa serve como uma vitrine para que a população e para as empresas enxergarem o setor energético como algo viável e muito importante para o planeta.
Em toda sua história, o PEE contribuiu para a economia de 7.423 gigawatts-hora (GWh), o suficiente para abastecer cerca de 3,5 milhões de clientes durante um ano. O programa ainda retirou cerca de 168 megawatts (MW) de demanda no horário de ponta, o que representa as potências das usinas do porte de Queimado (105 MW) e Rosal (55 MW) juntas.
Ele também evitou que quase 520 mil toneladas de gás carbônico (CO²) fossem liberadas no meio ambiente. Isso é o equivalente ao carbono absorvido por 3,7 milhões de árvores da mata atlântica em 20 anos.
Ações do PEE
O programa da Cemig é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e é responsável por aplicar o percentual estabelecido da receita operacional da companhia em ações que promovem o uso racional da energia. Além da redução do desperdício desse recurso com foco na sustentabilidade.
O PEE conta com outros seis subprogramas. São eles:
- Cemig nas Cidades
- Cemig nos Hospitais
- Cemig no Campo
- Cemig nas Escolas
- Cemig nas Comunidades
- Chamada Pública de Eficiência Energética
Dessa forma, a empresa atua nestas instituições na substituição de equipamentos ineficientes por outros mais eficientes e na instalação de usinas fotovoltaicas, além de levar orientações sobre o uso correto e sustentável da energia elétrica.
O gerente de eficiência energética da Cemig, Ronaldo Lucas Queiroz, destaca que o objetivo do programa é levar à população os preceitos sobre o uso eficiente da energia, que é um insumo cada vez mais indispensável para as pessoas. “Por isso, a companhia está sempre ampliando seus investimentos para beneficiar cada vez mais os seus clientes”, pontua.
Minas Led
O Estado ainda conta com o Programa Minas Led, que destinou cerca de R$ 64 milhões para substituição de mais de 108 mil pontos de iluminação pública em 311 cidades mineiras. Essa ação teve como resultado uma maior economia, segurança e adequação da luminosidade das vias para a população. As luminárias de vapor de sódio, em sua maioria, foram substituídas por outras de Led.
“Tudo isso reverte em benefícios diretos para os municípios que passam a ter gastos menores com o consumo da iluminação pública e com a manutenção, já que as luminárias de Led tem uma vida útil mais elevada que aquelas de vapor de sódio e para a população, com melhorias no trânsito e na segurança pública”, avalia
O engenheiro de eficiência energética da Cemig destaca ainda a relevância dos investimentos realizados e aponta que o Minas Led é o maior projeto de modernização da iluminação pública do País.
Já o Cemig nas Comunidades atendeu mais de 90 mil famílias de comunidades de baixa renda, urbanas e rurais, com visitas e trocas de lâmpadas antigas por outras de Led. Em alguns lugares, os beneficiados também foram contemplados com a troca de geladeiras.
O Cemig Hospital, com a destinação de R$ 44 milhões aos hospitais de Minas Gerais. Ao todo, foram beneficiadas mais de 280 instituições, com a substituição de 44 autoclaves, a instalação de 63 novos focos cirúrgicos e a troca de 35 secadoras. Além disso, 18 hospitais receberam usinas solares fotovoltaicas, incentivando a geração de energia limpa e a redução dos custos nessas instituições.
Herzog destaca que essas ações da companhia também revertem em benefícios para os usuários desses hospitais, tanto de forma direta quanto indireta. “Com a economia da energia, os hospitais poderão investir em outros processos que são importantes, como a melhoria do atendimento, contratação de pessoal, compra de insumos. Tudo isso pode ser um benefício indireto”, explica.
Outro investimento importante ocorreu no Cemig nas Escolas, que beneficiou 678 escolas públicas estaduais, substituindo lâmpadas ineficientes por outras de Led. Todas as mais de 3,2 mil instituições de Minas, localizadas em áreas de concessão da companhia energética e que ainda não contavam com esse sistema de iluminação, foram contempladas pelo projeto, beneficiando milhares de crianças e jovens.
“Nós fornecemos uma padronização da iluminação nas salas de aula que ficaram com iluminação mais adequada para o ensino. Isso reverte em benefícios para toda população escolar, também para os professores, além de gerar uma economia de energia para o Estado”, finaliza o engenheiro.
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