Economia

Da cesta básica ao cashback, veja as principais mudanças trazidas pela reforma tributária

Bebidas açucaradas, como refrigerantes, foram incluídas no Imposto Seletivo, enquanto as armas ficaram de fora de listas e serão desoneradas
Atualizado em 18 de dezembro de 2024 • 08:32
Da cesta básica ao cashback, veja as principais mudanças trazidas pela reforma tributária
Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta terça-feira (17) o principal projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024). Veja pontos de destaque.

Alíquota Geral

As modificações feitas na Câmara reduzem a alíquota resultante da soma de dois novos tributos -CBS e IBS, respectivamente, contribuição e imposto sobre bens e serviços– em relação ao texto do Senado.

Estimativa feita pela Folha de S. Paulo com base no simulador do Banco Mundial (SimVAT) mostra uma alíquota de 28,11%, mas sem incorporar benefícios para imóveis, galerias e obras de arte nacionais, Zona Franca de Manaus e serviços de home care, esterilização e instrumentação cirúrgica -todos incluídos no Senado e mantidos na Câmara.

A reforma prevê uma trava de 26,5%, mas ela depende da disposição do Congresso de cortar benefícios quando o sistema estiver funcionando.

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Maior Imposto

O índice de 26,5% é a alíquota cheia, para bens e serviços sem benefícios fiscais. A maior parte dos outros itens terão redução de 30%, 40%, 60% ou 100% na CBS e no IBS. A carga tributária atual será mantida na média de 20% para os novos tributos.

O Brasil já tem hoje o maior imposto do mundo, com uma tributação de 34% para muitos produtos, e a nova alíquota padrão deve manter esse título.

Cesta Básica

A proposta mantém as carnes e outras proteínas animais na cesta básica, com alíquota zero. O Senado incluiu na lista a tapioca e a erva-mate. O café verde voltou para a lista, junto ao torrado.

‘Imposto do Pecado’

O Imposto Seletivo sobre bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente inclui fumo, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, veículos, embarcações, aeronaves, alguns minerais e concursos de prognósticos (como bets) e fantasy sport. As armas ficaram de fora da lista e serão desoneradas a partir de 2027.

Cashback

O cashback desonera famílias com renda mensal de até um salário-mínimo e meio (R$ 2.118) inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

O projeto prevê a devolução de 100% da contribuição federal sobre bens e serviços (CBS) e de pelo menos 20% do imposto de estados e municípios sobre bens e serviços (IBS) para itens como luz, água, esgoto, serviços de telecomunicações, gás natural e botijão de gás de até 13 quilos. Em outros itens, a devolução dos dois será de pelo menos 20% dos dois novos tributos.

Imóveis

Redução de alíquota de 50% na alienação. Para pessoa física, o imposto só é devido se houver a venda de mais de três imóveis no ano.

Desconto de 70% nos impostos na locação. Só haverá cobrança para pessoa física que tenha o mínimo de três imóveis alugados e receita de pelo menos R$ 240 mil anuais.

Bares e restaurantes

Bares, restaurantes, hotéis, parques de diversão e temáticos terão alíquota reduzida em 40%.

Pets

Veterinários e planos de saúde pet terão redução de 30% no imposto.

Zona Franca de Manaus

Será o único local do país com benefícios para atrair empresas. O Senado ampliou os incentivos para a região em relação à proposta inicial do governo, com aumento de créditos tributários para as empresas locais, inclusão de projetos aprovados até 2024 e incentivo para atividade de refino.

O texto também prorroga os benefícios das áreas de livre comércio da Amazônia para 2073, mesma data prevista para o Polo Industrial de Manaus.

Comitê Gestor

O Senado inclui no texto do PLP 68/2024 parte da segunda proposta de regulamentação (PLP 108/2024), para garantir os “dispositivos mínimos que assegurem a instituição” do Comitê Gestor do IBS, órgão que será criado para dividir a arrecadação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) entre estados e municípios. O IBS substitui o ICMS, imposto estadual, e o ISS, de incidência municipal.

Reportagem distribuída pela Folhapress

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