Economia

Cesta básica custa 61,85% do salário mínimo em BH

Em abril, índice teve alta de 3,58%
Cesta básica custa 61,85% do salário mínimo em BH
Crédito: Reprodução Ideme

Os belo-horizontinos que recebem um salário mínimo tiveram que desembolsar, no mês de abril, 61,85% de todo o valor para comprar todos os itens que compõem a cesta básica (de acordo com a tabela de produtos prevista em legislação para fins de cálculo), número obtido após desconto previdenciário. Os dados, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostram ainda um aumento de 3,58% da cesta em relação a março, fazendo com que as compras dos produtos chegassem, no mês passado, a um total de R$ 693,41.

De acordo com a pesquisa, nos primeiros quatro meses do ano, essa elevação de preços chegou a 14,58%, e, em relação a abril de 2021, a cesta básica teve um aumento significativo de 22,56%. Para arcar com todos os custos e sem excluir os itens do carrinho – prática comum frente ao avanço da inflação -, os consumidores da Capital que recebem R$ 1.212,00 mensalmente tiveram que empenhar 125 horas e 52 minutos no trabalho somente para adquirir a cesta básica. 

O aumento das horas trabalhadas para conseguir “encher” o carrinho também é significativo e vem em uma crescente. Em março, os trabalhadores precisavam empregar 121 horas e 31 minutos para fazer a mesma compra. Há um ano, em abril de 2021, as pessoas precisavam empenhar 113 horas e 10 minutos em suas atividades para comprar os produtos. 

Itens de peso

Os itens que mais contribuíram para a deterioração do poder de compra dos consumidores são muitos. Dos 13 produtos listados na cesta básica, 12 deles tiveram alta nos preços na comparação com o mês de março: batata, com variação positiva de 32,86%, a farinha de trigo (11,08%), o leite (7,32%), o pão de sal/francês (6,34%), o feijão (6,32%), a banana (3,89%), o café (3,74%), a manteiga (3,52%), o óleo de soja (3,32%), a carne (2,05%),o arroz (1,83%) e o açúcar (1,40%). 

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De todos os itens da lista, apenas o tomate registrou um recuo no preço de 7,73%. Algumas altas, como é o caso do pão francês e da farinha de trigo, podem ser explicadas, em parte, pela guerra na Ucrânia, já que os países envolvidos são importantes produtores do trigo. Apesar da estabilização de preços da commodity já sentida pelas panificadoras após um boom no início do ano, as mesmas temem novas altas devido à safra do insumo dos Estados Unidos e do risco de concentração da demanda na Argentina, importante fornecedor do Brasil. 

Altas no ano

A variação negativa do tomate não significa que o alimento está agradando nas bancas. No acumulado dos últimos 12 meses, o item subiu 94,25%. O tomate é seguido pela batata (91,35%), café (60,57%), farinha de trigo (34,36%), óleo de soja (32,80%), leite (29,71%), açúcar (26,67%), pão de sal (20,31%), banana (11,74%), manteiga (8,94%) e carne (7,68%). Em contrapartida, apenas dois itens tiveram recuo nos preços em todo o ano, sendo eles o arroz agulhinha (-11%) e o feijão carioquinha (-0,10%). 

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